Discurso durante a 155ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem de pesar pelo falecimento da professora, jornalista, romancista, cronista, teatrologa e acadêmica, Rachel de Queiroz.

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem de pesar pelo falecimento da professora, jornalista, romancista, cronista, teatrologa e acadêmica, Rachel de Queiroz.
Publicação
Publicação no DSF de 05/11/2003 - Página 35187
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, RACHEL DE QUEIROZ, ESCRITOR, ESTADO DO CEARA (CE), PERSONAGEM ILUSTRE, LITERATURA BRASILEIRA, REPRESENTAÇÃO, MULHER, ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS (ABL), IMPORTANCIA, OBRA LITERARIA.

            O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, associo-me, como também o meu Partido, às homenagens de pesar pelo falecimento de Rachel de Queiroz.

            O Presidente José Sarney acaba de traçar o seu perfil com a competência que lhe é própria e o conhecimento de causa de Senador e Acadêmico.

            Conheci Rachel de Queiroz, figura excepcional da literatura brasileira, que rompeu com O Quinze, um romance brasileiro, a situação vivida até hoje pelo Nordeste do nosso País. Conheci Rachel pela sua bondade. Generosa e simples. Foi uma das figuras maiores do romance brasileiro.

            O Senador José Sarney citou a figura de José Américo, com A Bagaceira; José Lins do Rego, com seus vários livros, um deles Menino de Engenho; Graciliano Ramos, sobretudo com Memórias do Cárcere - aliás, um livro que todos deveriam ler para aprender o que é o sistema ditatorial; e o nosso Jorge Amado, com sua vasta literatura, que empolgou o mundo.

            Conheci Rachel de Queiroz, uma figura humilde, embora altamente competente na literatura, no teatro e em todas as atividades em que ela fez crescer, no País, a mulher brasileira. Foi a primeira acadêmica. Sobretudo foi uma figura que não quis postos de destaque na política nacional, embora tenha sido convidada, em 1964, para exercer o cargo de Ministra da Educação, pelo Presidente Castello Branco. Quis o destino que o próprio Presidente Castello Branco, quando de sua morte, se ligasse a Rachel de Queiroz. Foi ele ao Ceará, sua terra, e rumou para um Município que tem um nome singular, próprio talvez para Rachel, denominado Não me Deixes; voltando de Não me Deixes, houve um desastre com o pequeno avião em que viajava o Presidente Castello Branco e alguns membros de sua família, inclusive um irmão seu.

            Rachel de Queiroz, desde àquela época, era figura de impressionar a todos os brasileiros, embora só tenha ingressado na Academia em 1977. Agora há pouco, eu soube que a Academia de Letras do Ceará tinha o preconceito de não permitir a quem não vivesse no Estado ser acadêmico. Por isso ela só foi acadêmica no Ceará, seu Estado, 20 anos depois de tê-lo sido na Academia Brasileira de Letras.

            Perde assim o País, na figura de Rachel de Queiroz, uma grandiosa mulher, uma figura notável da literatura. Perde o Ceará - há pouco, o Senador Tasso Jereissati se dirigiu ao Rio de Janeiro para participar do seu velório -, perde não só a Academia Brasileira de Letras, perde, como disse o Presidente José Sarney, o Brasil uma das figuras maiores da literatura nacional.

            Neste instante, não só em meu nome, mas sobretudo em nome do PFL, trago esse voto de pesar do nosso Partido, que é o do Brasil, pelo falecimento de Rachel de Queiroz, essa grande figura brasileira.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/11/2003 - Página 35187