O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, percorri alguns Estados do Brasil durante os festejos da Semana Santa. Tendo voltado recentemente de meu Estado, a Paraíba, fui à Bahia e ao interior de dois Estados vizinhos.

É deplorável a situação das estradas brasileiras. Para um País que fez a opção do transporte rodoviário, é mortal a situação em que se encontram nossas estradas.

Implantamos a Cide, que já rendeu milhões e milhões de reais, mas o dinheiro ainda não chegou para a recuperação das estradas. Na Paraíba, Senador Mão Santa, tínhamos orgulho de ter a melhor rede rodoviária do País. É um Estado pequeno, seco, com estradas que se mantinham em bom nível de conservação. Hoje, não temos estradas, mas buracos coligados no antigo leito de uma estrada. E isso tem causado transtornos muito sérios à população, seja da Bahia, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, seja do Piauí.

No caso da Paraíba, Sr. Presidente, a duração dos percursos aumentou muito. No caso de Itaporanga a Patos, antes se gastavam 45 minutos; hoje, estão sendo gastas três horas e meia. E o pior: os acidentes são constantes, danificando viaturas e acarretando perda de vidas. Em duas semanas, seis pessoas morreram. Em uma cidade, Cachoeira dos Índios, morreu o vice-Prefeito em um acidente de carro; agora, morreu o Prefeito. Essa cidade fica um pouco mais longe, e o deslocamento até a capital significa uma loteria. Com tantos buracos na estrada, dificilmente se chega à capital sem que haja um acidente sério, sem que se quebre a barra de direção ou a suspensão. E isso tem custado vidas. Em duas semanas, no trajeto de Itaporanga a Patos, três motociclistas quebraram o pescoço, pois bateram em um buraco e foram arremetidos ao chão.

Não sei até quando continuaremos dessa forma. O povo brasileiro é paciente, tranqüilo e nunca perde a esperança. Mas quantos Senadores já vieram a esta tribuna, Senador Mão Santa, reclamar da situação caótica das nossas estradas? Contudo, nada foi feito até agora. Aliás, a cada dia que passa, a situação fica pior. E o prejuízo será muito grande, principalmente no caso do Nordeste e de outros lugares do País que passaram por grandes chuvas, pois a própria base das estradas está-se acabando, e assim será mais caro consertá-las.

Então, em nome do PMDB, deixo aqui a nossa preocupação. É preciso que o dinheiro da Cide, que está sendo retirado para áreas administrativas ou financeiras do País, seja aplicado para o fim para o qual ela foi criada: a melhora do nosso sistema rodoviário, em um País que depende da malha rodoviária para que a mercadoria chegue ao consumidor.

Muito obrigado, Sr. Presidente.