Pronunciamento de Alvaro Dias em 11/12/2003
Discurso durante a 183ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Decisão do Supremo Tribunal Federal que suspende os efeitos da lei do Estado do Paraná que proibia uso dos transgênicos naquele estado. Aumento da violência no Estado do Paraná.
- Autor
- Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
- Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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ESTADO DO PARANA (PR), GOVERNO ESTADUAL.:
- Decisão do Supremo Tribunal Federal que suspende os efeitos da lei do Estado do Paraná que proibia uso dos transgênicos naquele estado. Aumento da violência no Estado do Paraná.
- Publicação
- Publicação no DSF de 12/12/2003 - Página 40826
- Assunto
- Outros > ESTADO DO PARANA (PR), GOVERNO ESTADUAL.
- Indexação
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- APOIO, DECISÃO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), ACOLHIMENTO, AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE, AUTORIA, DIRETORIO NACIONAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA FRENTE LIBERAL (PFL), SUSPENSÃO, EFEITO, LEI ESTADUAL, ESTADO DO PARANA (PR), PROIBIÇÃO, PRODUTO TRANSGENICO.
- CRITICA, ILEGALIDADE, ATUAÇÃO, GOVERNADOR, ESTADO DO PARANA (PR), PROVOCAÇÃO, PREJUIZO, EMPRESA, COOPERATIVA, PRODUTOR RURAL, EMPRESA DE TRANSPORTE, MANUTENÇÃO, PROIBIÇÃO, EXPORTAÇÃO, SOJA, PRODUTO TRANSGENICO, PORTO DE PARANAGUA.
- GRAVIDADE, FALTA, SEGURANÇA PUBLICA, OMISSÃO, GOVERNADOR, ESTADO DO PARANA (PR), DENUNCIA, AUMENTO, VIOLENCIA, REGIÃO METROPOLITANA, CAPITAL DE ESTADO.
O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado a V. Exª, Sr. Presidente Eduardo Siqueira Campos.
Srªs Senadoras e Srs. Senadores, o Supremo Tribunal Federal acatou, por unanimidade, a Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pelo PFL nacional, suspendendo os efeitos da Lei Estadual 14.162, do Paraná, que considerava aquele Estado livre dos produtos transgênicos. O Supremo suspendeu os efeitos da lei estadual por se tratar de competência privativa da União legislar sobre matéria desta natureza. Tais matérias estão sujeitas a disciplina concorrente da União. No entanto, o Governador do Paraná, acostumado à prepotência verbal, imagina poder impor o arbítrio à lei. Submete-se a uma derrota, mas quem fica com o prejuízo é o Paraná e o seu povo. Acumula enorme prejuízo. Empresas, cooperativas, produtores rurais, transportadores, todos sofrem enormes prejuízos. E o Governador, teimosamente, afirma estar indignado com a decisão do Supremo Tribunal Federal e informa que continua proibida a exportação de soja transgênica pelo Porto de Paranaguá.
Não é só neste caso que o Governador do Estado acumula enorme prejuízo para a população. Está ultrapassando os limites da legalidade e chegando às raias da irresponsabilidade. Vai acumulando, dessa forma, um enorme passivo, que explodirá futuramente sobre os ombros da população do Paraná. Anula contratos de forma arbitrária, sobrepondo-se à lei, como se os governantes não fossem governados pela lei.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Congresso Nacional tem sido convocado insistentemente a legislar em matéria que possa combater o processo crescente da insegurança que campeia no País, da violência que cresce de forma avassaladora.
A sociedade cobra o Estatuto do Desarmamento e a redução da idade para imputabilidade penal, e o Congresso acaba aceitando, como se isso pudesse ser uma panacéia capaz de resolver todos os problemas de segurança do nosso País.
Sabemos que os marginais não temem estatutos, não temem a lei. Os marginais temem a autoridade que impõe a força da lei no combate à violência.
Trago essa questão também porque o Paraná é um exemplo de Estado que está se transformando em paraíso para a violência. Não sou dado a brincar com assunto sério, mas o Governador do Paraná gosta de brincadeira, gosta da ironia, do cinismo, do deboche, principalmente para diminuir pessoas. Se ele pudesse fazer oposição ao seu próprio governo, ele diria que o Governador do Paraná se coloca como “tigrão” diante dos que produzem e trabalham, mas se coloca como “tchutchuca” diante dos que assaltam, dos que roubam e dos que matam, porque o Paraná se transformou em paraíso para a marginalidade.
Há poucos dias, a TV Globo apresentou, no Jornal Nacional, imagens dramáticas de uma população revoltada com a insegurança. No Município de Itaperuçu, na região metropolitana de Curitiba, a população quebrou a delegacia e a prefeitura para manifestar a sua revolta diante da insegurança que campeia solta não apenas naquele Município.
A TV Globo apresentou cenas de uma cidade, pois é evidente que não pode apresentar, todos os dias, todas as cenas da violência que, lamentavelmente, está atormentando a população do Paraná, porque o Governo tem sido incapaz de atender os compromissos com a população e oferecer-lhe condições de segurança.
De nada adiantarão os estatutos, os códigos, a legislação, se as autoridades não se empenharem, de forma rigorosa, no combate à violência no País.