Discurso durante a 165ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações ao pronunciamento da Senadora Ideli Salvatti.

Autor
Leonel Pavan (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Leonel Arcangelo Pavan
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Considerações ao pronunciamento da Senadora Ideli Salvatti.
Publicação
Publicação no DSF de 19/11/2003 - Página 37810
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, SENADOR, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), DEFESA, GOVERNO FEDERAL, ACUSAÇÃO, GESTÃO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, CONTRADIÇÃO, UTILIZAÇÃO, LIBERALISMO, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, ATENDIMENTO, FUNDO MONETARIO INTERNACIONAL (FMI).
  • DENUNCIA, PERDA, SERVIDOR, TRABALHADOR, REFORMULAÇÃO, PREVIDENCIA SOCIAL.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero dizer que é lamentável usar-se a tribuna para, ainda, se fazer defesa olhando pelo retrovisor. É lamentável usar-se a tribuna para argumentar que nada foi feito até agora, usando o retrovisor. Pertenço a uma composição, em Santa Catarina - PSDB e PMDB -, e me orgulho de poder ter contribuído na eleição de Luiz Henrique, porém não sou advogado de seus atos e de nenhum representante do PSDB, assim como o Senador Mão Santa não é advogado dos atos do PMDB, que é base do Governo.

Mas quero fazer aqui uma reflexão. Ou a Senadora Heloísa Helena e o Senador Paulo Paim não estavam no PT, no passado ou, hoje, estão blefando, porque S. Exªs vivenciaram os debates na Câmara Federal e no Senado, porque S. Exªs ergueram a bandeira da mudança, porque S. Exªs diziam realmente que a política empregada no passado era uma política neoliberal.

Hoje, não é o Pavan, não é A, B ou C, ou pessoas que fazem oposição a Lula que estão falando. É a imprensa nacional que diz que a política exercida pelo atual Governo é arcaica, essa, sim, neoliberal. E, quando nos referimos a debates, no passado, quero dizer que participei de debates nas universidades, nas rádios, na televisão, na campanha eleitoral, em Santa Catarina, quando o diabo, o demônio do Governo era o acordo com o FMI.

Alertamos aqui os padres e os bispos que percorreram as ruas do Brasil, motivados pela campanha do PT, em um plebiscito contra a Alca e contra o FMI. Hoje, tais pessoas têm de andar com um tomate vermelho no nariz, porque foram feitos de palhaços - tudo aquilo que contestaram no passado, estão fazendo hoje.

Ora, quem disse que, na reforma da previdência, não se poderia mexer com os servidores públicos, Senadora Heloísa Helena? Foi o atual Presidente, que, em entrevista à CBN, chamou de mentirosos e farsantes aqueles que, no passado, diziam que, se o PT vencesse, modificaria a Previdência. Está gravado na imprensa, nas rádios, nos jornais, e é do conhecimento de todos.

O que digo é o que penso há muito tempo. No PDT, ao lado do PT, condenávamos inclusive a mini-reforma realizada por Fernando Henrique Cardoso. E éramos até agressivos, às vezes, ao contestar o que faziam com os servidores públicos. Eu não mudei. Continuo o mesmo, defendendo os servidores públicos. Lamento que só se faça conta favorável ao Governo. Ou todos os servidores, todos os trabalhadores do Brasil não sabem fazer contas.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC) - Está escrito: vão perder. Fazem contas e vão perder de todas as formas. Lamentavelmente, o Governo vira as costas, o pai vira as costas aos filhos e trai os servidores públicos, e ainda costuma fazer política olhando o passado.

Para finalizar, Sr. Presidente, o Orçamento do Governo passado para o presente exercício teve como Relator o ex-Senador Sérgio Machado, que foi nomeado, Senador Mão Santa, Presidente da Transpetro, um alto cargo no atual Governo.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC) - Aprovaram o Orçamento, dando cargo ao Sr. Sérgio Machado.

Então, parem de fazer política olhando pelo retrovisor. Olhem para frente e comecem a trabalhar, porque já se passou um ano, e nada fizeram!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/11/2003 - Página 37810