O SR. JOÃO TENÓRIO (PSDB - AL. Sem apanhamento taquigráfico.) -

VICE DE LULA A FAVOR DA CPI

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo hoje esta tribuna para um breve comentário baseado em matéria publicada no jornal “O GLOBO”, de 12 de março do corrente.

A matéria, intitulada “Alencar: ‘Se fosse senador, eu seria a favor da CPI, como sempre fui’”, mostra novamente as discordâncias que existem dentro do próprio governo com relação ao escândalo Waldomiro Diniz. Na última semana, foi a vez do Vice-Presidente da República, José Alencar, que disse considerar legítima a pressão da oposição para investigar o caso do ex-assessor da Casa Civil da Presidência da República.

Além disso, a política econômica foi, mais uma vez, alvo de críticas do Vice-Presidente.

Para que conste dos Anais do Senado, requeiro, Sr. Presidente, que a matéria acima citada seja considerada como parte integrante deste pronunciamento. O texto é o seguinte:

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR JOÃO TENÓRIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º do Regimento Interno.)

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O GLOBO

12/03/2004

FOGO AMIGO: VICE VOLTA A CRITICAR A POLÍTICA DE JUROS ALTOS E O BANCO CENTRAL

Alencar: ‘Se fosse senador, eu seria a favor da CPI, como sempre fui’

Vice de Lula lembra, porém, que seu partido é aliado do PT no Congresso

BELO HORIZONTE. Em novo sinal de discordância com a cúpula do governo, o vice-presidente José Alencar voltou a afirmar ontem que, se fosse senador, votaria a favor da CPI para investigar as denúncias contra Waldomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil. Em sua residência, onde se recupera de uma cirurgia, Alencar disse considerar legítima a pressão da oposição para investigar o caso do ex-assessor, acusado de cobrar propina de bicheiros.

-- Se fosse senador, eu seria a favor da CPI, como sempre fui. Mas sou aliado. O meu partido é aliado do PT. Sou aliado do Lula. Além disso, fiquei 20 dias de licença e não posso opinar muito sobre o assunto -- afirmou Alencar, que recebeu a visita do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT).

Vice volta a defender queda da taxa de juros

A política econômica foi mais uma vez alvo das críticas de Alencar, que centrou seus ataques no Banco Central. O vice-presidente defendeu mais uma vez a redução das taxas de juros. Ele considerou legítima a cobrança feita pelo PT de mudança na política econômica, o que segundo ele é a posição natural do partido.

-- Fiz campanha com o PT com esta proposta. Essa posição é natural do partido, foi pregada nos palanques na campanha eleitoral. Não é uma novidade para o Brasil. O Brasil conhece a marca do PT. Fiz aliança com o PT e o Lula embasado nesse discurso. Fizemos isto durante a vida toda -- afirmou.

Alencar poupou o ministro da Fazenda, Antonio Palocci:

-- É um grande brasileiro, inteligente e capaz. O que combatemos é uma política monetária que leva 27% da receita tributária bruta do país de juros, ao lado de uma política fiscal correta. O Palocci é defensor de uma política fiscal austera e responsável. O Banco Central é quem administra a política monetária. Mas o objetivo não pode ser apenas a inflação. Tem de ser o crescimento da economia.

Alencar disse ainda que o fato de Minas Gerais ficar sem o representante do Ministério dos Transportes não foi decisão sua, mas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Semana que vem, o ministro Anderson Adauto, indicação de Alencar, será substituído pelo prefeito de Manaus, Alfredo Nascimento. Alencar defendeu para Minas Gerais a direção geral do Departamento Nacional de Infra-estrutura em Transportes Terrestres (Dnit), por ser o estado com a maior malha rodoviária do país.

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