O SR. VALMIR AMARAL (PMDB - DF. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Cruzeiro, que foi fundado para abrigar os primeiros servidores públicos transferidos da antiga Capital da República, o Rio de Janeiro, para a nova Capital, Brasília, que mal começava a ser construída, completa nesse domingo, dia 30, quarenta e quatro anos de existência. Sua história, entretanto, remonta à época das primeiras iniciativas que tinham por objetivo mudar a Capital para o interior do País, pois naquela região se instalou a chamada Missão Cruls, que viria a demarcar a área do futuro Distrito Federal.

Hoje, o Cruzeiro é uma próspera cidade, com um comércio diversificado e um estilo de vida que mescla a modernidade com uma tradição de intensa vida comunitária, refletindo os hábitos trazidos do Rio pelos primeiros moradores. Sendo a cidade mais próxima de Brasília em todo o Distrito Federal, sua área encontra-se dentro da poligonal de tombamento do Plano Piloto, motivo por que o Cruzeiro integra o Patrimônio Histórico e Artístico da Humanidade.

O dia 30 de novembro de 1959 foi estabelecido como a data oficial de fundação do Núcleo Urbano do Cruzeiro, pelo Governo José Aparecido de Oliveira, por meio do Decreto nº 10.972, de 30 de dezembro de 1987. Entretanto, como já mencionamos, a região onde a cidade se instalaria começou a ser ocupada em 1955, com a desapropriação das terras que formavam a Fazenda Bananal. As primeiras moradias, blocos de casas geminadas, começaram a ser construídas em 1958. O Cruzeiro era, então, um bairro de Brasília, projetado pela equipe do urbanista Lúcio Costa, e seu nome oficial era Setor de Residências Econômicas Sul - SRE/S. Com a inauguração de um conjunto de edifícios naquela região, na década de 1970, a área onde se situavam as primeiras moradias passou a ser chamada Cruzeiro Velho, dando-se a denominação de Cruzeiro Novo à área dos prédios de apartamentos.

Na década seguinte, anos 80, foram inauguradas as Áreas Octogonais, e, em 1989, criou-se o Setor de Habitações Coletivas Sudoeste, completando as grandes áreas residenciais que hoje integram a cidade. Finalmente, a Lei nº 49, de 25 de outubro de 1989, em seu artigo 9º, criou a XI Região Administrativa do Distrito Federal, ou Região Administrativa do Cruzeiro.

Trata-se, Srªs e Srs. Senadores, de um local que une a um só tempo tradição e modernidade, que dispõe de excelente infra-estrutura e cuja localização facilita o deslocamento de seus moradores para os ambientes de estudo ou de trabalho. Há que se salientar, ainda, que o Cruzeiro registra um dos menores índices de violência de todo o Distrito Federal.

Essas condições justificam o seguinte comentário, retirado do site da Administração Regional: “O Cruzeiro, sendo uma das regiões administrativas mais próximas do centro de Brasília, é um local privilegiado para viver e morar. Esse é o retrato atual de uma cidade que foi planejada para atender às necessidades que a nova Capital demandava. Observando a cidade hoje, é possível constatar a qualidade de vida que seus habitantes têm: áreas reservadas para lazer, praças, áreas verdes e parques. Com um começo marcado por dificuldades, atualmente a comunidade cruzeirense tem um espaço do qual pode se orgulhar, reconhecido em todo o Distrito Federal por sua identidade própria, expressa no carnaval, no samba, no pagode e nos títulos esportivos conquistados em competições locais, regionais e nacionais.”

De fato, o Cruzeiro tem uma identidade própria, com notável influência da vida carioca - legado de seus primeiros habitantes. Pode-se, mesmo, afirmar, sem hesitação, que o Cruzeiro é a mais carioca de todas as cidades do Distrito Federal, condição que se consolidou com o surgimento, em 1961, da Associação Recreativa e Cultural Unidos do Cruzeiro - ARUC.

O nome da cidade, que desperta a curiosidade de muitas pessoas, foi uma reivindicação dos próprios moradores, que não se acostumaram com a denominação oficial de Setor de Residências Econômicas Sul. A região, inicialmente, era conhecida como Cemitério, devido ao seu isolamento nos primórdios da construção de Brasília, ou Bairro do Gavião, dada a presença de grande número dessas aves no local.

O nome Cruzeiro foi adotado pela existência, nas proximidades, mais exatamente no Eixo Monumental, do monumento em forma de cruz que marcou o local onde se realizou a Primeira Missa de Brasília.

Com uma área de 8,99 quilômetros quadrados, a cidade é constituída, atualmente, por quatro grandes áreas residenciais: Cruzeiro Velho, com 1.889 casas; Cruzeiro Novo, com 7.300 apartamentos; Área Octogonal, com 3.300 apartamentos; e Setor Sudoeste, com 13.108 apartamentos. Ao todo, sua população ultrapassa 64 mil habitantes, de acordo com o censo 2000.

Suas atividades econômicas, tradicionalmente, concentraram-se no setor de serviços, com destaque para os estabelecimentos do Cruzeiro Center, do Centro Comercial do Cruzeiro e da Feira Permanente; e, mais recentemente, ganharam novo impulso, com a criação do Setor de Oficinas do Sudoeste e a inauguração do Terraço Shopping. 

Apesar de todas essas vantagens, a população do Cruzeiro tem algumas reivindicações ainda não atendidas, como é natural. Entre essas, está a limitação física, que dificulta o desenvolvimento das atividades econômicas, bem assim algumas deficiências na iluminação pública ou na oferta de lazer.

Ao ensejo do seu quadragésimo quarto aniversário, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero cumprimentar a população do Cruzeiro, parabenizando-a pela excelente qualidade de vida de que dispõe, e que não é fruto apenas da iniciativa governamental, mas também resultado da operosidade e da mobilização da própria comunidade. E quero, ainda, apelar ao Governador Joaquim Roriz para que continue dando à cidade a atenção que seus moradores reivindicam, retribuindo, assim, a contribuição que aquela comunidade tem dado para o desenvolvimento local e de todo o Distrito Federal.

Muito obrigado.