O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Augusto Botelho, Srªs e Srs. Senadores, brasileiras e brasileiros que nos assistem graças a um sistema de comunicação muito eficiente, o qual agradecemos, que são a TV e a Rádio Senado.

Ao término desta sessão, gostaríamos de usar a palavra, somando-nos às sábias e fortes palavras já pronunciadas anteriormente pelo bravo Senador Paulo Paim e pela brava Senadora do Nordeste, Heloísa Helena em relação à reforma da Previdência.

Em primeiro lugar, homenageio o meu Partido, o PMDB, de Ulysses Guimarães, assim como também o Senador do Piauí, Heráclito Fortes, da intimidade de Ulysses Guimarães.

Sr. Presidente, dos ensinamentos de Ulysses - e faço minhas as suas palavras -: “Governados sim; escravos nunca”! Eis a terrível questão!

Olhem para a mensagem daquele que fez renascer a democracia neste País. Atente bem, Senador Garibaldi Alves Filho, Ulysses é o nosso Líder, que teve a coragem de enfrentar a ditadura! Dizia ele: “Ouça a voz rouca das ruas”. Sei que o Governo é forte, mas atentem bem para o que ensinou Ulysses Guimarães, Senador Garibaldi. O nosso Partido está sendo assaltado. Nós representamos aquele que está “encantado” no fundo do mar. Olhe o que ele nos ensinou: “Ninguém pode tudo; sobretudo, ninguém pode sempre”. Esta é a mensagem de humildade que ele dá para os que estão no Governo. “Ninguém pode tudo; ninguém pode sempre”. Atentem bem! Refiro-me ao Senador Garibaldi Alves Filho, porque S. Exª é do nosso PMDB de luta. Ulysses dizia, inspirado em Abraham Lincoln, que libertou os escravos: “Democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo”. Abraham Lincoln nos ensinou: “Não faça nada contra a opinião pública, que malogra. Tudo, com a opinião pública, tem êxito”.

Este Governo está afrontando a opinião pública.

Senador César Borges, é preciso abrir a mente dos tontos do Planalto para o que é opinião pública e opinião publicada. Eles estão com a opinião publicada, Senador Leonel Pavan! Eles estão com a escola de Joseph Goebbels, que trouxe ao mundo a força de Hitler, que diz: “Uma mentira repetida se torna verdade”. É mentira o desemprego? Duda Mendonça pode esconder o desemprego, que é a causa de tudo: fome, da falta de segurança e agora do desmonte do serviço público por intermédio dessa reforma?

Atentem para o que significa “opinião pública”. Não é “opinião publicada” e paga com o dinheiro dos que têm fome, dos que sofrem e que não têm habitação. Eles estão confundindo! Eles são tontos! A ignorância é audaciosa por opinião pública. É o que Ulysses dizia: “Ouça a voz rouca das ruas”. Ulysses nos disse que tem-se que perceber a diferença entre estar nas ruas e estar com os que estão na rua. É essa sensibilidade que o nosso líder nos ensinou, Senador Garibaldi Alves. Fique atento para o que ele adverte aos que pensam que são poderosos, Senador Heráclito Fortes: “na instância secular, a opinião pública é o juízo final”. Ela foi mais forte do que o Presidente Nixon, o homem mais poderoso da terra, podendo destruí-la com arma nuclear, destruído pelo crime, via eletrônica, no escândalo de Watergate. Isso é opinião pública. Ela é diferente da opinião publicada, comprada e paga, inspirada pelo Goebbels dos dias de hoje, que é Duda Mendonça. Essa é a diferença.

Senadora Heloísa Helena, aí está a reforma. O Governo sustenta argumentos inconsistentes, falaciosos e esquece a retrospectiva histórica.

Senador Paulo Paim, eu sei mais sobre Previdência do que todos os tontos do Planalto juntos. Primeiro, para se ter Previdência tem que se ter sensibilidade. Quero lhe dizer que ela nasceu do Berzoini, que viveu na Previdência, naquelas caixas vergonhosas da Previ etc. Aí é que está: uma pessoa que foi capaz de fazer aquela maldade com os velhinhos, Senador César Borges!... Aquilo foi um erro administrativo. S. Exª pediu desculpas, pediu até perdão. Um erro administrativo pode ser corrigido - nós, que fomos governadores, sabemos disso -, mas uma lei vai trazer, por anos e anos, a infelicidade, a desgraça dos que trabalharam, dos que construíram este País.

Eu trabalhei no Ipase. Sou pós-graduado, Senador Paulo Paim, pelo Hospital do Ipase. Um dos últimos presidentes do Ipase, amigo de Heráclito Fortes, Clidenor de Freitas, foi cassado pela ditadura. Então, isso é tudo mentira. Do patrimônio do Ipase o governo nunca prestou conta. Já naquele tempo todos os servidores federais contribuíam com 7%, e o governo, que devia depositar 18%, nunca o fez. Parte dos servidores públicos recebe proventos de aposentadoria superiores aos dos trabalhadores do setor privado porque sua contribuição também é superior.