Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Desserviço ao país o teor das denúncias infundadas feitas pelo Senador Almeida Lima contra o governo federal.

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL.:
  • Desserviço ao país o teor das denúncias infundadas feitas pelo Senador Almeida Lima contra o governo federal.
Aparteantes
Renan Calheiros.
Publicação
Publicação no DSF de 03/03/2004 - Página 5493
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL.
Indexação
  • DIFICULDADE, GOVERNO FEDERAL, ESTABILIDADE, ECONOMIA, BUSCA, RETOMADA, CRESCIMENTO ECONOMICO, REPUDIO, ATUAÇÃO, BANCADA, OPOSIÇÃO, TENTATIVA, MANIPULAÇÃO, IMPRENSA, OPINIÃO PUBLICA.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Para uma explicação pessoal. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, fiz realmente um pronunciamento agressivo sob algum aspecto.

O Sr. Renan Calheiros (PMDB - AL) - Senadora Ideli Salvatti, desde já peço a V. Exª, aproveitando a oportunidade, que me conceda um aparte.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Custou caro, no ano de 2003, fazer a economia do nosso País voltar aos trilhos. Custou caro controlar os índices inflacionários, o risco Brasil e o dólar, para buscar a perspectiva de investimento, a retomada de crescimento. Custou muito caro ao nosso País as medidas que precisaram ser adotadas, para que pudéssemos ter uma perspectiva de retomada de crescimento. Portanto, talvez eu tenha passado um pouco da emoção. Não posso admitir que, com todo o custo e o esforço coletivo desta Nação na retomada da perspectiva de futuro mais promissor para a nossa população, assistamos a um espetáculo deprimente como esse.

Antes de continuar, até para acalmar novamente, Senador Renan Calheiros, quero já lhe conceder o aparte.

O Sr. Renan Calheiros (PMDB - AL) - Agradeço a oportunidade que V. Exª me concede. Há pouco, Senadora Ideli Salvatti, externei a minha preocupação com a aflição que toca algumas pessoas que, embora não haja fato novo, absolutamente, entram no debate desesperadamente, como que querendo notoriedade ou a manutenção da notoriedade, em prejuízo do País, das instituições, da democracia e de tudo o mais. Mas quero aproveitar a oportunidade do aparte, para dizer que acabo de receber uma ligação telefônica do ex-Governador Anthony Garotinho, atual Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, que leu - e eu fiz questão de anotar, palavra por palavra, ponto por ponto - uma declaração que faço questão de transmitir a V. Exª, a todos Senadores e Senadoras e ao País. O ex-Governador disse que, em que pese toda a divergência que ele tem com o Ministro José Dirceu, ele jamais recebeu qualquer ligação do Ministro José Dirceu para abafar aquela investigação. Ao contrário, quando surgiu a denúncia, a Polícia do Rio de Janeiro abriu a investigação e, antes mesmo da própria Polícia Federal, indiciou o Sr. Waldomiro. Desse modo, o Governador fez questão de me telefonar e pediu para que eu dissesse isso. Estou aproveitando a intervenção de V. Exª para não deixar dúvida.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Nenhuma dúvida.

O Sr. Renan Calheiros (PMDB - AL) - Nenhuma dúvida, absolutamente nenhuma dúvida. Entendo que muita gente tem a preocupação com a experiência de mudança no País. Esse Governo do Presidente Lula, mais do que um Governo de um Partido político, mais do que uma experiência, é um experimento para o País, e, lamentavelmente, os fatos demonstram que muitas pessoas estão pensando em desestruturar o Governo, em arruinar o Governo e em dificultar a vida do País. Repito: se houver necessidade de uma investigação urgente, circunstancial, política mesmo, congressual, que a façamos, mas somente se houver fato novo, digno desse nome. Se não houver fato novo, não dá para manter artificialmente esse assunto, essa discussão, no noticiário, porque isso arrebenta a vida nacional e retira o que há de mais importante a preservar, que é a normalidade do País.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Agradeço-lhe, Senador Renan Calheiros. Em seguida, vou dar a palavra ao Senador Fernando Bezerra, mas quero deixar algo aqui de forma muito clara. Insinuou-se da tribuna que, em algum momento, eu teria comparado qualquer Senador desta Casa com a figura de um rato. Muito pelo contrário, usei uma expressão popular conhecida para me referir a um fato anunciado com grande estrondo, mas que, depois, demonstra ser na realidade algo pífio, irrisório, sem qualquer sustentação. O ditado popular diz: a montanha pariu um rato.

Quero dizer mais: por tudo a que assistimos aqui, pelo que foi apresentado e tão bem detalhado, esmiuçado mesmo, pelo Senador Aloizio Mercadante, pela total falta de substância, pela total falta de embasamento do que aqui foi dito, eu nem ousaria chamar de “rato parido pela montanha”, porque ratos, alguns deles, servem de cobaia e prestam grandes serviços à evolução da ciência, mas o que saiu daqui nem para isso vai servir.

Senador Fernando Bezerra, ouço V. Exª.

O Sr. Fernando Bezerra (Bloco/PTB - RN) - Senadora Ideli Salvatti, agradeço a V. Exª, mas estou inscrito como Líder do PTB e, em seguida, falarei.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC) - Então, encerro o meu pronunciamento agradecendo a cessão do tempo por parte da Presidência.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/03/2004 - Página 5493