Discurso durante a 26ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comemoração dos 455 anos de fundação da cidade de Salvador/BA.

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA SOCIAL.:
  • Comemoração dos 455 anos de fundação da cidade de Salvador/BA.
Publicação
Publicação no DSF de 30/03/2004 - Página 8670
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA DE TRANSPORTES. POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, MUNICIPIO, SALVADOR (BA), ESTADO DA BAHIA (BA), ELOGIO, TURISMO, EXPECTATIVA, GOVERNO FEDERAL, LIBERAÇÃO, RECURSOS ORÇAMENTARIOS, METRO.
  • SUGESTÃO, GOVERNO FEDERAL, REDUÇÃO, BUROCRACIA, PROGRAMA, COMBATE, FOME.

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, amenizarei o ambiente nesta Casa, tratando, embora rapidamente, dos 455 anos da cidade de Salvador, hoje comemorados.

Salvador - relevem-me as Srªs e os Srs. Senadores - é hoje a cidade do Brasil mais visitada por turistas, nacionais e estrangeiros, por sua beleza, seus encantos e, sobretudo, pelo que o turista tem a ver com aquilo que séculos afora se formou numa civilização que hoje é invejada em todo o Brasil.

Digo, sem receio de errar, que a cidade de Salvador, nos últimos anos, é a que apresenta maiores obras públicas, para que essas obras se componham com a beleza natural que o destino nos reservou e que os baianos possam viver a alegria dos bons governos, seja do Estado, seja, no caso particular da cidade de Salvador, com o Prefeito Antonio Imbassahy.

Salvador tem os pontos mais agradáveis que um brasileiro ou estrangeiro possa percorrer. De suas centenárias igrejas, com suas imagens, que são as mais belas do mundo, à Baía de Todos os Santos, que é, sem dúvida, uma rival da Baía da Guanabara em beleza, e os acidentes geográficos que tornam essa cidade cada dia mais interessante. Por isso mesmo, há muitos e muitos anos, eu, que fui Prefeito dessa cidade e vivi as alegrias do que é ser Prefeito de Salvador, posso dizer, sem sombra de erro, que é a capital, juntamente com o Rio de Janeiro, mais bela do Brasil.

Neste instante, quero dizer que Salvador precisa ser, por isso mesmo, mais bem aquinhoada. Que bom seria se o Presidente da República, no dia de hoje, anunciasse a liberação dos recursos do metrô, tão propalada, mas não concretizada. Seria um presente à Capital que lhe deu maior votação no Brasil. O Governo tem deveres com essa cidade, por ter sido capital do País e porque, não sendo a capital do País, continua com o mesmo prestígio e com a mesma beleza.

Os encantos de Salvador estão à vista de todos. Por isso mesmo, Sr. Presidente, nós, que nascemos naquela terra, nos orgulhamos muito disso, e tenho certeza de que os brasileiros que não nasceram em Salvador têm-na como a sua segunda cidade no País.

A Bahia tem ensinado ao País muita coisa. Sabem por quê? Porque, na Bahia, a administração pública é feita pelo mérito. Pouco nos importa, ao prefeito ou ao governador, sermos ou não - embora sejamos - maioria na Assembléia ou na Câmara Municipal. Só colocamos nos postos as pessoas competentes. E é de competência realmente que o País está precisando.

Por isso, feliz, vejo uma reportagem no Correio Braziliense, de Renata Giraldi, intitulada: “A Bahia ensina a combater a pobreza”. Realmente, temos um programa de combate à pobreza, com uma secretaria especial para isso, que é um primor de atuação, sem que haja esses recursos. Daí eu já ter sugerido, aqui desta tribuna, que o Presidente da República entregue o combate à pobreza aos governantes honestos e sérios, bem como às organizações capazes de fazer tal combate sem a burocracia governamental, que nomeia funcionários e não atinge o verdadeiro objetivo, qual seja, acabar com a fome daqueles que comer precisam.

Portanto, Sr. Presidente, no dia de hoje, venho aqui fazer a profissão de fé do meu amor à minha cidade. Não preciso fazê-lo porque o povo da minha terra sabe que a Bahia é a razão da minha vida. Mas é muito importante que eu venha à tribuna do Senado, neste 29 de março, dizer que a Bahia continua bela e aberta a todos os brasileiros. Não há povo mais hospitaleiro, nem cidade mais pronta para receber o visitante do que a cidade de Salvador.

Quero me congratular com todos os baianos, principalmente com os de Salvador, com os que lá residem, mas são provenientes de outros Estados, e com os estrangeiros que, em grande número, têm ido morar em Salvador ou em cidades litorâneas do meu Estado.

Meu Estado cresce apesar da crise. Possui um grande número de desempregados, porque tem o maior semi-árido do Nordeste. No entanto, há um otimismo justificável entre os baianos.

Confesso que tenho toda a intenção de ajudar, nesta Casa, o Presidente Lula. Mas não fosso concordar, por exemplo, com a afirmativa de Sua Excelência de que, há muitos anos, não vivemos um momento de otimismo como este. Não. O Brasil não está otimista, mas pessimista. Cabe ao Presidente da República comandar um processo de virada e promover o otimismo entre os brasileiros. Essa questão só se resolve quando a área social for motivo da preocupação maior do Governo. Enquanto não olharem para a área social, o Presidente não estará atendendo aos que o elegeram, que foram principalmente os mais pobres. Sua Excelência, que conheceu a pobreza, deve saber que a área social precisa ser atendida de qualquer modo, da melhor maneira possível.

Como isso acontece em Salvador, na minha bela cidade, quero que ela sirva de exemplo, embora saiba que a sua taxa de desemprego é grande, mas não por culpa dos baianos. Temos que reverter tudo isso, para dar felicidade a todos os brasileiros, a quem desejo o mesmo contentamento que sinto, quando suas cidades completarem 455 anos como Salvador faz hoje.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/03/2004 - Página 8670