Discurso durante a 157ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Analisa o crescimento do turismo internacional nas últimas décadas e assinala seus problemas atuais como a crise econômica e o terrorismo. Elogia a Associação Brasileira de Agências de Viagem e comunica a trigésima primeira exposição de turismo promovida por esta entidade, no Rio de Janeiro.

Autor
Valmir Amaral (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/DF)
Nome completo: Valmir Antônio Amaral
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
TURISMO.:
  • Analisa o crescimento do turismo internacional nas últimas décadas e assinala seus problemas atuais como a crise econômica e o terrorismo. Elogia a Associação Brasileira de Agências de Viagem e comunica a trigésima primeira exposição de turismo promovida por esta entidade, no Rio de Janeiro.
Publicação
Publicação no DSF de 07/11/2003 - Página 35780
Assunto
Outros > TURISMO.
Indexação
  • APRESENTAÇÃO, INFORMAÇÕES, ESTATISTICA, ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE TURISMO (OMT), DESENVOLVIMENTO, TURISMO, AMBITO INTERNACIONAL, ESCLARECIMENTOS, OCORRENCIA, DIFICULDADE, SETOR, MOTIVO, RISCOS, TERRORISMO, AUMENTO, CUSTO, PREÇO, VIAGEM, REDUÇÃO, QUANTIDADE.
  • ANALISE, SITUAÇÃO, TURISMO, AMBITO NACIONAL, CRISE, EMPRESA DE TRANSPORTE AEREO, MOTIVO, REDUÇÃO, TURISTA, ELOGIO, ATUAÇÃO, ASSOCIAÇÃO NACIONAL, AGENCIA DE TURISMO, CONTRIBUIÇÃO, RECUPERAÇÃO, SERVIÇOS TURISTICOS, CRIAÇÃO, EMPREGO.
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, EXPOSIÇÃO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ORGANIZAÇÃO, ASSOCIAÇÃO NACIONAL, AGENCIA DE TURISMO.

O SR. VALMIR AMARAL (PMDB - DF. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o setor de turismo é o que mais tem crescido na economia mundial nos últimos anos, apesar da vulnerabilidade a crises internacionais, destacando-se os acontecimentos do 11 de setembro de 2001.

Consoante dados da Organização Mundial do Turismo, o número de turistas nas diversas regiões do mundo cresceu à taxa média anual de 6,9%, no período de 1950 a 2001, o que significa o setor econômico com melhor desempenho mundial.

No ano de 1995, o movimento anual de turistas em todo o planeta era de 552 milhões de passageiros, passando para 698 milhões no ano 2000.

Os atentados terroristas que aconteceram nos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001 interromperam essa trajetória de forte crescimento mundial do turismo, que atingira 6,1% em 1996; 4,1% em 1997; 3,0% em 1998; 3,7% em 1999; e 7% no ano 2000 (sempre em comparação com o ano imediatamente anterior).

No ano de 2001, o turismo teve crescimento negativo: - 0,6%, em relação ao ano 2000, o que representou 5 milhões a menos de turistas em todo o mundo.

Essa redução de 5 milhões no número de turistas foi responsável pelo desemprego de milhares de pessoas nas companhias aéreas, nos fabricantes de aviões, nos hotéis e restaurantes, no comércio, na indústria, na agricultura, nos serviços os mais diversos, de taxistas a guias de turismo.

O Brasil sofreu duramente os efeitos colaterais do 11 de setembro e teve uma grande queda nos fluxos de chegada de turistas internacionais.

No período de setembro a dezembro de 2001, houve uma queda mundial de 8,6% na quantidade de turistas internacionais, sendo 24,4 % na Ásia Meridional; 20,4% nas Américas; 11,4% no Oriente Médio; e 6,2% na Europa.

Comparando os fluxos de chegada de turistas internacionais nos principais países da América, vemos que houve quedas significativas, em todos os principais destinos, no período de 2000 para 2001:

Estados Unidos: queda de 50,9 milhões para 45,5 milhões de turistas (-10,6%);

México: queda de 20,6 milhões para 19,8 milhões (-4,0%)

Canadá: queda de 19,66 milhões para 19,65 milhões (-0,1%);

Brasil: queda de 5,3 milhões para 4,7 (-10,2%).

Vemos, por esses dados da Organização Mundial do Turismo, que o Brasil teve uma queda de 10,2%, quase tão grande quanto a queda do turismo internacional dos Estados Unidos, o que nos equipara a um país que sofreu um grave atentado terrorista, sob esse ponto de vista.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, apesar do duro golpe representado por queda na receita cambial, em desemprego no setor, em crise de nossas companhias aéreas, o turismo no Brasil vem reagindo, vem resistindo, vem criando novas formas de superar essa crise, com nossa capacidade inventiva, com a liderança e a capacidade de nossos empresários.

A indústria brasileira do turismo tem conseguido vencer os desafios econômicos, as dificuldades decorrentes da crise do setor aéreo, os problemas decorrentes de atentados terroristas e guerras em várias partes do mundo.

A incerteza decorrente da crise da economia mundial, com a redução da atividade econômica, as fortes variações cambiais e outros fatores que influenciam o comportamento dos passageiros têm contribuído para reduzir os fluxos turísticos internacionais, prejudicando a indústria do turismo.

As empresas de transporte aéreo passam por profundas reformas, com corte de pessoal, procurando otimizar a utilização de suas frotas, reajustando-se para enfrentar essa conjuntura econômica mundial difícil, em que há queda de receita, prejuízos financeiros decorrentes de endividamento e outros compromissos assumidos em moeda estrangeira.

Os conflitos mundiais e até mesmo o surgimento de epidemias, como a chamada pneumonia asiática, têm contribuído para reduzir a quantidade e as distâncias das viagens aéreas, muitas vezes agora restritas aos países limítrofes e de mesma cultura.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nesse quadro de dificuldades desejo ressaltar o importante papel desempenhado pela Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV), cujos operadores facilitam o desenvolvimento da indústria turística, com o planejamento de viagens nas melhores condições.

As agências de viagem favorecem a aquisição de pacotes turísticos com preços favoráveis, facilitando viagens familiares e de grupos com interesses comuns (profissionais, culturais, religiosos e de organizações sociais).

Com isso, as agências de viagem contribuem para manter ou criar novos postos de trabalho, gerando renda, divisas, receita tributária e contribuindo para um melhor relacionamento entre os povos e para o desenvolvimento da economia e da cultura do Brasil.

Quero, neste momento, expressar meus cumprimentos a todos os agentes de viagem do Brasil, na pessoa do Presidente da ABAV, Dr. Tasso Gadzanis, que vem realizando um importante trabalho para o desenvolvimento do turismo no Brasil.

Certamente, a 31ª Exposição de Turismo da ABAV, a ser realizada na cidade do Rio de Janeiro em outubro deste ano, será um evento de grande importância para o turismo nacional, que contribuirá decisivamente para fomentar o setor. Assim, cremos, se poderá superar todas as dificuldades decorrentes da recessão mundial, dos conflitos armados e de outros obstáculos que dificultam o desenvolvimento do turismo.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/11/2003 - Página 35780