Discurso durante a 27ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Realização, na próxima sexta-feira em Aracaju-SE, de ato público que visa cobrar a instalação de comissão parlamentar de inquérito para investigar atos de corrupção praticados no âmbito do governo federal.

Autor
Almeida Lima (PDT - Partido Democrático Trabalhista/SE)
Nome completo: José Almeida Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Realização, na próxima sexta-feira em Aracaju-SE, de ato público que visa cobrar a instalação de comissão parlamentar de inquérito para investigar atos de corrupção praticados no âmbito do governo federal.
Publicação
Publicação no DSF de 31/03/2004 - Página 8772
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • ANUNCIO, REALIZAÇÃO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, CAPITAL DE ESTADO, DEFESA, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADMINISTRAÇÃO FEDERAL, IMPORTANCIA, MOBILIZAÇÃO, LUTA, ETICA, POLITICA NACIONAL.
  • SAUDAÇÃO, NOTICIARIO, MOBILIZAÇÃO, MOVIMENTO ESTUDANTIL, UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES (UNE), OPOSIÇÃO, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.

O SR. ALMEIDA LIMA (PDT - SE. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, retorno a esta tribuna para trazer a V. Exªs um convite para comparecerem a um ato público que faremos realizar no Estado de Sergipe, mais precisamente em Aracaju, na próxima sexta-feira, dia 2 de abril, às 15 horas.

Dessa forma, participando de uma mobilização popular, pretendemos buscar nas ruas o que não conseguimos estabelecer no Congresso Nacional: a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito que visa à investigação dos atos de corrupção praticados no âmbito da administração do Governo Federal.

Conforme divulgou a imprensa hoje, o Ministério Público Federal denunciou ontem, no caso GTech, por concussão, corrupção passiva e gestão fraudulenta, entre outros, o Presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, pelos atos já conhecidos pelo Brasil. Portanto, para mim - e, entendo, para toda a sociedade brasileira -, esse não é um assunto encerrado. Nesta Casa, nós buscamos a investigação pelo pleito de 27 Parlamentares. Não a conseguimos. Uma outra, que se pretendeu instalar, não logrou êxito. Recebi informações de que o mandado de segurança interposto junto ao Supremo Tribunal Federal, pela mesma forma, não obteve sucesso. Portanto, nós, parlamentares, que integramos os partidos políticos, temos o dever de organizar a sociedade, pois esta, em pesquisa, aponta que 81% da população brasileira desejam a Comissão Parlamentar de Inquérito. Isso cabe a todos nós e aos partidos políticos, que, entre tantos objetivos, têm a missão de organização da sociedade para fazer valer os seus direitos.

Se não conseguirmos a investigação interna do Senado, precisaremos fazer valer a voz das ruas para que ela se estabeleça em um tom mais elevado que a do Congresso Nacional e para que, de fora para dentro, se estabeleça a consciência da necessidade da Comissão Parlamentar de Inquérito. É a exigência de transparência e de levarmos a ética a todos os lugares da administração pública. É o grito do brasileiro por mais emprego, pelo acúmulo e pelo volume de impostos que a sociedade não mais suporta, pelos salários aviltantes de categorias que aí se encontram em greve. Enfim, é a sociedade brasileira se posicionando de forma contrária a tudo que vemos.

Tenho a felicidade, embora seja do conhecimento de V. Exªs, de fazer referência a uma matéria publicada, hoje, na Folha de S.Paulo, a qual mostra que a UNE inicia atos contra a atual política econômica do Governo Lula em todo o País.

Portanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, precisamos estar nas ruas, voltar a elas e refazer, de forma permanente, o contato com a sociedade brasileira para que ela, organizadamente, possa estabelecer a democracia direta, pois a indireta que vivenciamos atualmente não está, na verdade, correspondendo aos anseios populares. Se somos os representantes do povo, devemos estar em sintonia com ele.

No Senado, não conseguimos, para uma das CPIs, o número legal para a sua instalação. Contudo, para outra o conseguimos, mas ela não foi instalada pela vontade da Maioria e pela vontade do Governo.

Portanto, se 81% da população, conforme pesquisa nacional publicada pela Folha de S.Paulo e realizada pelo Datafolha, apontam a necessidade da realização da Comissão Parlamentar de Inquérito, nós não estamos a atender o anseio popular.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, aproveito a oportunidade para, como anfitrião, uma vez que o evento será realizado em Aracaju na próxima sexta-feira, convidar o povo brasileiro, os Srs. Congressistas e os Senadores, em especial, para participarem desse ato cuja campanha, que lhes apresento, encontra-se nas ruas de Aracaju, dizendo “Chega de corrupção, CPI já”.

Esse é o nosso desejo, porque entendemos que devemos estar ao lado do povo brasileiro, como seus representantes fidedignos.

Repito que 81% da população brasileira exigem a investigação, que deve ser realizada pelo Congresso Nacional da forma mais profunda e mais ampla possível.

Srªs e Srs. Senadores, que já foram convidados pessoalmente por mim, reitero o convite e digo-lhes que tenham certeza de que as populações de Aracaju e de Sergipe agradecerão a presença de todos. Que, a partir de Aracaju, nesse que chamamos de Movimento Brasil pela Ética e pelo Emprego, possamos mostrar ao nosso País a organização social, exigindo que as investigações sejam feitas para a honra do Brasil.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/03/2004 - Página 8772