Discurso durante a 151ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Necessidade de reformulação dos aviões da aeronáutica brasileira.

Autor
Ney Suassuna (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Ney Robinson Suassuna
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
FORÇAS ARMADAS.:
  • Necessidade de reformulação dos aviões da aeronáutica brasileira.
Publicação
Publicação no DSF de 30/10/2003 - Página 34204
Assunto
Outros > FORÇAS ARMADAS.
Indexação
  • COMENTARIO, PRECARIEDADE, EQUIPAMENTO MILITAR, FORÇAS ARMADAS, INCAPACIDADE, GARANTIA, SEGURANÇA NACIONAL, NECESSIDADE, RENOVAÇÃO, FROTA, AERONAVE, AERONAUTICA.
  • SOLICITAÇÃO, PUBLICAÇÃO, INTEGRALIDADE, DISCURSO, ORADOR, ANAIS DO SENADO.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, na última reportagem da Veja, o Presidente Fernando Henrique afirmou que o Brasil é reconhecido pela diplomacia mundial como um País que facilita as coisas, que não causa problemas e não gera preocupações. E diz também que devemos ter sempre esse espírito de colaboração. E isso é bem comum do nosso homem brasileiro.

Agora, de qualquer jeito, precisamos ter, e era bom que não fosse preciso, uma força armada bem mobilizada e bem equipada. Lamentavelmente, não é o que ocorre com as nossas Forças Armadas, principalmente com a Aeronáutica.

A Aeronáutica tem sido vítima de uma série de fatores e, infelizmente, está precisando reformular toda sua frota.

Embora vá receber em breve três aviões EMB145, modelo RS, avaliados em 45 milhões de dólares cada, equipados com radares de última geração e programados para pesquisar o solo da Amazônia, embora tenha também comprado, ao preço de 270 milhões de dólares, da indústria espanhola Casa, aviões que vão servir para o transporte de cargas e tropas, embora necessitemos também de aviões de patrulha dotados de radares, precisamos urgentemente dos caças supersônicos. Os que temos são Mirages IIIE, adquiridos no início dos anos 70. Eles não têm condições de cobrir um País continental como o nosso. O preço da compra deverá ser de US$750 milhões. Mas é necessário. Estão pedindo 16 aviões.

Deveremos decidir entre o Mirage francês - que o próprio consórcio brasileiro Embraer/Dassault poderá fazer -, o americano F-16, da Loockheed, o sueco JAS-39 Gripen, do consórcio anglo-sueco British Aerospace Systems/Saab, e os aviões russos Sukhoi Su-35, Rosboronexport. Com certeza, será uma decisão difícil.

O Brasil pretende comprar os aviões somente se houver, por trás dessa compra, uma compensação industrial e comercial, o chamado offset. Os franceses prometem algumas compensações, mas já possuímos, por intermédio da Embraer, essa tecnologia.

A Lockheed Martin não foi taxativa com o que poderá fazer em relação ao pacote que desejamos, um pacote comercial de troca de produtos. Mas, com certeza, quem mais oferece vantagens para nós são os aviões russos. Em primeiro lugar, pelo preço mais baixo. Segundo, por se tratar de um pacote realmente bem superior a todos os outros. O mais importante é a qualificação dos aviões, que têm o dobro da autonomia dos demais. Além de serem mais baratos, também têm a capacidade de combate e modernidade - estou impressionado com a discussão ali ao lado, Sr. Presidente. Para se ter uma idéia, o avião tem um raio de ação de 1.500 quilômetros, o dobro da dos seus concorrentes, e se encaixa perfeitamente em nosso ambiente geográfico de dimensões continentais.

Por outro lado, para conseguir ganhar a acirrada concorrência, os russos não economizaram no oferecimento de inúmeras vantagens. Não somente passarão tecnologia, como também criarão, aqui, uma central de peças que vai nos trazer, com toda a certeza, grande vantagem do ponto de vista tecnológico.

Temos que buscar uma interação - isso é muito importante para outros acordos - cada vez maior com a Índia, China e Rússia, que se equivalem como potências emergentes e têm interesses comerciais e estratégicos semelhantes ao nosso, além do que as possibilidades de complementação serem imensas.

Não é por acaso que o Presidente Lula não pára de buscar consolidação desse poderoso grupo. Além do mais, o País só tem a ganhar, tanto pela qualidade técnica quanto pelo baixo custo, principalmente no que diz respeito à troca de mercadoria, bem superior aos demais.

Sr. Presidente, consegui proferir um discurso em 4 minutos, para o qual estavam previstos 25 minutos. Por isso, solicito à Mesa que o publique na íntegra.

Eu diria que já é hora de repararmos as injustiças em relação a nossa Aeronáutica. Em um País de dimensões continentais, que possui uma Amazônia tão desejada e invejada por todos, não podemos nos dar ao luxo de não fazermos esse sacrifício.

Muito obrigado.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO SR. SENADOR NEY SUASSUNA

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O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/10/2003 - Página 34204