O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é com extrema satisfação que subo nesta tribuna para enaltecer e homenagear a Embraer, empresa genuinamente brasileira que orgulha a todos nós, pelo recente lançamento de seu mais novo modelo, o Embraer 170.

Fruto do que há de mais avançado em tecnologia aeroespacial e primeiro membro de uma nova geração de jatos de médio e grande porte, o modelo 170 representa a consolidação da nossa Embraer como indústria de ponta no acirrado mercado de aviões comerciais.

Após o sucesso do modelo ERJ 145, campeão de vendas com mais de 500 unidades entregues, constatou-se que o mercado mundial carecia de um modelo intermediário entre os pequenos jatos para 50 pessoas e os de maior capacidade, para mais de 100 passageiros.

Daí surgiu o projeto 170-190, família de aeronaves que ocupará exatamente tal nicho de mercado. Utilizando uma plataforma inteiramente nova, construída especialmente para o projeto, a Embraer conseguiu chegar a um protótipo que alia economia e conforto, ergonomia e arrojo, alta tecnologia e simplicidade de manutenção.

Durante a fase de concepção dessa nova linha, utilizou-se uma avançada tecnologia interativa de simulação e modelagem, traduzida no Centro de Realidade Virtual. Paradigma na projeção de aeronaves, tal ferramenta possibilitou aos engenheiros da Embraer total agilidade no processo de desenvolvimento dos jatos, sem a necessidade da montagem de maquetes.

O aprimoramento de toda essa tecnologia, desenvolvida em parceria com institutos internacionais, contou com a participação de diversas universidades e institutos de pesquisa brasileiros. A despeito dos ainda parcos recursos destinados à ciência em nosso País, a Embraer nos ensina, dessa forma, que somos, sim, capazes de buscar a vanguarda tecnológica em qualquer segmento.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, criada em 1969 como estatal e privatizada em 1994, a Embraer já ocupa a quarta posição na fabricação de aeronaves em todo o mundo, detendo 45% do mercado de jatos regionais. Com mais de 5 mil aviões entregues, sua marca já atingiu um invejável patamar de credibilidade.

As cifras são impressionantes. Ao final do primeiro semestre de 2003, a Embraer acumulava mais de 10 bilhões em encomendas confirmadas e mais de 16 bilhões em opções de compra. Em 2002, as exportações da empresa atingiram 2,4 bilhões de dólares, equivalente a 4% do total exportado pelo Brasil.

Vejam todos a importância da Embraer para o superávit de nossa balança comercial, pressuposto de uma maior independência em relação ao capital especulativo internacional. E o futuro prenuncia números ainda mais alvissareiros: segundo dados da própria companhia, o potencial de exportação da família 170-190 é estimado em 15 bilhões de dólares para os próximos oito anos.

Podemos afirmar, por outro lado, que todo esse sucesso comercial da Embraer, notadamente após sua privatização e o ingresso na disputa pelo mercado de jatos regionais, se deve, em grande escala, à competência e eficiência da mão de obra nacional, basicamente formada por profissionais capacitados e treinados pelo renomado Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).

De fato, não teríamos condições de disputar o mercado aeroespacial, que exige tecnologia de ponta e limite máximo de segurança, se não dispuséssemos de um corpo de engenheiros do mais alto nível, que nada fica a dever aos profissionais dos maiores centros econômicos do mundo.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o pleno êxito da Embraer nos faz encher de orgulho e confiança na capacidade de nossa gente. Formamos um país riquíssimo em diversidade e potencialidade produtiva, com um imenso arsenal de recursos humanos e naturais. Só precisamos acreditar visceralmente nisso para deixarmos de ser o País do Futuro e alçar vôos mais altos, nas asas da Embraer.

É o que tenho a dizer.

Muito obrigado.

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