Discurso durante a 22ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre declarações do Ministro Chefe da Casa Civil, José Dirceu.

Autor
Tasso Jereissati (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/CE)
Nome completo: Tasso Ribeiro Jereissati
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Considerações sobre declarações do Ministro Chefe da Casa Civil, José Dirceu.
Aparteantes
Almeida Lima, Antonio Carlos Magalhães, Arthur Virgílio, Lúcia Vânia, Sergio Guerra.
Publicação
Publicação no DSF de 24/03/2004 - Página 8047
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, DESEQUILIBRIO, DECLARAÇÃO, JORNAL, O GLOBO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), MINISTRO DE ESTADO, CHEFE, CASA CIVIL, TENTATIVA, CONTESTAÇÃO, DISCURSO, ORADOR, DENUNCIA, CORRUPÇÃO, EX SERVIDOR, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, VINCULAÇÃO, CRIME ORGANIZADO.
  • CONTESTAÇÃO, INEXATIDÃO, AVALIAÇÃO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, ORADOR, REFERENCIA, LIDERANÇA, ARTHUR VIRGILIO, SENADOR, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), EXERCICIO, OPOSIÇÃO.
  • CRITICA, DESRESPEITO, DECLARAÇÃO, OBEDIENCIA, GOVERNADOR, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), MOTIVO, DEPENDENCIA ECONOMICA, SUGESTÃO, ORADOR, FERIAS, MINISTRO DE ESTADO, CHEFE, CASA CIVIL.

O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB - CE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na verdade, eu não estava preparado para falar nesta sessão, mas, gentilmente, a Senadora Lúcia Vânia cedeu-me o seu horário, para que eu pudesse dizer algumas palavras, já que, hoje de manhã, fui surpreendido com algumas declarações feitas pelo Ministro José Dirceu na coluna do jornalista Merval Pereira, do jornal O Globo.

Confesso, Sr. Presidente, que fiquei bastante preocupado com o tom das declarações dadas pelo Ministro José Dirceu a esse respeitado colunista brasileiro. Na verdade, preocupou-me o fato de o Ministro responsável pela Casa Civil do Governo Federal, tido e havido por toda a Nação como uma espécie de Primeiro-Ministro do Governo Lula, fazer determinadas declarações em que demonstra uma falta de serenidade total para o cargo que exerce.

Tive - e espero continuar tendo - excelentes relações pessoais com o Ministro José Dirceu. Fiz o possível e o impossível para, inclusive, preservá-lo em todas as questões que estão sendo apresentadas, como no caso Waldomiro. Na semana passada, tive a oportunidade de vir a esta tribuna e de preservar o Governo como um todo - e não só o Ministro José Dirceu - de qualquer dúvida sobre a honestidade e a integridade de seus membros. No entanto, achei-me na obrigação de vir a esta tribuna, porque não é possível que um Ministro, tido - como já disse - como o Primeiro-Ministro do Governo, faça uma porção de declarações completamente sem sentido e contraditórias entre si, em que demonstra uma falta de equilíbrio muito grande. S. Exª disse, pela televisão, que, nos últimos trinta e poucos dias, tem vivido os piores momentos de sua vida, e que a pressão tem sido gigantesca.

Sugeriria, portanto, ao Ministro que, diante do momento de pressão que S. Exª está vivendo - e eu compreendo -, pensasse duas, três, quatro vezes antes de fazer qualquer declaração, pois uma liderança que exerce um cargo como o de S. Exª tem como obrigação principal trazer ao País uma palavra de paz, de estabilidade, de respeito e de diálogo.

A minha sensação ao ouvir as palavras do Ministro José Dirceu é de uma pessoa que, no momento - digo no momento porque conheço o Ministro José Dirceu e sei que S. Exª entende muito bem as coisas e as razões da República -, não está entendendo muito bem as coisas que estão acontecendo aqui nesta Casa, neste cenário político, neste País e no próprio Governo.

Srªs e Srs. Senadores, em determinado momento, disse o Ministro José Dirceu:

O Tasso Jereissati no discurso insinua que o Governo tem relações com o crime organizado”, comenta Dirceu, indignado, citando o trecho em que o senador tucano fala de “uma promíscua relação de escalões inferiores do Governo do PT com grupos absolutamente descomprometidos com o interesse público, alguns com raízes até no crime organizado.

É verdade, Srªs e Srs. Senadores, que eu disse isso. Disse-o preservando a integridade dos Ministros. Mas, quando eu disse isso, não foi da minha criação nem da minha lavra. Apenas disse e repeti o que todos nós, brasileiros, vimos por meio dos jornais, das revistas, das televisões, de vídeos e de reportagens: que existe a comprovação de uma ligação de um assessor do Sr. Ministro da Casa Civil com um determinado senhor, chamado Carlos Cachoeira, que é tido como bicheiro, portanto, ligado, de uma maneira ou de outra, ao crime organizado.

Também foi dito e comprovado que existe uma relação - e existiram reuniões - entre o assessor do Ministro, o Sr. Waldomiro, o Sr. Carlos Cachoeira e dirigentes da Caixa Econômica Federal. Isso eu não disse. Estou repetindo aquilo que todos nós - não digo todos nós Senadores, mas todos nós brasileiros - ouvimos e vimos, e está aí fartamente comprovado. O que pedi foi para que houvesse esclarecimentos para que a honra e a integridade dos Srs. Ministros, na quais eu acreditava piamente, ficassem preservadas. No entanto, o Sr. Ministro acha e considera isso como uma agressão e um sinal de fraqueza, já que mais adiante diz S. Exª:

O Tasso foi fraco e se submeteu à estratégia do Arthur Virgílio (líder do PSDB no Senado)...

Aí me parece um equívoco retumbante e uma falta de entendimento total, que não é próprio de um homem da cultura e do discernimento do Ministro José Dirceu. Eu não me submeti à estratégia do Líder Arthur Virgílio. Eu sou liderado do Senador Arthur Virgílio - aliás, com muita honra - e me submeto e me submeterei sempre, enquanto for liderado de S. Exª, à sua liderança e à sua estratégia. E não apenas pela honra que tenho de ser liderado por S. Exª, mas também pela obrigação partidária que tenho, como respeitador da democracia, entendendo que, na democracia, o funcionamento dos partidos, unidos e coesos, ao redor de uma idéia é fundamental, é que continuarei sendo fiel à estratégia do Senador Arthur Virgílio. Ficaria muito ofendido se S. Exª dissesse - e seria absolutamente estranho - que eu não estou me submetendo à estratégia do meu Líder, o Senador Arthur Virgílio.

Aparenta uma certa confusão mental, e as pessoas não percebem, com clareza, o que é uma vontade de dialogar com franqueza, uma vontade de cooperar naquilo que é necessário para o País, e uma cooptação rasteira, baixa, de trazer um inimigo para as fileiras do próprio Governo em troca de um bombom ou de uma carícia qualquer.

Não espere de mim, Ministro José Dirceu, esse tipo de comportamento, pois não o terá nunca! Espere de mim sempre o respeito e o diálogo necessário para que possamos, nesta Casa, construir soluções para que o País não pare - aliás, como fizemos durante todo o ano passado nas discussões de assuntos importantes que interessavam essencialmente ao País.

Depois, diz o Ministro José Dirceu também - vejam bem, e aí fico mais preocupado ainda - que dois Governadores, por sinal, Governadores de dois dos mais importantes Estados do País, o Governador Geraldo Alckmin e o Governador Aécio Neves, grandes lideranças nacionais, acima de tudo respeitáveis por serem institucionalmente os Governadores de São Paulo e Minas Gerais, só foram discretos em relação ao que houve no famoso caso Waldomiro Diniz, porque nenhum dos dois sobrevive um mês, se não for com o beneplácito ou com o apoio do Governo Federal.

Penso que isso é o mais grave de tudo: o Ministro-Chefe da Casa Civil vir a público e declarar que os Estados de São Paulo e Minas Gerais, dois Estados a cujas Histórias e fortalezas não preciso me referir, não sobrevivem e seus Governadores são obrigados a serem discretos em relação a qualquer escândalo que ocorra porque não resistem a um mês! Mais do que um profundo desrespeito a esses Governadores, que o respeitaram durante essa crise, é um desrespeito à própria História de cada Estado. E mais ainda: um desrespeito à própria estabilidade do País. Qualquer observador um pouco mais atento, vendo, de fora, uma declaração de um Ministro, de um “Primeiro-Ministro”, que diz que os Governos de São Paulo e de Minas estão nas suas mãos porque não resistem a um mês sem a sua bênção, efetivamente vai ficar muito preocupado com o futuro, com a estabilidade e com as instituições deste País. Felizmente, estamos vendo que essas palavras partem de um Ministro que está sob uma pressão muito grande, e que, evidentemente, não está na plenitude do seu sossego e da sua serenidade.

Mais tarde, diz também o Ministro José Dirceu, meu Líder, Senador Arthur Virgílio, que o meu discurso foi um “discursinho” de oposição responsável - outra coisa que foi uma novidade para o Ministro! Certamente, o José Dirceu de tanta profundidade política, de tantas lutas políticas, não faria isso em um momento de serenidade total. Descobriu que o meu discurso foi de oposição! Isso faz-me acreditar que, além de não aceitar com serenidade discursos de oposição, S. Exª acredita que quem não agride não é de oposição. Talvez essa seja a velha tradição do seu próprio Partido, que se acostumou a fazer oposição agredindo e, algumas vezes, até caluniando.

Basta ver, Senador Jefferson Péres, o discurso em que S. Exª falou sobre a instalação da CPI, e que V. Exª teve a oportunidade de ler alguns trechos há alguns dias, que mostram a agressividade, a hostilidade, a crueza com que se referiu ao Presidente Fernando Henrique, quando, em determinado momento, o Presidente tentou - se é que o fez - evitar alguma CPI.

Confesso que não tenho esse dom da agressividade, da crueza e, às vezes, até da grosseria, que eles tiveram no passado. Com certeza, esta continuará sendo uma Oposição que fará “discursinhos”, mas serão “discursinhos” de uma Oposição honesta, séria, que não acredita - isto é importante, Ministro José Dirceu, para o próprio Governo - que qualquer processo de “mexicanização” e de cooptação da Oposição, por meio de métodos que não estão diretamente ligados ao mais alto interesse do País, seja benéfico para o País ou para o próprio Governo.

Por isso, vim a este plenário, Sr. Presidente, para pedir aos meus colegas de Oposição calma e tranqüilidade. No momento em que o próprio Ministro da Casa Civil não está demonstrando calma nem tranqüilidade, digo a todos os colegas da Oposição que precisamos ter serenidade para não transformar o ambiente ainda sadio e de tentativa de diálogo em um ambiente de tumulto e de falta de diálogo e de compreensão entre todos nós.

Acredito que devemos ajudar o Governo neste momento, mesmo sendo Oposição, porque não nos interessa, Senadores Jefferson Péres, Papaléo Paes e Mão Santa, um País em que o “Primeiro-Ministro” se encontre em um momento de desestabilização pessoal. Eu nunca pedi ao Ministro - nem considero razoável fazê-lo, pois não cabe a nós, da Oposição, fazê-lo - que se afastasse do cargo por qualquer motivo; apenas o aconselharia...

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - V. Exª me permite um aparte, Senador?

O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB - CE) - Pois não, Senador Arthur Virgílio.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Senador Tasso Jereissati, alguém com tantos poderes enfeixados em suas mãos, como é o caso do Ministro José Dirceu, minimizar um interlocutor da boa-fé, do peso político, da integridade e da capacidade intelectual de V. Exª revela, ao mesmo tempo, desajuste e incompetência, e deveria inquietar a Nação. V. Exª, que proferiu, na semana passada, talvez o mais importante discurso desta legislatura até o presente, pela repercussão que obteve e pela seriedade com que se houve, ainda assim volta agora dando uma verdadeira bofetada com luva de pelica, mostrando que a injúria, o maltrato, a pequenez, nada disso mudará sua rota de executivo experimentado, de Parlamentar talentoso, de homem público sem jaça e invulgar deste País. Perde quem minimiza o prazer - nós sabemos o quanto o valorizamos! - e o valor de ter V. Exª como contraponto. Obrigado.

O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB - CE) - Concedo um aparte ao Senador Antonio Carlos Magalhães.

O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL - BA) - V. Exª é um dos maiores valores desta Casa, e, conseqüentemente, nada o atingirá, venha de onde vier. Devo dar um testemunho meu, que contrasta com todas as afirmativas publicadas no jornal. A mim, o Ministro José Dirceu só tem dito de V. Exª coisas excelentes, como homem público que defende os interesses públicos, como um dos melhores Governadores do País em todos os tempos e como uma figura de quem, no Senado, qualquer Governo precisará.

O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB - CE) - Muito obrigado, Senador Antonio Carlos Magalhães.

A Srª Lúcia Vânia (PSDB - GO) - Senador Tasso Jereissati, V. Exª me permite um aparte?

O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB - CE) - Ouço V. Exª, Senadora Lúcia Vânia.

A Srª Lúcia Vânia (PSDB - GO) - Senador Tasso Jereissati, gostaria de externar minha solidariedade. Mais uma vez, V. Exª demonstra equilíbrio, sensatez e, acima de tudo, responsabilidade. Não esperávamos de V. Exª outra atitude que não fosse essa. Chamo a atenção para um trecho da fala de V. Exª, que destaca a afirmação do Ministro José Dirceu sobre os Estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, que, segundo S. Exª, não resistirão 30 dias sem o apoio do Governo. V. Exª apresentou, com muita propriedade, a gravidade dessa declaração. Deixo meus cumprimentos. Como peessedebista, sinto-me orgulhosa de fazer parte da Bancada que tem V. Exª como um dos expoentes. Muito obrigada.

O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB - CE) - Muito obrigado.

Concedo um aparte ao Senador Sérgio Guerra.

O Sr. Sérgio Guerra (PSDB - PE) - Senador Tasso Jereissati, tenho ouvido, com atenção, as manifestações que o ex-Governador do Ceará e um dos principais Líderes do meu Partido sucessivamente tem feito neste plenário e no Congresso Nacional. A sua marca é o equilíbrio. Como todo cearense que se preza, V. Exª é uma pessoa afirmativa, que não tem receio de expor suas opiniões. Mas há uma preocupação central em sua participação política, demonstrada ao longo de sua vida pública e no Senado: a de ser um Parlamentar que colabora, que tem como marca principal a idéia de construir, nunca de desagregar ou de intrigar. Sua marca é positiva para o País e para o Nordeste. O Brasil inteiro reconhece seu exemplo de Governador. O problema deste momento é que há um evidente viés autoritário neste Governo, no PT, e no Ministro José Dirceu, de uma maneira especial. O debate sempre anunciado pelo PT como uma de suas marcas, como tantas promessas e expectativas, não se confirma. A sua marca é o viés autoritário, a expulsão de companheiros, o constrangimento de votações arrancadas com toda a truculência no Congresso. Nada de democracia. Evidentemente, há algumas exceções. Sejamos justos: várias manifestações do Líder do PT no Senado são positivas e democráticas, já o reconhecemos muitas vezes. Mas a sua marca, de uma maneira geral, é de um autoritarismo total. E esse Ministro, que não se explica de maneira nenhuma e que, por pressão do Governo, fez cessar a possibilidade de o Congresso explicar fatos obscuros, não aceita crítica e reage de forma desequilibrada. Não tenho nada pessoal contra o Ministro, mas verifico que o papel que S. Exª espera cumprir no Brasil está a distâncias quilométricas do padrão do seu discurso atual.

O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB - CE) - Muito obrigado, Senador Sérgio Guerra.

Concedo um aparte ao Senador Almeida Lima.

O Sr. Almeida Lima (PDT - SE) - Senador Tasso Jereissati, confesso que, ao ler hoje a matéria do jornalista Merval Pereira, fiquei sem entender. Na semana passada, neste plenário, ouvi o pronunciamento feito por V. Exª e vi até alguns aliados estranhando a maneira tranqüila e parcimoniosa de quem estava semeando tranqüilidade diante da tempestade em que vive o Governo, dos seus desencontros. É evidente que eu imaginava que o Ministro-Chefe da Casa Civil daria declarações de agradecimento, daí a minha incredulidade. Quando li a matéria, fiquei sem entender coisa alguma. Agora percebo que o estado em que S. Exª se encontra é que o tem levado a isso. Pode ser que, em recintos fechados, o Ministro se tenha comportado de outra maneira diante do pronunciamento feito por V. Exª, mas, publicamente, o que estamos vendo é completamente diferente. Minha solidariedade a V. Exª!

O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB - CE) - Agradeço aos Srs. Senadores Antonio Carlos Magalhães, Sérgio Guerra, Lúcia Vânia e Almeida Lima pelos apartes.

Sr. Presidente, encerro apenas dizendo, mais uma vez, que o nosso intuito é realmente de continuar a manter esse diálogo saudável e equilibrado dentro desta Casa.

E apenas como uma sugestão ao Ministro - uma sugestão de amigo, como eu faria a qualquer outro: cinco a dez dias de férias, às vezes, num sítio ou alguma coisa assim é muito bom para sentarmos a cabeça e vermos o que está acontecendo. Como dizemos lá na minha terra, no Ceará: um pouco de autocrítica, um pouco de humildade, para que possamos observar as coisas da maneira como estão acontecendo e não da maneira como queríamos que acontecesse é muito saudável para todo o Governo. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/03/2004 - Página 8047