Discurso durante a 37ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Elogios ao trabalho desenvolvido no combate ao crime organizado pelo Dr. José Roberto Santoro, Sub-Procurador-Geral da República.

Autor
Magno Malta (PL - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Elogios ao trabalho desenvolvido no combate ao crime organizado pelo Dr. José Roberto Santoro, Sub-Procurador-Geral da República.
Publicação
Publicação no DSF de 16/04/2004 - Página 10310
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • ELOGIO, DIGNIDADE, COMPETENCIA, TRABALHO, SUB PROCURADOR GERAL DA REPUBLICA, COMBATE, CRIME ORGANIZADO, PAIS, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES).

O SR. MAGNO MALTA (PL - ES. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, são muitos os assuntos, mas o tempo, infelizmente, é nosso inimigo.

Inicialmente, quero render minha homenagem ao Dr. José Roberto Santoro, Subprocurador da República, que está sendo exposto publicamente de forma desnecessária. O Subprocurador José Roberto Santoro vem agindo com dignidade ao longo de sua vida, e é meu dever fazer este registro.

O Dr. José Roberto Santoro nos assessorou, por três anos, na CPI do Narcotráfico. No caso do Acre, de Hildebrando Pascoal e sua quadrilha, como Presidente daquela Comissão, eu, pessoalmente, encaminhei ofício ao Dr. Geraldo Brindeiro solicitando que deslocasse o Dr. Santoro e o colocasse no caso. Quero que o Brasil saiba que, não fosse esse Subprocurador, substituindo outra grande gigante, o Dr. Luiz Francisco, nesse caso, não teríamos chegado a lugar nenhum.

O Dr. José Roberto Santoro fez parte de uma missão especial no Espírito Santo, Estado que foi escravo do crime organizado por doze anos. O Espírito Santo é bonito e rico. Do ponto de vista turístico, é o segredo mais bem guardado do Brasil. Ninguém conhece nosso potencial turístico, porque ficamos conhecidos e expostos na mídia apenas nas páginas policiais, pois o crime organizado se institucionalizou no meu Estado.

Com base no relatório da CPI do Narcotráfico, soubemos que, dos 864 indiciados pela CPI, 10% eram do meu Estado. Sob o comando do Dr. José Roberto Santoro, ferimos de morte o crime organizado no Espírito Santo. Por isso, por dever, tenho de defendê-lo.

Não fizeram bem em expor Santoro. O Ministério Público arranhou-se; atirou no próprio pé. Se algo estava errado no comportamento de Santoro, deveriam tratar o assunto internamente. Para isso há a Corregedoria, e ele não fez nada de mais. Qualquer homem que investiga já fez mil vezes o que ele fez. O escroque que estava do outro lado da linha não falou uma só vez, como se estivesse gravando a mando de alguém.

Olhando para as câmeras, quero dizer à família do Dr. José Roberto Santoro, filhos e esposa, que não entendo alguém colocar sua vida em risco, fazer um trabalho digno e receber isso como pagamento. Tentar atingir Roberto Santoro é a mesma coisa que fazer um ato de desagravo ao crime organizado, é aplaudir o crime organizado. Não tenho procuração, Senador Arthur Virgílio, mas tenho o dever. V. Exª me acompanhou na Câmara, fomos companheiros. A CPI do Narcotráfico, nos casos mais graves, contou com José Roberto Santoro.

O meu Estado está de luto, porque tiraram José Roberto Santoro de lá, tiraram os processos do crime organizado das mãos dele. Agora o crime organizado está fazendo festa, e todos nós estamos à mercê. Eu digo isso porque no Espírito Santo, que é um pequeno Estado, há cinco anos eu ando com a Polícia Federal guardando as minhas costas e da minha família.

Receba, Dr. José Roberto Santoro, a minha fala como um desagravo e como alguém que reverencia a sua determinação e a sua coragem. Lembro-me que diziam que o Dr. Luiz Francisco era o braço do PT dentro do Ministério Público, que tanto se beneficiou da coragem e do destemor de Luiz Francisco. Agora, José Roberto Santoro é o homem do PSDB. Ora, graças a Deus, porque o cara já fez tanto, que essas ilações não colam.

Sr. Presidente, era para ter feito esse registro há mais tempo, mas só agora tive a oportunidade de fazê-lo, por dever, porque, como brasileiro, como cidadão do Estado do Espírito Santo, todos nós devemos a José Roberto Santoro.

Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/04/2004 - Página 10310