A SR. IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, a revista Veja desta semana traz a informação de que a Freedom House, instituição americana que avalia o grau de liberdade em diversos países, subiu o conceito do Brasil. O País, que nos últimos dez anos vinha sendo classificado como parcialmente livre, em 2003, teve seu status mudado para livre.

            A avaliação do Brasil modificou-se, fundamentalmente, por três fatores: 1) a ONG considerou justa e livre a última eleição presidencial, inclusive considerando que o fato de eleger uma personalidade como Luiz Inácio Lula da Silva, que tem um claro ingrediente de oposição à ideologia vigente, é um dos grandes sinais da ampliação de liberdade em nosso País; 2) o fortalecimento da sociedade civil, que atingiu um grau elevado de organização; 3) o combate à corrupção, que se intensificou este ano.

Esses três ingredientes fizeram com que o Brasil fosse visto internacionalmente como um País mais livre, que respeita a liberdade. Não poderia deixar de fazer este registro.

Agora, Sr. Presidente, desejo estabelecer algumas afirmações a indagações feitas, há poucos instantes, pelo nobre Senador que lidera o PSDB. Quero dizer a S. Exª que críticas ao marco regulatório que está sendo apresentado pela Ministra Dilma Rousseff e que está sendo encaminhado ao Congresso Nacional, se houver algum problema, com certeza ele será resolvido.

O pior é o que foi feito nesses últimos anos quando o sistema elétrico do nosso País foi praticamente desmontado, ficou sem investimentos, culminando com um “apagão”. Continuaremos pagando pela falta de operacionalidade desse sistema desmontado, o qual precisa ser reconstruído para dar sustentação ao nosso desenvolvimento.

Com relação à política externa, fico admirada por não enxergarem os avanços havidos nos últimos 11 meses, quando a diplomacia brasileira ocupou novos espaços, influenciou na abertura de mercados e na ampliação de articulações políticas para enfrentar em outro patamar a Alca, a OMC e todas as disputas internacionais que estão postas nas relações diplomáticas e comerciais. Isso significa não querer enxergar o óbvio e ficar martelando em coisas que a realidade desmente cotidianamente.

Com relação à política econômica, estão aí todos os indicadores. Nós sempre dissemos que esse seria um ano muito difícil e que, em virtude do que nos deixaram, haveria necessidade de tomar medidas muito drásticas, muito duras para colocar a economia em condição de fazer este País crescer novamente.

Na reunião do Diretório Nacional do PT, realizada sábado, ocorreu uma situação engraçada, Senador Tião Viana, o Ministro Palocci brincou com os dirigentes da CUT, os quais, num documento encaminhado a S. Ex.ª no início do ano, exigiam que os juros terminassem o ano em 18%, dizendo que vamos terminar o ano com juros bem abaixo do que as centrais sindicais exigiram. Portanto, não enxergar todo o esforço para recolocar a economia brasileira nos trilhos para sustentar o crescimento também é má vontade, com a qual que não posso concordar.

Por último, quero falar a respeito de duas situações. Os “gafanhotos” de Roraima comeram a folha de pagamento durante oito anos e ninguém enxergou isso, ninguém viu. Foi neste ano que houve as prisões e a ação contundente para pôr os corruptos na cadeia. O Governador, que está sob suspeita, já se afastou do PT para não causar constrangimentos. Já está afastado, e de parte do PT não haverá uma única ação para impedir qualquer tipo de investigação.

            Com relação a Santo André, também não consigo entender a cobrança porque as investigações feitas nesse caso foram conduzidas pela polícia do Governador do PSDB. Se houve problemas... É muito bom que a investigação seja reaberta para que tudo venha à tona. Querer insinuar que nós impedimos... Quem estava conduzindo esse trabalho era o PSDB e em pleno ano eleitoral. Como pode insinuar que nós impedimos qualquer coisa? Que se investigue, que se puna. Apenas não queremos que a imagem de Celso Daniel, respeitado por todos, seja maculada nesse processo. Que se investigue, que se descubra e se puna o culpado porque vai isso será um atestado da incompetência da polícia do Governo do PSDB.

            Quanto aos problemas internos do PT, podem deixar que o Partido os resolverá. Apesar desses problemas internos, a revista Época desta semana está mostrando que o PT é o Partido preferido da população, com aprovação de 28% dos pesquisados, totalizando mais do que todos os outros Partidos somados. Portanto, deixem-nos com nossos problemas que os resolvemos muito bem.