Pronunciamento de Romero Jucá em 15/04/2004
Discurso durante a 37ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Apresenta resultados da cultura do arroz irrigado no Estado de Roraima.
- Autor
- Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
- Nome completo: Romero Jucá Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
POLITICA AGRICOLA.:
- Apresenta resultados da cultura do arroz irrigado no Estado de Roraima.
- Publicação
- Publicação no DSF de 16/04/2004 - Página 10354
- Assunto
- Outros > POLITICA AGRICOLA.
- Indexação
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- IMPORTANCIA, RESULTADO, LAVOURA, IRRIGAÇÃO, ARROZ, ESTADO DE RORAIMA (RR), BENEFICIO, PROGRESSO, REGIÃO, INCENTIVO, EXPANSÃO, AREA, ATIVIDADE AGRICOLA.
- COMENTARIO, INTERESSE, ESTADO DE RORAIMA (RR), MELHORIA, QUALIDADE, PRODUTIVIDADE, LAVOURA, IRRIGAÇÃO, ARROZ, VIABILIDADE, CONCORRENCIA, MERCADO INTERNACIONAL.
O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho hoje à tribuna desta Casa para elogiar os resultados altamente compensadores da cultura do arroz irrigado no Estado de Roraima e apresentar dados estatísticos sobre os benefícios econômicos e sociais que essa importante atividade agrícola vem proporcionando a milhares de pessoas em nível regional, sejam elas agentes públicos, entidades financiadoras, produtores, empregados, vendedores de insumos, comerciantes e compradores, prestadores de serviços e consumidores. Enfim, toda a cadeia produtiva ligada à produção do arroz irrigado no Estado de Roraima está sendo diretamente favorecida pelos progressos alcançados pela agricultura estadual.
Inegavelmente, a cultura do arroz irrigado no Estado de Roraima, além de oferecer todos esses benefícios que acabamos de relacionar, tem incentivado a expansão da área agrícola, como mostraremos a seguir.
Segundo dados oficiais referentes à safra de 2002/2003, considerando uma área cultivada de 15 mil hectares, o resultado final da colheita registrou 84 mil toneladas do grão. Em termos de produtividade, a média atingida no espaço a que nos referimos foi de 5,6 toneladas por hectare. Segundo previsões dos técnicos agrícolas, para a safra de 2003/2004, em uma área plantada de 20 mil hectares, a colheita esperada deverá ser de cerca de 127 mil toneladas, e a produtividade por hectare poderá chegar a 6,3 toneladas.
Por sua vez, em termos de faturamento, os produtores bateram palmas, porque lograram vendas equivalentes a 90 milhões de reais em 2003. Até o final deste ano, as comemorações poderão ser ainda maiores, porque a renda bruta esperada deverá alcançar os 128 milhões de reais, ou seja, segundo as estimativas, 10,25% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 1,2 bilhão de reais.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o grosso da produção de arroz irrigado no Estado de Roraima se concentra nos Municípios de Boa Vista, Cantá, Bonfim, Normandia, Pacaraíma e Uiramutã. A cultura do grão assegura a sobrevivência de milhares de trabalhadores. Mais de seis mil pessoas dependem de cerca de mil empregos que são gerados, diretamente, por essa atividade agrícola. Cerca de dois milhões de pessoas, habitantes dos Estados de Roraima, Amazonas, Pará e Amapá estão se alimentando com o arroz irrigado produzido em Roraima.
Segundo levantamento realizado pelo Centro de Pesquisas Agroflorestais (Cpaf) de Boa Vista, órgão vinculado à Empresa Brasileira de Planejamento Agrícola (Embrapa), cada hectare de várzea em Roraima produz em média mais de 6 mil quilos de arroz. Convém destacar que a média nacional não ultrapassa os 5 mil quilos por hectare.
É importante ressaltar que todo o sucesso da cultura do arroz irrigado no Estado de Roraima é fruto de inúmeras pesquisas e estudos que se realizam há mais de 20 anos. Assim, durante esse tempo, os técnicos agrícolas e os engenheiros agrônomos tiveram todo o cuidado com o controle das doenças como a brusone, com as técnicas de adubação, com o controle das ervas daninhas, com a prevenção das pragas, com o melhor conhecimento do manejo de irrigação e com a introdução de culturas alternativas ao arroz. Dessa maneira, o que vemos hoje é realmente o resultado de mais de duas décadas de estudos e de experiências, como dissemos há pouco.
É importante dizer que o arroz é um alimento rico em carboidratos, importante fonte de vitaminas e sais minerais, como fósforo, ferro e potássio, e totalmente livre do mau colesterol que causa sérios danos às artérias coronárias.
Vale dizer ainda que a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou o ano de 2004 como o Ano Internacional do Arroz. Evidentemente, com essa decisão, a ONU reconheceu que a cultura do produto é essencial em todo o mundo, porque contribui de maneira importante para a erradicação da fome no planeta. Basta dizer que, hoje, o arroz é alimento básico para mais da metade da população mundial, que já passou dos 6 bilhões de habitantes. Só na Ásia, mais de 2 bilhões de pessoas obtêm de 60 a 70 por cento de energia com o consumo de arroz.
Eminentes Senadoras e Senadores, gostaria de terminar este pronunciamento dizendo que precisamos prestar mais atenção ao que está acontecendo em Roraima em matéria de desenvolvimento agrícola. Não podemos ignorar que o Estado é a última fronteira agrícola do País e começa a figurar no mapa do agribusiness nacional e mundial. O agribusiness, aliás, é o único setor da cadeia produtiva nacional que está gerando emprego, renda, produtividade, progresso e divisas com as exportações, que são cada vez mais volumosas.
Face a essa realidade e contando com o crescimento da produção, o Estado de Roraima se prepara tecnicamente e cientificamente para melhorar cada vez mais a qualidade e a produtividade da cultura do seu arroz irrigado. Só assim o Estado poderá conquistar melhor competitividade internacional para poder satisfazer parte da alta demanda mundial que está sendo projetada para os próximos 20 anos. A título de exemplo, apenas no continente asiático, as pressões do consumo deverão elevar as importações regionais em mais de 10 milhões de toneladas nas próximas duas décadas.
Era o que tinha a dizer!
Muito obrigado!