Questão de Ordem durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

QUESTIONA A MESA SOBRE A SUSPENSÃO DAS SESSÕES NOS DIAS APOS O CARNAVAL.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Questão de Ordem
Resumo por assunto
SENADO.:
  • QUESTIONA A MESA SOBRE A SUSPENSÃO DAS SESSÕES NOS DIAS APOS O CARNAVAL.
Publicação
Publicação no DSF de 03/03/2004 - Página 5500
Assunto
Outros > SENADO.
Indexação
  • QUESTIONAMENTO, MESA DIRETORA, SUSPENSÃO, SESSÃO, SENADO, SEMANA, CARNAVAL, COMENTARIO, IMPRENSA, TENTATIVA, IMPEDIMENTO, CONTINUAÇÃO, DENUNCIA, CORRUPÇÃO, EX SERVIDOR, PRESIDENCIA DA REPUBLICA.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Para uma questão de ordem. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, com base no art. 403 do Regimento Interno da Casa, eu, que discordei da atitude da Mesa de suspender as sessões da semana carnavalesca, indago de V. Exª se essa é uma prática comum, pois no meu tempo de Parlamento ela não se mostrou comum. Se é ou foi comum, indago quando e por que mesas foi adotada. V. Exª sabe do respeito, do carinho pessoal que lhe devoto e, mais ainda, do respeito que tenho pela Mesa Diretora como um todo, integrada por figuras que representam o que há de melhor no Senado e precisamente por isso a compõem. Quero espancar de logo, de plano, a idéia mesquinha de que se tentasse por aí abafar o escândalo Waldomiro, que não se abafa nem com todos os carnavais, nem com os carnavais de Calígula se abafaria um escândalo desses. Quero aqui firmar, do plenário, o meu entendimento em relação à Mesa, que pode, mas não pode tudo. Tanto pode, que decretou o feriado, mas, a meu ver, não poderia. Não encontrei amparo no Regimento Interno da Casa nem na Constituição, e sinto que a voz do Senado ficou faltando, numa hora em que a Nação queria também ouvi-la.

Volto a dizer que espanco, por absoluta confiança na Mesa, a idéia de que tivesse sido qualquer manobra para se impedir que o escândalo grassasse. O escândalo grassou, foi feito pelo Sr. Waldomiro Diniz, que trabalhava na Casa Civil, no quarto andar do Palácio do Planalto. Esse é o escândalo, e o mais é subproduto do escândalo, inclusive o discurso do Senador Almeida Lima, que não ouvi - alguns dizem que não foi feliz; outros, que nem tanto. O fato é que não foi o Senador Almeida Lima a receber propina, a empregar o Sr. Waldomiro Diniz. Não vamos tirar o foco das coisas reais.

Espanco a idéia de que a Mesa, em algum momento, possa ter participado disso. Conheço-a, e a Mesa, plural como é, representando cada tendência desta Casa, não faria isso. Mas houve a exploração por parte da imprensa, houve a idéia de que o Senado autocalou a voz, auto emudeceu, numa hora em que a Nação pedia, exigia e clamava também pela palavra do Senado da República.

Essa é a questão de ordem que apresento a V. Exª, com o respeito que lhe devoto e com a consideração que tenho por todos os seus colegas desta ilustre Mesa Diretora.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/03/2004 - Página 5500