O SR. OSMAR DIAS (PDT - PR. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srª e Srs. Senadores, a notícia da morte do ex-Governador, ex-Senador, ex-Deputado Federal e ex-Prefeito José Richa entristeceu, com certeza, não apenas a sua família, D. Arlete, Beto Richa, seu filho, que, hoje, é Vice-Prefeito de Curitiba, um político também respeitado no Estado, que recebeu como herança política do pai os ensinamentos que o Senador e Governador Richa sempre praticou durante sua vida inteira, de decência e de respeito, sobretudo, ao ser humano. Tenho certeza de que Beto Richa dará seqüência a essa herança política.

Eu dizia para o Senador Pedro Simon que o discurso dele foi muito verdadeiro pela grande amizade que os unia. S. Exª me falava do Richa, quando este ainda estava vivo, da mesma forma, com o mesmo carinho e com a mesma generosidade, com que falou desta tribuna.

É claro que não sou da geração política do ex-Governador José Richa, mas com ele aprendi muito. Lembro-me de que, quando o ex-Governador Richa fazia campanha juntamente com o Senador Alvaro Dias - naquela época, candidatos a Governador e ao Senado, respectivamente, e eu ainda era estudante de Agronomia -, pude ver com que carinho o Richa era recebido nas cidades a que comparecia para fazer a sua campanha e, sobretudo, na minha casa, onde meu pai, Silvino Dias, o recebia com muito respeito.

Ainda na campanha de 2002, meu pai tentou falar com o ex-Governador José Richa por telefone para pedir o seu apoio à candidatura do Alvaro a Governador, porque, mesmo afastado da política, Richa sempre gozou de enorme prestígio e de um respeito muito grande da população do meu Estado do Paraná.

Eu, além de respeitá-lo e admirá-lo muito, tinha por ele também um sentimento de gratidão. Quando estava no final do meu mandato de Diretor na Faculdade de Bandeirantes, recebi o convite para integrar a equipe do recém-eleito Governador José Richa. E fui presidir uma companhia de fomento agropecuário, o que me abriu as portas para vir a ser Secretário de Agricultura dos governos do Alvaro e do Requião e, depois, ser eleito Senador por duas vezes. Não posso, portanto, deixar de manifestar meu sentimento de gratidão a quem me convidou para fazer parte do seu governo e sempre me tratou com absoluto respeito; aliás, o mesmo que sempre dedicou ao Paraná e ao Brasil.

Não farei aqui um histórico da sua vida política, porque isso já foi feito pelos Senadores Alvaro Das e Pedro Simon, que com ele conviveram e fazem parte da mesma geração política do ex-Governador José Richa, mas quero, evidentemente, manifestar não apenas o meu pesar, mas, sobretudo, o meu reconhecimento como paranaense pelo que José Richa representou para o meu Estado, para a agricultura do Paraná. Tivemos a oportunidade de iniciar um grande programa de microbacias, que, depois, seria implementado nos governos seguintes. Participei diretamente daquela equipe, designado, nomeado pelo então Governador José Richa.

Quero, da tribuna do Senado, dizer que, se no Governo do Paraná o Richa orgulhou todos os paranaenses, aqui no Senado também, onde presidiu a Comissão de Assuntos Econômicos, hoje presidida pelo Senador Ramez Tebet. Richa presidiu essa Comissão com a mesma decência que sempre dedicou aos cargos públicos que ocupou.

Perdemos, portanto, um brasileiro muito importante, que teve uma influência muito grande na vida política do meu Estado, o Paraná, e também na vida política do Brasil. O que fica é o reconhecimento de toda a população paranaense e de toda a população brasileira pelo seu trabalho, pela sua decência, pela sua ética e pelo respeito que sempre dedicou às pessoas.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente, deixando aqui meus votos de pesar à família do ex-Governador José Richa.