Discurso durante a 28ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Elogios à política externa do Governo Lula, conduzida pelo chanceler Celso Amorim.

Autor
Valmir Amaral (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/DF)
Nome completo: Valmir Antônio Amaral
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA EXTERNA.:
  • Elogios à política externa do Governo Lula, conduzida pelo chanceler Celso Amorim.
Publicação
Publicação no DSF de 01/04/2004 - Página 8925
Assunto
Outros > POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • ELOGIO, EFICACIA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, POLITICA EXTERNA, RELAÇÕES DIPLOMATICAS, IMPORTANCIA, MELHORIA, POSIÇÃO, BRASIL, AMBITO INTERNACIONAL.

O SR. VALMIR AMARAL (PMDB - DF. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, completados treze meses desde que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou assento no Palácio do Planalto, já é possível apontar algumas características de sua administração. A gestão da economia, por exemplo, tem recebido o elogio de muitos e a condenação de outros tantos. Curiosamente, pelo mesmo motivo: seu caráter ortodoxo e de acordo com as diretrizes do Fundo Monetário Internacional (FMI). O encaminhamento das reformas tributária e da Previdência Social, de modo análogo, trouxe tanto aplausos entusiásticos quanto queixas indignadas.

Isso, é claro, não constitui surpresa: ninguém inventou ainda a fórmula para governar sem contrariar uns aqui, outros ali. No entanto, há uma área em que o Governo do Partido dos Trabalhadores e seus aliados tem obtido uma maioria significativa de opiniões favoráveis. Trata-se, naturalmente, de sua política externa, conduzida sob a liderança do chanceler Celso Amorim.

Análises internacionais de peso, como as dos cientistas políticos Viriato Soromenho Marques, professor da Universidade de Lisboa, e Stéphane Montclair, da Universidade de Paris - Sorbonne, ilustram a visão atual da comunidade mundial sobre a condução de nossa política exterior. Soromenho destaca, nas recentes ações brasileiras, a vontade do cumprimento das grandes vocações do Brasil: a vocação continental, voltada à América Latina, a vocação oceânica, voltada para o resto do mundo, e o impulso para a afirmação da soberania. Montclair, por seu lado, aponta para o vigoroso fortalecimento da imagem internacional do País durante o ano passado.

Comentaristas brasileiros, como Antônio Carlos Lessa, da Universidade de Brasília (UnB), e Rubens Ricupero, Secretário-Geral da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), também louvaram o desempenho diplomático do Governo neste primeiro ano de ofício. O próprio Presidente, no balanço oral que apresentou, a 17 de dezembro, de seu primeiro ano de mandato, falou com especial satisfação da sua política externa, manifestando a consciência de que esse é um dos setores mais bem sucedidos, até aqui, de seu Governo.

Daqui da tribuna do Senado Federal, Sr. Presidente, eu digo que já era tempo de nosso País ter uma política externa digna da importância do Brasil no concerto das nações, na qualidade de um dos países mais extensos territorialmente, mais populosos e de maior Produto Interno Bruto (PIB) do mundo. Faltava-nos apenas uma postura altiva, como a que tivemos nos tempos do Barão do Rio Branco e de Rui Barbosa.

Somente abandonando as atitudes subservientes conseguiremos atingir objetivos como o da obtenção de uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Por essa razão, julgo ser necessária a participação de representantes do Brasil, ainda que na condição de observadores, na próxima reunião do chamado G-8, o grupo das maiores economias do planeta, a ser realizada em junho, nos Estados Unidos da América.

Alguns verão nisso pretensão, ousadia ou um surto de megalomania. Cabe lembrar a esses críticos as lições de amor ao Brasil que nos ensinaram as professorinhas nas primeiras séries da escola, como a do verso de Olavo Bilac que diz: “Imita na grandeza a terra em que nasceste.”

É isso que devemos fazer e, creio, é o que está sendo posto em prática pelo atual Governo: Uma política exterior à altura das nossas melhores tradições.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/04/2004 - Página 8925