Pronunciamento de Valmir Amaral em 25/11/2003
Discurso durante a 170ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comemoração, hoje, do Dia Internacional para Eliminação da Violência contra a Mulher.
- Autor
- Valmir Amaral (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/DF)
- Nome completo: Valmir Antônio Amaral
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.
FEMINISMO.:
- Comemoração, hoje, do Dia Internacional para Eliminação da Violência contra a Mulher.
- Publicação
- Publicação no DSF de 26/11/2003 - Página 38894
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM. FEMINISMO.
- Indexação
-
- HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, COMBATE, VIOLENCIA, VITIMA, MULHER.
- COMENTARIO, DADOS, ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAUDE (OMS), ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), OCORRENCIA, CRIME, VITIMA, MULHER.
- JUSTIFICAÇÃO, PROJETO DE LEI, AUTORIA, ORADOR, AUMENTO, PENALIDADE, AUTOR, AGRESSÃO, VITIMA, MULHER.
O SR. VALMIR AMARAL (PMDB - DF. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente. Srªs e Srs. Senadores, hoje, 25 de novembro, é o Dia Internacional contra a Violência sobre a Mulher.
Foi no dia 25 de novembro de 1960 que, na Republica Dominicana, três irmãs foram brutalmente assassinadas a mando do Ditador Rafael Trujilo. Chamavam-se Pátria, Minerva e Maria Teresa e ficaram conhecidas como as irmãs Mirabal.
Eram mulheres de fibra, participavam do movimento político de seu País e, aos olhos do Ditador um perigo à manutenção de seu poder. Um Ditador.
Foram estranguladas e seus corpos foram encontrados, com muitos ossos quebrados no fundo de um precipício. Foi tão brutal que nasceu daí um espírito de luta no povo dominicano que culminou com a queda de Rafael Trujilo, que foi assassinado em 30 de maio de 1961 e cujo regime autoritário desapareceu daquele País irmão.
A ONU, em 1999, reconheceu este dia oficialmente como o Dia Internacional contra a Violência sobre a Mulher, em homenagem à vida daquelas irmãs, à história delas.
Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, segundo a OMS, num Relatório Mundial sobre a Violência e a Saúde, a propósito da celebração na segunda-feira (25) do Dia Internacional contra a Violência sobre as Mulheres, 7% das mulheres mortas entre os 15 e os 44 anos são vítimas de violência. O Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, em sua mensagem sobre esse Dia, afirmou que "as mulheres idosas enfrentam maior risco de exposição à violência física e psicológica" e, quanto às mais novas, "não serem objeto de coação, práticas prejudiciais e exploração sexual".
Continua o relatório, segundo o qual, perto da metade das mulheres que são assassinadas, o autor ou são os maridos ou os namorados, com quem vivem ou de quem se separaram. É tão alarmante que a Organização Mundial de Saúde fez um apelo aos governos mundiais para que tomem providências sérias e urgentes no sentido de reverter o atual quadro.
Eu venho humildemente fazendo a minha parte, dentre outras ações cito o Projeto de Lei do Senado nº 399, de 2003, de minha autoria, que apresentei nesta nobre Casa legislativa, no dia 23 de setembro passado, que busca aumentar a pena no caso de lesão dolosa contra a mulher, que está com o ilustre Senador Demóstenes Torres, para emitir relatório. Fico tranqüilo com o fato de saber que o nobre Relator do Projeto é um homem que tem demonstrado, com suas atitudes nesta Casa, uma preocupação para com tema de tamanha importância.
Tem também o Projeto de Lei do Senado nº 449, de 2003, apresentado ao Senado no dia 03 de novembro próximo passado, que pretende dar maior proteção à mulher, criança e adolescente. Hoje está com o Senador Magno Malta, um Senador atuante, que, tenho a certeza, oferecerá o mais breve possível ao nosso conhecimento o conteúdo de seu relatório, espero que favoravelmente.
Certa vez um grande líder disse que o preço da liberdade é a constante vigilância. É o preço. Paguemos. É hora de mudarmos a maneira com a qual estamos enfrentando tal chaga da sociedade. Não há mais espaço para vendas em nossos olhos, e ação deve ser contundente e eficaz no prumo de proteger a mulher do seu agressor.
As penas devem ser mais duras; o processo penal tem que ser mais célere. Não se pode mais suportar o peso da displicência e do descaso.
De qualquer modo, não poderia deixar de lembrar esse dia. Não se trata de uma comemoração, pois, hoje, não há o que comemorar. Devemos, isto sim, estar vigilantes, alertas e de tomamos medidas urgentes e necessárias para coibir a violência covarde e criminosa por que passam mulheres neste País e no mundo.
Era o que tinha dizer, Sr. Presidente.
Muito obrigado.