Discurso durante a 23ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da participação de trabalhadores da siderúrgica chinesa Nisco - Nanjing Iron and Steel Company, em programa de treinamento oferecido pela Cosipa - Companhia Siderúrgica Paulista.

Autor
Romeu Tuma (PFL - Partido da Frente Liberal/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INDUSTRIAL.:
  • Registro da participação de trabalhadores da siderúrgica chinesa Nisco - Nanjing Iron and Steel Company, em programa de treinamento oferecido pela Cosipa - Companhia Siderúrgica Paulista.
Publicação
Publicação no DSF de 25/03/2004 - Página 8430
Assunto
Outros > POLITICA INDUSTRIAL.
Indexação
  • ELOGIO, TRABALHADOR, COMPANHIA SIDERURGICA PAULISTA (COSIPA), REDUÇÃO, TEMPO, APRENDIZAGEM, EFEITO, ASSINATURA, CONTRATO, TREINAMENTO, METALURGICO, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA, PROCESSO, TRANSFERENCIA, TECNOLOGIA, CONHECIMENTO, EQUIPAMENTOS, SIDERURGIA.

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero registrar, hoje, um evento da mais alta importância para nosso País: um evento que demonstra, cabalmente, a força de nossa indústria e o avanço de nossa tecnologia; um evento que demonstra, enfim, o valor do povo brasileiro.

Nos meses de janeiro e fevereiro, Sr. Presidente, quarenta e sete trabalhadores da siderúrgica chinesa Nisco - Nanjing Iron and Steel Company - estiveram em Cubatão para participar de um programa de treinamento oferecido pela Cosipa - Companhia Siderúrgica Paulista.

E sabem, as Srªs e os Srs. Senadores, a origem desse programa de treinamento?

Vejam só.

Em 2001, a Cosipa adquiriu da empresa austríaca VAI - Voest Alpine -, uma das maiores fornecedoras mundiais de equipamentos siderúrgicos, o complexo de sua nova aciaria. Pois bem. No processo de transferência de tecnologia e conhecimento normalmente associado a tais transações, os profissionais da Cosipa tiveram desempenho admirável. Cumpriram as etapas de aprendizagem, colocação em funcionamento do equipamento e cumprimento das metas de produção em tempo recorde, de tal forma que a empresa alcançou, em apenas seis meses, resultados que normalmente só conseguem ser obtidos em um ano.

Pouco depois, os chineses adquiriram da VAI equipamentos semelhantes e, obviamente, também precisavam aprender a utilizar a nova tecnologia.

Foi nesse momento, Sr. Presidente, que a fabricante austríaca se lembrou da performance da Cosipa. Lembrou-se de seus números. E, ao confrontá-los com os de outras empresas dos Estados Unidos e da Europa, chegou à conclusão de que o melhor País para o treinamento dos trabalhadores chineses era o Brasil.

Daí chegou-se à assinatura de um contrato de transferência de tecnologia e conhecimento entre a Cosipa e a VAI: o contrato que trouxe ao Brasil aqueles quarenta e sete técnicos e dirigentes das áreas de metalurgia, operação, automação e, ainda, manutenção mecânica, elétrica e hidráulica, para um treinamento teórico e prático em lingotamento contínuo, última etapa do processo de fusão e refino do aço.

Vejam, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, o aspecto altamente simbólico da questão. Num momento em que o planeta todo se encanta com a China, num momento em que os olhares dos cinco continentes se voltam para aquela nação, já consagrada unanimemente como uma das novas potências mundiais, são nossos gabaritados técnicos que dão aulas a seus trabalhadores.

E isso é bom por vários motivos.

Em primeiro lugar, porque esse contato mais incisivo entre profissionais dos dois países representa uma nova cunha para a indústria brasileira naquele tão ambicionado mercado de um bilhão e trezentos milhões de pessoas.

Em segundo lugar, porque a escolha da Cosipa como prestadora de serviços de transferência de conhecimento comprova que vale a pena investir em pesquisa e desenvolvimento, em ciência e tecnologia. Nos últimos anos, Sr. Presidente, a empresa investiu mais de um bilhão de dólares nessas áreas, com destaque para as questões do aperfeiçoamento tecnológico e da preservação do meio ambiente. Hoje, colhe os frutos de tal esforço.

Mas há um terceiro aspecto, Srªs e Srs. Senadores, que julgo importante observar: acima de tudo, penso que eventos como esse que acabei de registrar são importantes para a auto-estima do trabalhador brasileiro.

Não se sabe bem por quê, mas muitas vezes somos nós mesmos, os brasileiros, que colocamos em dúvida nossas habilitações e potencialidades. Até nos darmos conta de que, em igualdade de condições, nada ficamos a dever a qualquer povo.

De forma, Sr. Presidente, que a conclusão parece óbvia: nossos cidadãos, nossos trabalhadores, anseiam tão-somente pela oportunidade de mostrar seu valor. Dada a oportunidade, chegam sempre aos mais expressivos resultados. É isso que ocorreu no caso da Cosipa. É isso que, com a graça de Deus, haverá de ocorrer sempre.

Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/03/2004 - Página 8430