Discurso durante a 26ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários ao pronunciamento da Senadora Ideli Salvatti, afirmando que o governo está ciente de sua responsabilidade política e social e do caminho que deve seguir para alcançar a retomada do crescimento econômico. (como Líder)

Autor
Tião Viana (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Sebastião Afonso Viana Macedo Neves
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Comentários ao pronunciamento da Senadora Ideli Salvatti, afirmando que o governo está ciente de sua responsabilidade política e social e do caminho que deve seguir para alcançar a retomada do crescimento econômico. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 30/03/2004 - Página 8674
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • REITERAÇÃO, POSIÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), BANCADA, APOIO, GOVERNO FEDERAL, BUSCA, SOLUÇÃO, PROBLEMAS BRASILEIROS, CRIAÇÃO, OPORTUNIDADE, RETOMADA, CRESCIMENTO ECONOMICO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL.
  • JUSTIFICAÇÃO, DISCURSO, IDELI SALVATTI, SENADOR, DEFESA, AUTORIDADE, VITIMA, CALUNIA, AUSENCIA, OFENSA.

O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT - AC. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nos dois minutos que me restam, tentarei ser o mais objetivo possível. Saliento a tranqüilidade e a serenidade que têm o Partido dos Trabalhadores e o Bloco de apoio ao Governo no momento político que atravessamos. Todos, neste Parlamento, conhecemos o resultado de uma pesquisa de opinião pública que aponta, aparentemente, um momento desfavorável da atual gestão de Governo. Isso é natural e absolutamente comum na vida pública.

Interessa-nos a certeza das nossas convicções. Nosso Governo está inteiramente ciente de suas responsabilidades políticas e sociais e sabe exatamente aonde tem de chegar. A travessia deste momento difícil da vida nacional era esperada. O ano de 2003 marcou a dificuldade da travessia de nosso Governo; não tivemos os R$18,5 bilhões de recursos orçamentários extraordinários para fazer investimento social e político. Sabíamos da enorme dívida com a reforma agrária; sabíamos da enorme crise de políticas sociais que vivenciávamos e tínhamos certeza absoluta da crise de inclusão social que estávamos testemunhando na sociedade brasileira.

Sr. Presidente, fazer uma ruptura e mudar para um horizonte promissor tão repentinamente seria muito difícil em um País com 500 anos de injustiças e desigualdades tão perversas. Temos certeza absoluta de que virá um novo horizonte para o Governo - daqui a três meses, no máximo - com indicadores que trarão a confiança da sociedade brasileira e a maior consideração, sensibilidade e até senso de co-participação...

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) - A Mesa prorroga a sessão por mais 10 minutos, para que ouçamos dois outros Senadores e V. Exª possa concluir o seu discurso.

O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT - AC) - Que tragam maior senso de participação e serenidade para a própria Oposição que nos acompanha neste grande debate nacional. Com isso, asseguraremos a grande mudança que o País espera.

Para nós, é um momento de verdadeira encruzilhada. De um lado, conseguimos fazer a travessia, o remédio amargo foi aplicado, e agora temos de assegurar a retomada do crescimento.

No mês de fevereiro, tivemos um crescimento industrial em São Paulo de 4,9% e, em Santa Catarina, de 11%. Os indicadores apontam com clareza um crescimento estável para o ano de 2004, e temos a dívida social marcante.

É hora de radicalizar. Na busca da implantação das políticas sociais, o Governo está pronto, maduro, tem diagnóstico, tem plano, tem meta e tem intervenção decidida. Assim, não tenho dúvida de que é uma questão de momentos para que a Oposição volte seus olhos e entenda que as mudanças efetivas que foram parte do compromisso e da honradez do Governo Lula estarão sendo executadas. Contaremos com o apoio e a compreensão dos companheiros da Oposição.

É natural também, Sr. Presidente, que as Srªs e os Srs. Senadores entendam que, em alguns momentos, temos de expressar nossas angústias e aflições. O que a nobre Colega, Senadora Ideli Salvatti, trouxe hoje para o Plenário do Senado Federal foi um grande e forte desabafo por injustiças que estão sendo praticadas contra algumas autoridades de Estado, algumas autoridades do Governo.

Não é justo que qualquer Parlamentar, de qualquer origem, venha ao plenário do Senado Federal trazer juízo de valor sobre honradez e moral de quem quer que seja. Entendemos que isso pode ocorrer em momentos de tensão, crítica e fervor emocional, mas não é a regra. A Senadora Ideli Salvatti fez aqui um desabafo, uma consideração para que isso possa ter um freio e estar de acordo com o que está vendo a sociedade brasileira.

A sociedade está tranqüila, está entendendo os indicadores e quer mudanças. Teremos um mês de abril tenso, com um problema agrário forte aos olhos de todos, que é uma dívida de 500 anos. Vamos ter de intervir. Temos um debate democrático. Estamos superando uma crise política cuja travessia tivemos que fazer por infelicidade de fatos que são do conhecimento de todos. Agora, jamais poderemos nos curvar a ofensas unilaterais. A Senadora Ideli Salvatti expressou aqui um sentimento em defesa daqueles em quem acredita e jamais ousou ofender a honra de quem quer que seja.

Então, penso que isso deve ser tratado com naturalidade, compreensão, e a caminhada do diálogo é o que nos deve unir no Parlamento.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/03/2004 - Página 8674