O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ouvi há pouco os pronunciamentos dos Senadores Tasso Jereissati e Arthur Virgílio. Não quero entrar no mérito da discussão, que envolve homens públicos de responsabilidade, e meu desejo e minha torcida é que o nosso País não seja prejudicado com esse desentendimento entre homens públicos. Porém, quero, com toda a segurança, esclarecer e tranqüilizar os Senadores Tasso Jereissati e Arthur Virgílio e, acima de tudo, os paulistas e os mineiros: fiquem absolutamente tranqüilos. Se o Governo Federal virar as costas para São Paulo e para Minas Gerais durante 30 dias ou um ano, não acontecerá nada, porque tem virado para o Estado do Piauí há um ano e quatro meses - e esse, sim, é um Estado pobre, dependente, e o Governador é do Partido do Presidente da República - e não tem acontecido absolutamente nada. O Governador até peca por incompetência, por falta de equipe, por falta de comando e de autoridade, mas não por falta de apoio do Governo Federal. O Governo Federal tem tratado o Estado do Piauí como quem trata um inimigo. E o Piauí tem sobrevivido. De forma que não é São Paulo, nem Minas Gerais, com a importância econômica que possuem, que sentirão o menor arranhão com o isolamento, com a indiferença, ou com a perseguição que por acaso venha a ocorrer por questões políticas por parte do Governo Federal.

Dito isso, Sr. Presidente, quero lamentar, nesta oportunidade em que meus dois colegas de representação, Senadores Alberto Silva e Mão Santa, encontram-se no plenário, fatos que ocorrem no Estado. Foi iniciada na minha administração como Prefeito de Teresina a construção de um pronto-socorro municipal. Esse pronto-socorro vem se arrastando. Como parte do acerto feito em que o repasse cabe ao Governo Federal, faltam R$960 mil, Senador Mão Santa, para que o pronto-socorro de Teresina funcione e alivie um dos problemas mais graves de saúde da nossa capital. O Governo Federal, segundo declarações do Secretário de Saúde de Teresina, Dr. Sílvio Mendes, não repassa a verba pelo simples fato de a Prefeitura de Teresina ser administrada pelo seu Partido, o PSDB. O Secretário faz um desabafo e suas declarações são todas recheadas de argumentos fortes sobre esse episódio. Eu não poderia deixar de aproveitar esta oportunidade para fazer este registro e lamentar que o Governo Federal não libere esses recursos que são fundamentais para a capital do meu Estado. Não quero nem cobrar toda aquela dinheirama prometida ao longo do ano passado pelas dezenas e dezenas de ministros que foram ao Piauí. Se não me engano, hoje, Senador Mão Santa, estão chegando lá três ou quatro. Dinheiro para o Piauí, partindo deste Governo, dinheiro federal - por isso eu digo que o Estado vai sobreviver -, é como a linha do horizonte: sabemos que existe, vemos, mas nunca alcançamos; quanto mais vamos a sua procura, mais se afasta. A promessa é diária. Hoje três ministros vão para lá. Comem o famoso capote, a galinha d’angola, tomam a mangueira, uma cachaça artesanal de boa qualidade feita no Piauí, que está fazendo muito mal aos homens públicos do País, comem os doces da terra e deixam lá as promessas. Todavia, nada de concreto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, lamentavelmente! Portanto, registro meu protesto e solicito a transcrição nos Anais do Senado das declarações do Secretário Municipal de Saúde de Teresina. Peço ainda que o Governo Federal, se julgar que vale a pena, preste esclarecimentos à opinião pública, à Nação e à cidade de Teresina, porque não é possível, não é admissível a ocorrência de fatos como esse.

Fico muito feliz que, ao encerrar minhas palavras, o Senador Tião Viana, que é um missionário da paz, tenha passado aqui e batido com a mão no meu ombro. Tenho a impressão de que esse gesto seja prenúncio de que alguma providência S. Exª vai tomar para minimizar a dor dos que necessitam de saúde no Estado do Piauí. Infelizmente, a insensibilidade do Governo Federal não permite que esses fatos tornem-se realidade.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR HERÁCLITO FORTES EM SEU PRONUNCIAMENTO

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

- “Sílvio Mendes diz que governo federal está boicotando Teresina”.