O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) -

11 de Dezembro - Dia Nacional das APAEs

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nenhum de nós sozinho é tão bom quanto todos nós juntos. Esta frase é a essência do Movimento Apaeano Brasileiro. Movimento dos Pais e Amigos dos Excepcionais, ou seja, daqueles que possuem algum tipo de deficiência, seja ela mental, física, visual ou auditiva. Este Movimento, presente em quase todos os municípios do País, comemora hoje, dia 11 de dezembro, o Dia Nacional das APAEs, das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais.

Durante minha trajetória política, utilizei-me inúmeras vezes desta tribuna e também na Câmara dos Deputados, durante três legislaturas, para defender, divulgar e apoiar os interesses deste movimento, do qual faço parte, pois sou pai de um jovem portador de deficiência e, há quase trinta anos, estamos, minha esposa e eu, engajados na luta para que nossos filhos, portadores de deficiência, ou não, sejam respeitados em suas necessidades fundamentais de cidadãos.

A história das APAEs no Brasil teve início em 1954, quando foi fundada a primeira APAE. Era a de Guanabara, atual APAE do Rio de Janeiro. São, portanto, 49 anos de existência. A semente carioca germinou e deu frutos que se espalharam para 2.000 municípios de todo o Brasil.

Neste meio século de vida, o Movimento Apaeano se consolidou como o maior do mundo na luta em defesa dos direitos do portador de deficiência. Em sua essência, o trabalho das APAEs busca cumprir com três objetivos. O primeiro é a prestação de serviços à pessoa com deficiência, buscando qualidade de vida desde sua concepção até a velhice, atuando na área da prevenção de deficiências e acompanhando sua caminhada pela vida. As entidades, sem fins lucrativos, são mantenedoras de escolas especializadas que oferecem educação de qualidade, acompanhamento pedagógico, terapêutico, e profissionalizante, com programas que vão desde a educação precoce, ao ensino profissional dos alunos, pensando sempre em desenvolver suas habilidades em todas as áreas.

Para que as pessoas com deficiência encontrem em casa um ambiente favorável ao seu crescimento e sua sociabilização, as APAEs também apóiam suas famílias para que elas participem desta formação, conheçam e busquem os direitos garantidos constitucionalmente a esta parcela de nossa população. As escolas buscam despertar em cada um seu talento e sua habilidade, estimulando suas famílias para que apóiem e continuem em casa o trabalho realizado no ambiente escolar.

O trabalho destas instituições ultrapassa o limite educacional e social. O Movimento Apaeano busca seus direitos, cobrando o cumprimento das leis que amparam o portador de deficiência, uma participação maior nos orçamentos públicos, que sempre discriminaram o portador de deficiência, e, principalmente, a garantia do exercício da cidadania a este público. É uma luta permanente para que as leis sejam cumpridas, pois elas existem e, muitas vezes, ficam apenas no papel, e, também, para que a sociedade se envolva nesta batalha, para que a pessoa com deficiência seja respeitada e viva feliz, podendo transitar em uma cidade acessível, trabalhar, ter acesso à educação, à saúde, ao esporte, ao lazer, enfim, a tudo o que todos os cidadãos precisam para se sentirem realizados. 

Nestes 49 anos, as APAEs fizeram a história da luta por estes direitos. Conquistamos muitos desafios, vencemos muitos obstáculos e, sem dúvida, progredimos, mas ainda há muito para ser feito. A aceitação destas pessoas como parte integrante de nossa sociedade precisa fazer parte da concepção de todos nós, em todos os setores e em todos os lugares.

Que o Dia Nacional das APAEs seja festejado por todos e seja também uma oportunidade para que aqueles que ainda não conhecem este trabalho visitem uma escola, acompanhem as atividades e se aproximem desta causa que deve ser de todos nós. É um convite a todos!