O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srªs e Senadores, gostaria de pedir a inserção nos anais desta Casa, do lúcido artigo publicado pelo conhecido médico Aloysio Campos da Paz Júnior, fundador e cirurgião-chefe da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, no jornal O Globo do último dia 2. O doutor Campos da Paz fez em poucas linhas uma síntese impressionante da situação da saúde no Brasil. “Hospital público para pobre; seguro-saúde para a classe média; clínica particular ou exterior para rico... Este o modelo perverso de assistência médica que está se consolidando em nosso país”, diz ele logo na abertura do texto.

Não há como discordar do doutor Campos da Paz, uma pessoa de cuja dedicação à medicina todos nós somos testemunhas. Sou um leigo no assunto - embora usuário constante do sistema de saúde. Mas tenho dado minha colaboração não apenas à Rede Sarah, como também a outros centros de atendimento médico.

E não é preciso mesmo ser especialista para ver a lógica cristalina das palavras do doutor Campos da Paz, em relação às quais duvido haver discordância neste plenário, seja entre os governistas, seja na oposição. Ele chama a atenção para o distanciamento da classe média da rede pública, o que representa, ao mesmo tempo, abdicação de um direito e queda na qualidade dos serviços e aponta para um processo de degradação não apenas física, dos prédios e equipamentos, mas também ética.

Por fim, ele faz uma exortação para que mudemos este quadro enquanto é tempo e lembra que “um país que levou ao poder quem veio das classes mais humildes, sempre lutando por cidadania, não pode conviver com o incesto gerado pela terceirização da obrigação maior do Estado: prestar serviços”.

Eu me congratulo com o doutor Campos da Paz e recomendo a leitura do seu pequeno mas eloqüente texto a todos, em especial ao Sr. Ministro da Saúde.

Muito obrigado.

Era o que eu tinha a dizer.

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR HERÁCLITO FORTES EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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