Discurso durante a 174ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários à publicação em nota do Radar, da revista Veja, sobre a ofensiva publicitária para comemorar o primeiro ano do mandato do governo petista.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. HOMENAGEM.:
  • Comentários à publicação em nota do Radar, da revista Veja, sobre a ofensiva publicitária para comemorar o primeiro ano do mandato do governo petista.
Publicação
Publicação no DSF de 03/12/2003 - Página 39757
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. HOMENAGEM.
Indexação
  • COMENTARIO, NOTICIARIO, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), PREPARAÇÃO, GOVERNO, PUBLICIDADE, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO, GESTÃO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • QUESTIONAMENTO, INCOERENCIA, PUBLICIDADE, GOVERNO, AUSENCIA, CRESCIMENTO ECONOMICO, REDUÇÃO, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), AUMENTO, DESEMPREGO, DIFICULDADE, COMBATE, FOME, POBREZA.
  • INFORMAÇÃO, SOLICITAÇÃO, SENADO, VOTO, CONGRATULAÇÕES, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, NOTICIARIO, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DIVULGAÇÃO, RELATORIO, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIMENTAÇÃO E AGRICULTURA (FAO), REDUÇÃO, FOME, BRASIL, PERIODO, ANTERIORIDADE, GOVERNO.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o noticiário dos últimos dias informa que o Palácio do Planalto prepara uma grande ofensiva publicitária para comemorar o primeiro ano do mandato do governo petista.

Segundo uma nota do Radar, da Veja, a frase de efeito, preparada pela equipe de Duda Mendonça, será “O ano-novo já começou”, baseada, ainda segundo a revista, “na onda do ainda incipiente crescimento da economia.”

Estou imaginando que a equipe publicitária do Planalto - o único setor que cresce neste Governo - vai ter que gingar desesperadamente, remando com um só remo, para ver se desse saracoteio consegue descobrir algum crescimento.

A dificuldade existe porque, sabe a Nação, que os últimos índices econômicos do País apontam crescimento zero do PIB de 2003, ao lado de elevado índice de desemprego. Aliás, lamentavelmente, o desemprego é o que cresce no Brasil, sem que Lula consiga sequer começar a criar os prometidos 10 milhões de empregos.

O Governo petista nem mesmo conseguiu escapar do zero no tão propalado programa Fome Zero. No caso, foi zero à esquerda. Nada se conseguiu, nada foi feito.

            Em contrapartida, as lideranças petistas, em sua costumeira afoiteza, chegaram a proclamar, deste Plenário, como feito do Governo Lula a queda do índice da fome no Brasil, divulgada pela FAO. Não leram direito. Atiraram no que viram e acertaram no que não viram. O Relatório da FAO refere-se aos anos 90, portanto durante a gestão FHC.

Por isso, requeri hoje ao Senado um voto de aplauso a Fernando Henrique Cardoso. O mérito é dele, como, a propósito, noticia a Revista Veja desta semana, na coluna sobe, do sobe-desce brasileiro. A nota diz:

Fernando Henrique Cardoso. Um relatório da FAO informa que, durante sua gestão, o Brasil foi um dos poucos países pobres que conseguiram diminuir a fome.

O PT, no entanto, não precisa brigar pela apropriação de méritos. Na mesma edição de Veja, na mesma seção sobe-desce, mas no lado do desce, há um registro para o Governo PT, que é o seguinte:

Emprego no Brasil

O IBGE informa que, em outubro, a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas foi de 12,9%, contra os 11,25% em outubro do ano passado.

Volto à Veja desta semana. Logo no começo, na página 9, em Carta ao Leitor, diz a revista que nem sempre há alegria quando o jornalismo acerta em cheio em suas previsões.

Explica que os dados do IBGE, divulgados na semana passada, confirmam “as sombrias previsões feitas por uma reportagem, publicada em julho com a chamada de capa: O Brasil apagou - a economia do País está parada e não haverá o espetáculo do crescimento tão cedo.

O texto de Veja lembra que, em julho, circularam previsões de crescimento do PIB brasileiro de até 3% para este ano, a partir do segundo semestre. Só que os dados do IBGE mostram que, nos últimos nove meses, exatamente os do Governo Lula, a economia recuou em relação a igual período do ano passado, ainda no Governo FH C. E conclui a revista, para tristeza geral:

Feitos todos os ajustes finos, tem-se que neste ano o PIB nacional deverá ter uma expansão igual a zero. Ou abaixo de zero. A economia está estagnada, mas isso não é tudo. O desemprego está em alta e a renda em baixa.

O único fato verdadeiro em todo esse cipoal de zero às pamparras é que o Governo ainda não se deu conta de que, se o País não crescer pelo menos 4% ao ano, não haverá como absorver a população economicamente ativa.

Estou até achando que o Governo teme que a coleção de zeros vai chegar também ao próprio índice de popularidade do Presidente. Até aqui, o Presidente embala seu governo em cima de sua própria popularidade. Mais tarde, só restará o velho refrão: “E agora, José?” Ou Luiz?

Também só não é zero o ímpeto com que o Governo segue gastando, a ponto de já existir o jargão “A Presidência vai às compras”. Está também na Veja. O Palácio prepara-se para comprar 8 mil (isso mesmo, 8 mil) distintivos metálicos de lapela para identificar seus convidados nas viagens oficiais, como o cozinheiro de Pernambuco. E, além dos distintivos, o Palácio vai comprar 40 cassetes elétricos. Será que é para espancar eletronicamente o povo, nas aparições de Lula por esse Brasil todo?


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/12/2003 - Página 39757