Pronunciamento de Mozarildo Cavalcanti em 03/03/2004
Discurso durante a 8ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Posse do Dr. Roberto Santos Ramos, como reitor da Universidade Federal de Roraima. Comemoração dos 37 anos da Zona Franca de Manaus. (como Líder)
- Autor
- Mozarildo Cavalcanti (PPS - CIDADANIA/RR)
- Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.:
- Posse do Dr. Roberto Santos Ramos, como reitor da Universidade Federal de Roraima. Comemoração dos 37 anos da Zona Franca de Manaus. (como Líder)
- Publicação
- Publicação no DSF de 04/03/2004 - Página 5572
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
-
- REGISTRO, POSSE, REITOR, UNIVERSIDADE FEDERAL, ESTADO DE RORAIMA (RR).
- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ZONA FRANCA, MUNICIPIO, MANAUS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), OPORTUNIDADE, RECONHECIMENTO, IMPORTANCIA, DESENVOLVIMENTO, REGIÃO AMAZONICA.
O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PPS - RR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero, em meu nome e em nome do meu Partido, fazer dois registros.
Primeiramente, gostaria de registrar a posse, ocorrida hoje, do Reitor da Universidade Federal de Roraima, o Professor Doutor Roberto Ramos Santos, quarto Reitor eleito da nossa universidade, que já teve dois reitores pro tempore.
Desejo ao Reitor e à Universidade de Roraima um período fértil de produção e de consolidação da nossa Universidade.
Sr. Presidente, também registro o 37º aniversário da criação da Zona Franca de Manaus. Uma iniciativa, sabemos todos, de fundamental importância para o desenvolvimento da Região Amazônica.
Há 37 anos, a realidade daquela região era completamente distinta da atual: uma agricultura extrativista rudimentar convivia com uma indústria modestíssima, de baixo padrão tecnológico e voltada unicamente para poucos produtos locais.
Tornava-se urgente adotar um novo modelo. Um modelo que instalasse no interior da Amazônia Ocidental um programa de desenvolvimento industrial, comercial e agropecuário; um modelo que gerasse emprego e renda na região, propiciando um efeito multiplicador em sua economia; um modelo que incentivasse a ocupação econômica racional da Amazônia Ocidental e de suas regiões fronteiriças; um modelo, enfim, que reduzisse as desigualdades existentes entre as Amazônias Ocidental e Oriental e as demais regiões do Brasil.
O tempo passou, e hoje podemos constatar que os progressos alcançados são indiscutíveis. Somente o Pólo Industrial de Manaus gera cinquenta mil empregos diretos e duzentos e cinquenta mil indiretos.
Mais de duzentas empresas estão certificadas pela ISO 9000, que atesta a qualidade dos produtos, e muitas delas já receberam o selo verde, da série ISO 14000, que atesta a obediência aos critérios do proteção ambiental.
Em termos de produção, basta dizer que em 2000, por exemplo, foram fabricados mais de seis milhões e cem mil televisores, um milhão e duzentos mil videocassetes, um milhão e cem mil fornos de microondas, seiscentas e quarenta mil motocicletas, duzentos e oitenta milhões de canetas, cento e setenta milhões de CDs e seiscentos milhões de aparelhos de barbear.
O faturamento tem sido da ordem de US$9 milhões por ano e distribui-se em pólos dos mais diversos setores, a exemplo do eletroeletrônico, termoplástico, ótico, metalúrgico, químico, relojoeiro, de bens de informática, duas rodas, brinquedos, canetas e isqueiros.
Ademais, Sr. Presidente, é preciso destacar um aspecto importantíssimo: para cada real de incentivo fiscal concedido, o Poder Público arrecada cerca de noventa centavos em tributos e contribuições. Isso significa que a política de incentivos fiscais adotada na Zona Franca de Manaus é salutar não apenas por induzir o crescimento econômico da região, mas também por evitar a sangria dos cofres públicos.
Portanto, a manutenção do modelo atualmente adotado é condição que se impõe.
Evidentemente, como em qualquer processo social, político ou econômico, há que se pensar em melhorias; há que se identificar os aperfeiçoamentos necessários.
Há que se atuar na permanente modernização do Pólo Industrial de Manaus, com medidas que fortaleçam a sua base tecnológica e assegurem o aumento da competitividade de suas indústrias.
Há que se viabilizar a criação de novos pólos exportadores e estimular a localização de investimentos produtivos em outros espaços da Amazônia Ocidental.
Há, principalmente, que se explorar as grandes potencialidades econômicas da região.
O turismo, em especial o ecoturismo, deve se tornar uma de suas atividades mais importantes, na medida em que se revela uma opção concreta de geração de emprego e renda para a população local.
A piscicultura deve ser estimulada, já que a Amazônia brasileira tem o maior potencial de água doce do planeta para a produção de peixes de água doce.
A agroindústria deve ser fortalecida, com o aproveitamento em larga escala tanto das frutas tropicais - o cupuaçu, o caju, a manga, o abacaxi - como das plantas oleaginosas, com destaque para o dendê.
Por fim, há que se aproveitar a generosa biodiversidade da Amazônia, transformando-se a bioindústria num dos grandes propulsores do desenvolvimento da região.
Todo esse esforço, Sr. Presidente, seria bem menos produtivo não fosse a atuação decisiva da Suframa - Superintendência da Zona Franca de Manaus; não fosse, portanto, o modelo de zona franca adotado há trinta e sete anos.
(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)
O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PPS - RR) - Estou encerrando, Sr. Presidente.
A Suframa, por exemplo, fez completo estudo das potencialidades regionais de todos os Estados da Amazônia Ocidental. Associou-se a diversas instâncias de governo, à comunidade científica e ao setor privado na execução do Programa Brasileiro de Ecologia Molecular para Uso Sustentável da Biodiversidade da Amazônia e na criação do Centro de Biotecnologia da Amazônia, um complexo de laboratórios voltado para pesquisas básicas e aplicadas, transferência de tecnologia, incubação de empresas e prestação de serviços, como a certificação de produtos, o patenteamento e o controle de propriedade industrial.
Esse, Sras e Srs. Senadores, é o modelo que acaba de completar 37 anos. Um modelo cujos resultados poderão ser apreciados na Segunda Feira Internacional da Amazônia, a ser realizada no período de 15 a 18 de setembro deste ano. Um modelo que, repito, deve ser mantido e aperfeiçoado, para o bem de toda a Região Amazônica, principalmente para a Amazônia Ocidental.
É bom que se diga que, embora o nome seja Zona Franca de Manaus, a Suframa é um órgão de desenvolvimento da Amazônia Ocidental.
Muito obrigado.