Discurso durante a 32ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Realização em Aracajú/SE do Ato Público Movimento Brasil pela Ética e pelo Emprego. (como Líder)

Autor
Almeida Lima (PDT - Partido Democrático Trabalhista/SE)
Nome completo: José Almeida Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MANIFESTAÇÃO COLETIVA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Realização em Aracajú/SE do Ato Público Movimento Brasil pela Ética e pelo Emprego. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 07/04/2004 - Página 9551
Assunto
Outros > MANIFESTAÇÃO COLETIVA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, MUNICIPIO, ARACAJU (SE), ESTADO DE SERGIPE (SE), MANIFESTAÇÃO COLETIVA, PASSEATA, REIVINDICAÇÃO, ETICA, EMPREGO.
  • COMENTARIO, FRUSTRAÇÃO, POPULAÇÃO, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL.
  • NECESSIDADE, CONTINUAÇÃO, MOBILIZAÇÃO, POPULAÇÃO, REIVINDICAÇÃO, REALIZAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), SENADO, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, GOVERNO FEDERAL.

O SR. ALMEIDA LIMA (PDT - SE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na última quarta-feira, desta tribuna, fiz um convite a todas as Srªs e a todos os Srs. Senadores para um ato público que seria realizado, como de fato foi, na última sexta-feira, em Aracaju, o “Movimento Brasil pela Ética e pelo Emprego”.

É bem verdade que, quando fazemos a mobilização e convidamos o povo, sempre temos a expectativa de que o ato poderá ser magnífico ou não. Há sempre uma surpresa. Só que a surpresa foi a mais agradável possível. Mais de 10 mil sergipanos estiveram numa passeata, da Praça da Bandeira à Praça Fausto Cardoso, onde realizamos um ato público, um comício, inclusive com a presença do ilustre Senador Antero Paes de Barros, do Deputado Federal Alceu Collares, do Deputado Eduardo Gomes e do Juruna, representante da Força Sindical, além das lideranças locais.

Esse ato não visou a desestabilizar o Governo. Lá, nenhuma faixa estampava “Fora, Lula”, embora este fosse o tom durante todo o período FHC, patrocinado pelo PCdoB e pelo próprio PT: “Fora, FHC”.

Não desejamos desestabilizar, mas não podemos permitir que a Oposição, a quem não é dado o direito de legislar, pois não tem a maioria, não tenha o direito de investigar as ações do Governo, e todas as manobras são feitas para impedir. Quem poderá assegurar que, mesmo o Supremo Tribunal Federal julgando favorável o mandado de segurança, e a Presidência desta Casa indicando os Senadores para integrá-la, a CPI seja instalada e tenha quorum para funcionar?

Por essa razão, Srªs e Srs. Senadores, sem qualquer desejo de desestabilização, mas apenas de estabelecer uma pressão legítima - não apenas de fora para dentro deste Senado e do Congresso Nacional - junto ao Governo Federal para que a Comissão Parlamentar de Inquérito seja instalada, o ato foi um sucesso. Tenho certeza absoluta de que só levando o povo para as ruas teremos condições de fazer valer os nossos direitos, teremos condições de fazer valer a democracia, e a Oposição poderá estabelecer uma investigação a mais ampla e profunda possível.

Foi um ato democrático, ocorrido fora do período de eleições. O povo esteve nas ruas porque está sentindo a amargura do desemprego. A sociedade brasileira está sentindo o peso do alto volume dos impostos que se paga neste País. A sociedade brasileira, a classe média em especial, está perdendo o seu poder de compra.

Enfim, estamos vendo, de forma generalizada, a insatisfação do povo brasileiro. E aos partidos, sobretudo de oposição, neste instante, cabe exatamente a tarefa da organização popular, de marchar pelas ruas e exigir a mudança.

Não tivemos, como eu disse e repito, nenhuma bandeira “Fora, Lula”, até porque não há razão para isso. Queremos uma investigação, porque a corrupção no Planalto Central está devidamente comprovada por atos praticados pelo Waldomiro Diniz agora em 2003, objeto inclusive de denúncia pelo Ministério Público Federal. Mas não sabemos - e é esta a certeza que não temos - da profundidade e da amplitude da corrupção no Governo Federal, daí justificar-se a comissão parlamentar de inquérito, sobretudo porque quem não deve não teme; mas estamos vendo o Governo fugir da CPI como o diabo foge da cruz.

Portanto, Srs. Senadores, esse “Movimento pela Ética e pelo Emprego” precisa correr os quatro cantos deste País. Precisamos não ficar na condição de minoria, preso ao Regimento ou até mesmo a decisões de outras instâncias. Precisamos buscar a voz das ruas, pois, com a organização do trabalhador, da classe média e da sociedade brasileira, não obstante a impaciência da Liderança do Governo, teremos condições de fazer valer o direito da minoria de instalar e fazer funcionar a comissão parlamentar de inquérito.

Era essa, Sr. Presidente, a palavra que desejava trazer na tarde de hoje, para mostrar às Srªs e Srs. Senadores que estamos precisando, neste País, que os partidos e a classe política de oposição aglutinem a insatisfação e reúnam a população descontente para podermos mudar os destinos do nosso País, que não está em bom caminho.

Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/04/2004 - Página 9551