Discurso durante a 12ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apoio à reivindicação das mulheres do campo.

Autor
Valmir Amaral (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/DF)
Nome completo: Valmir Antônio Amaral
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL. FEMINISMO.:
  • Apoio à reivindicação das mulheres do campo.
Publicação
Publicação no DSF de 10/03/2004 - Página 6442
Assunto
Outros > POLITICA SOCIAL. FEMINISMO.
Indexação
  • NECESSIDADE, GOVERNO FEDERAL, CRIAÇÃO, PROGRAMA DE CREDITO, FACILITAÇÃO, ACESSO, FINANCIAMENTO, ATENDIMENTO, REIVINDICAÇÃO, MOVIMENTO TRABALHISTA, MULHER, ZONA RURAL.

O SR. VALMIR AMARAL (PMDB - DF. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ontem eu enviei um discurso à mesa que tratava deste tema - “O Dia Internacional da Mulher”, e nele eu fiz a minha homenagem ao dia.

Também falava da luta da mulher e da proporcionalidade de seu sucesso com a postura adotada pelo poder dominante ante a sua figura.

Falei dos projetos que tenho, salientei a necessidade de se adotarem penas mais duras para crimes cometidas contra elas, comentei das adversidades enfrentadas, da relação com o mundo econômico atual, aplaudi as Senadoras desta Casa que brilhantemente todas conduzem os seus mandatos.

Mas, quem leu percebeu a minha preocupação com ações afirmativas, no sentido de viabilizar a socialização daquelas que estão sendo reprimidas. E não fiz por fazer, tanto é que hoje, não poderia de tecer as palavras que ora faço.

Quero referir-me à mulher camponesa.

Ontem, mais de mil e quinhentas mulheres trabalhadoras do campo, reuniram-se aqui em Brasília. Ontem, dia 8 de março, dia internacional das mulheres, e merecem serem ouvidas. Adianto que eu escutei, tanto é verdade que estou sendo a voz delas aqui no Senado, estou solidário à luta.

Pediam uma linha de crédito especial destinado à mulher trabalhadora rural. Eram mulheres que lidam diariamente com a lavoura, a pesca, extrativistas, mulheres da floresta, e são integrantes do Movimento de Mulheres Camponesas. E foram recebidas pelo Ministro Miguel Rosseto, que já adiantou à imprensa que Governo Federal reconhece a legitimidade do pedido. Acredito nas palavras do Ministro por que sei do compromisso social que este Governo tem.

Mas, tudo isso não é novidade, foi amplamente divulgado ontem e hoje, pela imprensa local e nacional.

O que, realmente, tiro de bom dessa manifestação ocorrida ontem não são só os frutos atuais e futuros advindos da criação pelo governo de um novo sistema de crédito para as mulheres de baixa renda, mesmo por que já existe o Pronaf-Mulher, que destinou considerável valor para fim semelhante, mas nem tão objetivo e específico como o pretendido.

Eu quero falar das mulheres que participaram do evento, na sua grande maioria pessoas que carregam em sua história de vida muita luta, desde o nascimento, combatendo ininterruptamente as adversidades, não dando valor aos preconceitos e ditando seu próprio destino.

São guerreiras por natureza, cidadãs brasileiras que não hesitam em lutar por seus direitos e garantias, verdadeiras defensoras da legitimidade da mulher na sociedade como operadora social e geradora de fatos que fazem o progresso de uma sociedade.

Talvez, a maior homenagem que aquelas 130 mulheres que morreram queimadas em Nova York receberam tenha sido o dia de ontem, pois naquele 8 de março de 1857 ninguém as ouviu e pagaram com suas vidas, e ontem não só foram ouvidas como saíram vencedoras, e são, como aquelas de 1857, mulheres trabalhadoras.

Era o que tinha dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/03/2004 - Página 6442