Pronunciamento de Arthur Virgílio em 21/11/2003
Discurso durante a 168ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Convenção Nacional do PSDB. (como Líder)
- Autor
- Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
- Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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PREVIDENCIA SOCIAL.:
- Convenção Nacional do PSDB. (como Líder)
- Publicação
- Publicação no DSF de 22/11/2003 - Página 38485
- Assunto
- Outros > PREVIDENCIA SOCIAL.
- Indexação
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- REGISTRO, POSIÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), REJEIÇÃO, PROPOSTA, REFORMULAÇÃO, PREVIDENCIA SOCIAL, CRITICA, ALTERAÇÃO, PARIDADE.
- SAUDAÇÃO, CONVENÇÃO NACIONAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), ELEIÇÃO, JOSE SERRA, PRESIDENTE, HOMENAGEM, MEMBROS, ELOGIO, DIGNIDADE, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, EXERCICIO, OPOSIÇÃO, GOVERNO.
O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Como Líder. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sobre essa questão da paridade, a Senadora Heloisa Helena acaba de demonstrar que é mais fácil alguém ganhar na loteria esportiva do que ser sorteado pelos critérios que o Governo expôs.
Por isso é que se forma uma convicção cada vez mais forte na nossa Bancada, amplamente majoritária, de se rechaçar, já na inicial, essa proposta do Governo pelos defeitos que ela tem. Nada contra a idéia de reformar, mas tudo contra a idéia de uma reforma irracional e que, ao mesmo tempo, não é sensível do ponto de vista social. Muita maldade para pouco resultado fiscal. Essa discussão, que é muito livre num partido de homens livres como o PSDB, flui. E sabe o Senador Antero Paes de Barros que a posição majoritária, já largamente hoje, é de se rechaçar, na inicial, a proposta que o Governo faz.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o PSDB hoje está em festa. Faz uma convenção depois de quase um ano do Governo Lula e há pouco mais de um ano do resultado eleitoral do segundo turno. Chega a essa convenção unido em torno do candidato que lançamos à Presidência da República, Senador José Serra, de suas lideranças maiores, como os governadores de Estado, figuras expressivas da vida política brasileira, como o Senador Tasso Jereissati - falo dos governadores, citando, por exemplo, de Geraldo Alckmin e Aécio Neves - sem contarmos com a liderança mais consolidada expressiva que temos dentre tantas lideranças consolidadas e expressivas, que é o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso.
O fato é que chegamos unidos e fortes, sabendo que a principal trajetória a percorrer no nosso caminho de volta para o Governo deste País haverá de ser a organização partidária mesmo. Quero saudar, portanto, cada militante tucano que veio a Brasília, cada dirigente, nacional, estadual, cada parlamentar, falando um pouco da característica básica do meu Partido. É um partido vocacionado para o poder, mas com dignidade para fazer oposição. Um partido que, quando ganha, governa com dignidade; quando perde, faz oposição construtiva, forte, firme, com dignidade. Esta é a marca do PSDB: a dignidade.
O PSDB, na sua fase eleitoral mais difícil, obteve 33 milhões de votos para Presidente da República e classificou seu candidato para o segundo turno. Nessa mesma fase eleitoral crítica, obteve a segunda maior votação para Deputado Federal, embora, pelos defeitos da lei eleitoral, tenha feito apenas a quarta bancada. Elegeu 7 governadores de Estado, entre os quais os titulares dos dois maiores Estados do País: São Paulo e Minas Gerais. Ou seja, um partido provado e testado na urna, um partido provado e testado na administração, um partido que se prova e se testa, mais uma vez, que nasceu na oposição, que nasceu de uma dissidência do poder para fazer oposição, provado e testado na oposição, antes volta para se provar e se testar na oposição..
Sempre tenho dito que as manobras palacianas para esvaziar o PSDB são inúteis. Fizeram-nos um favor, fizeram em nós uma lipoaspiração, tiraram de nós alguns quilos de gordura, pessoas que não estavam adaptadas à luta de oposição, que faz parte da trajetória democrática de alguém. Quem ganha governa, quem perde fiscaliza. Então, o PSDB, musculado até pela ação fisiológica do Governo, sabe que, na primeira eleição, tudo que nos tiraram pela via artificial da fisiologia, Senador José Jorge, nos será devolvido com juros e correção monetária. Vamos recuperar cadeiras de Deputado, vamos à luta nas Prefeituras agora. Em outras palavras, o PSDB é um partido duradouro, não é partido-motel, não é partido para alguém se acomodar nele, entrando ou saindo de acordo com suas conveniências. O PSDB é um partido que veio para ficar, que veio para perder eleições, quando o povo quiser, e aí será oposição. Veio para ganhar eleições, quando o povo quiser, e aí será governo onde quer que o povo queira que ele seja governo.
Quero, finalmente, dizer que, na prestação de contas que faço da atuação da bancada aqui, tenho que a minha bancada é brava, coerente, conseqüente e que tem sido muito bem apoiada, ela que também tem procurado dar reciprocidade pela bravura e pela coerência dos Senadores do seu partido, o PFL. É uma dobradinha que tem funcionado, mostrado maturidade, densidade.
O Sr. Sibá Machado (Bloco/PT - AC) - Permite-me V. Exª um pequeno aparte?
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa) - Senador Sibá Machado, a Presidência foi advertida pelo Senador Eurípedes Camargo, do seu Partido, de que necessita do tempo para usar da palavra. Eu lembraria ao grande e extraordinário Líder deste País, Arthur Virgílio, para cumprir o tempo. S. Exª falou de muitas grandezas, mas a grandeza maior que tem é o exemplo do seu pai na ditadura, combatendo os atos institucionais neste plenário, que V. Exª continua a engrandecer.
O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB-AM) - Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. JOSÉ JORGE (PFL - PE) - Sr. Presidente, para uma questão de ordem. Também gostaria de dizer que ainda quero falar, porque tenho que ir para a Convenção do PSDB.
O SR. PRESIDENTE (Mão Santa) - É justamente o nosso compromisso. V. Exª terá o uso da palavra, Senador José Jorge. Depois, o Senador Eurípedes Camargo.
O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Sr. Presidente, encerrarei em quinze segundos, dizendo apenas que o PSDB tem orgulho do esforço que vem envidando. Faz oposição, e aqui no Senado cumprimos a nossa parte do dever.
Que cada tucano, em qualquer rincão do País, em qualquer setor da atividade pública, cumpra com o seu próprio dever. Esse é o nosso caminho para nos credenciarmos sempre à confiança do povo. É o nosso caminho para nos credenciarmos ao trabalho construtivo, produtivo, eficaz, eficiente, generoso e sensível em favor do Brasil e da nossa gente.
Muito obrigado, Sr. Presidente, pelas suas palavras sempre generosas na direção deste seu humilde colega do Amazonas.
Era o que tinha a dizer.