O SR. JOÃO ALBERTO SOUZA (PMDB - MA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em 24 de agosto de 2001, por meio da Medida Provisória nº 2.156-5, foi criada a Agência de Desenvolvimento do Nordeste, a Adene. A mesma medida extinguiu a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste - antiga Sudene. Posteriormente, em 2003, o projeto de lei complementar, por seu turno, propôs a recriação da Sudene, na forma do art. 43 da Constituição Federal, e a extinção da Adene.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esses sucessivos eventos, até este momento, não saíram das perspectivas e das boas intenções. A nova Sudene, blindada contra a corrupção, concebida para ser uma instituição capaz de incentivar e promover a competitividade regional, de privilegiar a questão social e abandonar a preocupação obsessivamente econômica, de alevantar e dinamizar valores econômicos e culturais locais, impulsionada por técnicos competentes e de visão estratégica, continua miragem. Nesse contexto, a solução da problemática do Nordeste brasileiro continuará miragem.

Não passou de miragem a comoção do Imperador que prometeu empenhar a coroa para resolver a tragédia das secas nordestinas; continuaram miragem, ao longo da República, as grandes promessas, lançadas periodicamente com entusiasmo e exaltação, mortas à falta de vontade política, sufocadas pela pusilanimidade, pela inconstância, pela falta de decisão sólida e pelo esquecimento advindo no “dia depois”.

As idéias, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, consagram-se quando deixam de ser emoção literária para tornarem-se realidade factual, instrumentos de trabalho e de solução, fortes e eficazes, identificados com as expectativas dos que têm esperanças e lutam por dias melhores.

Temo, diante das circunstâncias, que a nova Sudene acabe sendo mais uma lamentosa iniciativa sem conseqüências, mais uma ocasião de esvaziamento da esperança e de vãs promessas.

Muito obrigado.