Discurso durante a 177ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Análise da trajetória do PT. Comentários a respeito da pretensa gafe do Presidente Lula em jantar com o Presidente da Síria.

Autor
Eurípedes Camargo (PT - Partido dos Trabalhadores/DF)
Nome completo: Eurípedes Pedro Camargo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
  • Análise da trajetória do PT. Comentários a respeito da pretensa gafe do Presidente Lula em jantar com o Presidente da Síria.
Publicação
Publicação no DSF de 06/12/2003 - Página 40177
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, ATUAÇÃO, PARTIDO POLITICO, CONTRIBUIÇÃO, POLITICA NACIONAL, ESCLARECIMENTOS, DEMOCRACIA, DEFINIÇÃO, POLITICA PARTIDARIA.
  • DEFESA, COMPORTAMENTO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, VISITA OFICIAL, PAIS ESTRANGEIRO, SIRIA.

O SR. EURÍPEDES CAMARGO (Bloco/PT - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na verdade, desde o surgimento do Partido dos Trabalhadores, a interpretação sobre o partido e suas atitudes é uma constante na vida brasileira. Ainda bem que o PT enseja esse processo de discussão, por ser um partido vivo, um partido que tem por todos esse carinho, essa demonstração, essa preocupação. Essa inquietação do Partido, na verdade, tem contribuído para sinalizar as suas propostas para a construção da nossa sociedade. O PT tem riqueza de detalhes, ao longo de sua curta trajetória, embora muito profícua e consistente, incluindo a preocupação de todos os brasileiros que colocam essa discussão em pauta.

O Partido dos Trabalhadores se pauta, na verdade, pela política nacional. Não há um dia, no Parlamento brasileiro ou na imprensa, em que o Partido dos Trabalhadores não esteja estampado em suas páginas. Isso, portanto, reflete toda a pujança deste Partido. Com certeza, a composição de posições diferenciadas no Partido tem, dentro de sua metodologia e estrutura, todo um processo em que as questões são discutidas e do qual se tenta extrair um consenso.

A partir do consenso, o Partido passa, então, a entender a sua posição e a de todos os seus integrantes. Até lá, as discussões internas do Partido permeiam a questão democrática. A democracia é respeitada em seu dia-a-dia. Não sou um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, mas tenho nele toda uma trajetória, e já exerço o meu terceiro mandato, e o fiz de forma diferenciada: fui Líder da Oposição e da Situação da minha Bancada, aqui, no Distrito Federal; pertenci ao Governo tanto em nível federal quanto distrital. Agora, estamos vivendo um momento inverso. Mas entendo a posição do Partido nessa construção.

Com certeza, há agenda para essa discussão: será no próximo final de semana, em São Paulo. Historicamente, temos reuniões do Partido, durante o ano, para se dirimirem as dúvidas. Nessas ocasiões são discutidos temas como a constituição do Partido, suas linhas e trajetória.

Aproveito o momento para lembrar que o Presidente Lula, desde o início de seu Governo, tem visitado vários países. Por esse fato, tem recebido mais aplausos que críticas, sendo essas críticas pontuais, mais por comportamento do que por lisura e importância dessas visitas.

Ontem os jornais O Globo, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo trouxeram matérias sobre pretensas gafes cometidas. Hoje, O Globo se retrata com a matéria intitulada: “O brinde e a tradução”, de autoria de Ricardo Galhardo, com o subtítulo: “Lula não cometeu gafe ao saudar sírios”.

Na matéria, o jornalista se reporta ao Dicionário Aurélio, para definir a palavra brinde: “palavra de saudação a alguém no ato de beber”. E que “tanto faz se com bebida alcoólica ou não”, acrescentando palavras da cerimonialista Helena de Brito e Cunha, que completa: “Elegante mesmo é usar champanhe, mas brindar com água não é uma gafe. Nem aqui nem na Síria. Que fique registrado, portanto, o Presidente Lula não cometeu gafe ao propor um brinde aos presentes no jantar que lhe foi oferecido pelo Presidente da Síria”.

Na matéria, o jornalista cita outras situações, ocorridas com outros Presidentes, no mundo árabe e muçulmano, em que brindaram da mesma forma.

Era o registro que tinha a fazer a respeito da situação, cuja crítica, talvez, tenha sido precipitada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/12/2003 - Página 40177