Discurso durante a 15ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Sucesso da cafeicultura capixaba.

Autor
Gerson Camata (S/PARTIDO - Sem Partido/ES)
Nome completo: Gerson Camata
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • Sucesso da cafeicultura capixaba.
Publicação
Publicação no DSF de 07/02/2004 - Página 3260
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • ANALISE, EVOLUÇÃO, CULTIVO, CAFE, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), REGISTRO, DADOS, AUMENTO, SAFRA, QUALIDADE, PRODUTO, MERCADO EXTERNO, SAUDAÇÃO, PRODUTOR, PARTICIPAÇÃO, CONCURSO.

O SR. GERSON CAMATA (Sem Partido - ES. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, uma das atividades de maior destaque no meu Estado, desde o século dezenove, tem sido a cafeicultura. A partir de 1850, quando do estabelecimento de fluxos migratórios de alemães e italianos, o Espírito Santo viu vastas extensões de seus territórios serem cobertas pelas plantações, no sentido Sul-Norte.

Já no século vinte, o café reinava absoluto em terras capixabas, contando mais de 500 mil hectares de plantação. Na década de 1960, começaram os tempos mais turbulentos para nossos produtores, com esgotamento das terras e a praga da ferrugem, que se alastrou pelo País. O Governo Federal determinou, naquela oportunidade, um programa de erradicação dos cafezais, que eliminou mais da metade da área plantada no Espírito Santo entre 1962 e 1970.

Dali em diante a recuperação dos cafezais foi acompanhada da implantação de técnicas modernas, voltadas tanto para a variedade arábica, que se concentrou nas partes mais altas, quanto para a conilon, para as regiões mais baixas.

Hoje, o Espírito Santo ocupa o segundo lugar nacional na produção de café, sendo responsável por 25 por cento da produção nacional. Mais de 68 por cento das 82 mil e 400 propriedades rurais do Estado têm cafezais, representando quase 530 mil hectares da cultura, e tendo colhido, no ano passado, quase 9 milhões e 900 mil sacas.

Mas não estamos investindo apenas na expansão dos quantitativos de nossa produção. O Espírito Santo, Srªs e Srs. Senadores, está investindo na qualidade de seu produto.

As limitações da expansão do mercado mundial para o café têm de ser superadas com a ocupação de novos nichos. Nesse sentido, os cafés especiais de alta qualidade são capazes de dar retornos significativos aos produtores, uma vez que existem algumas marcas industrializadas que chegam a atingir preços de mais de 100 dólares o quilo.

Quero saudar, daqui desta tribuna, os 50 produtores classificados na primeira fase do Concurso de Qualidade Cafuso - UCC para cafés arábica das montanhas do Espírito Santo. Esse concurso, que já se encontra na terceira edição, é promovido pelas Empresas Tristão, responsáveis pela Real Café e Café Cafuso, e sua parceira internacional, a japonesa Ueshima Coffe e Company (UCC). O objetivo principal é incentivar a produção de cafés de alta qualidade, de forma a atender à crescente demanda internacional por produtos diferenciados.

Entre esses produtores, distribuídos pelas cidades de Domingos Martins, Venda Nova, Conceição do Castelo, Muniz Freire, Castelo, Afonso Cláudio, Brejetuba, Santa Tereza, Iúna, Vargem Alta, Irupi e Itarana, serão premiados os que apresentarem as 31 melhores amostras, garantindo a compra de seus produtos, a colocação no exigente mercado do Japão e o cadastramento como fornecedores preferenciais das linhas especiais do cafés Cafuso Premium e Cafuso Expresso.

No mercado japonês, aliás, o produto oriundo do meu Estado está sendo vendido pela Ueshima, desde o início deste mês, com um selo distintivo onde se lê “Café das Montanhas do Espírito Santo”. Um dos produtos que leva esse selo tem apenas 50 gramas de café de altíssima qualidade, de forma a ressaltar o caráter especial e raro.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, gostaria de encerrar dando os parabéns aos produtores selecionados e às empresas organizadoras do evento, destacando o papel fundamental que essas iniciativas têm na promoção da melhora de qualidade dos produtos brasileiros.

Com esse tipo de promoção, ganham os produtores, os exportadores, as indústrias, os consumidores nacionais e estrangeiros e, sobretudo, ganha o Estado do Espírito Santo e o Brasil.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/02/2004 - Página 3260