Discurso durante a 29ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Transcurso do Dia da Meteorologia, ocorrido em 23 de março último. A importância do progresso tecnológico para o desenvolvimento das ciências meteorológicas, hidrológicas, geofísicas e afins, ciências que contribuem para disciplinar o desenvolvimento socioeconômico e permitir maior proteção do meio ambiente.

Autor
Valmir Amaral (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/DF)
Nome completo: Valmir Antônio Amaral
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Transcurso do Dia da Meteorologia, ocorrido em 23 de março último. A importância do progresso tecnológico para o desenvolvimento das ciências meteorológicas, hidrológicas, geofísicas e afins, ciências que contribuem para disciplinar o desenvolvimento socioeconômico e permitir maior proteção do meio ambiente.
Publicação
Publicação no DSF de 02/04/2004 - Página 9127
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, METEOROLOGIA, OPORTUNIDADE, RECONHECIMENTO, NECESSIDADE, DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO, MODERNIZAÇÃO, SERVIÇO, PRESERVAÇÃO, MEIO AMBIENTE.

O SR. VALMIR AMARAL (PMDB - DF. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo a tribuna desta Casa para lembrar que o dia 23 de março é consagrado à Meteorologia, mesmo que tardiamente, pois naquela quarta eu precisava falar sobre escolas, faço questão de lembrar a data pela importância do tema e também devo explicar que do discurso original eu agora acrescento um fato novo, ou seja a importância da previsão colocada em prática, haja vista o recente fenômeno meteorológico ocorrido no sul do País, refiro-me ao Ciclone Catarina.

O trabalho dos meteorologistas pode evitar desastre maior, a população, em sua maioria, pode procurar abrigo e a defesa civil pode agir de uma forma mais eficiente. O fato por si só já seria suficiente para justificar a lembrança pela passagem do dia, mas quero dizer também que, como aqui no Brasil ocorre também em todos os países, o Dia Meteorológico Mundial comemora a entrada em vigor, em 23 de março de 1950, da Convenção que instituiu a Organização Meteorológica Mundial (OMM), que sucedeu a Organização Meteorológica Internacional (OMI), fundada em 1873.

A celebração deste ano elegeu o tema “O tempo, o Clima e a Água na Era da Informação”, uma vez que as tecnologias digitais são responsáveis pelo fantástico progresso alcançado nos últimos quarenta anos pelas ciências meteorológicas, hidrológicas, geofísicas e afins.

Inegavelmente, tais tecnologias têm sido fundamentais para tornar os exames técnicos mais eficientes nesses campos, os diagnósticos científicos mais precisos, as análises mais seguras e as previsões menos sujeitas a erros como aconteciam freqüentemente em um passado não muito distante.

Além desse suporte valioso, esses avançados instrumentos tecnológicos têm sido igualmente importantes para disciplinar o desenvolvimento socioeconômico e permitir maior controle sobre a proteção do meio ambiente.

Com o avanço do desenvolvimento humano, que não pára de alterar o equilíbrio da vida, cresce em proporções preocupantes a vulnerabilidade do nosso planeta. Muitos cientistas não cansam de alertar as autoridades que o clima da Terra está mudando, que os níveis dos oceanos estão alterados, que as medidas de poluição já estão acima dos limites aceitáveis em muitas regiões do globo, que a camada de ozônio está sendo constantemente agredida e que, por conta desses eventos que vão se tornando incontroláveis, a natureza tem respondido de forma irada e inesperada. Assim, em diversos países, independentemente do grau de desenvolvimento em que se encontram, as populações têm enfrentado tragédias naturais de variadas dimensões.

Em todos os continentes são incontáveis as ocorrências de tufões, vendavais, tremores de terra, erupções, tempestades, enchentes e outros eventos de menor gravidade. Logicamente, após esses desastres, sem contar as milhares de mortes como aconteceu há poucos dias no Irã, os prejuízos econômicos são enormes.

Apenas para termos uma idéia de valor, nos anos cinqüenta, os prejuízos causados por catástrofes naturais, incluindo as de origem hidro-meteorológica, os abalos sísmicos e as erupções vulcânicas, somaram anualmente cerca de 4 bilhões de dólares. Em contrapartida, nos anos noventa, esta soma representou 40 bilhões de dólares anuais. Vale ressaltar que mais de 65% desses prejuízos e cerca de 90% das mortes ocorridas devem-se aos desastres naturais relacionados com o tempo, o clima e a água. Por exemplo, nos anos noventa, notadamente nos países pobres, quase 300 mil pessoas morreram vitimadas pela seca.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, como podemos concluir, diante de toda essa instabilidade que existe hoje em nosso planeta, grande parte da humanidade deposita confiança e expectativa nas ciências da meteorologia, hidrologia e ciências geofísicas afins.

Sem mais tardar, precisamos nos organizar melhor, tecnicamente e cientificamente, para enfrentar os novos desafios do desenvolvimento, atenuar os desastres naturais e garantir, com maior grau de acerto, a previsão do tempo. Precisamos assegurar a segurança alimentar da humanidade, gerir melhor os recursos hídricos disponíveis, dinamizar racionalmente os meios de transporte e o turismo, e proteger o meio ambiente contra o vandalismo, a pirataria, a violência e a poluição.

Só assim conseguiremos tornar mais eficazes os êxitos científicos registrados nas últimas décadas nos domínios da observação meteorológica, das telecomunicações e da tecnologia da informação.

Sem os progressos da informática e o concomitante desenvolvimento da meteorologia, certamente, seria pouco provável que a humanidade despertasse a sua consciência para problemas graves como o aumento dos gases produtores do efeito estufa, ou suas severas conseqüências para o clima, assim como as conseqüências do buraco na camada de ozônio.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ao finalizar este pronunciamento, espero que a comemoração do Dia Meteorológico Mundial motive, em nosso País, um maior reconhecimento da necessidade de modernização dos Serviços Meteorológicos e Hidrológicos nacionais. Para isto, deve haver o engajamento de um amplo leque da sociedade, ou seja, das autoridades governamentais, da comunidade científica, das organizações não-governamentais, do setor privado, dos universitários, enfim, do público em geral.

Não podemos nos esquecer de que a meteorologia é o estudo científico da atmosfera em escala global e por isso o seu desenvolvimento constante é fundamental para a vida das pessoas e para o equilíbrio do nosso planeta. E, de uma forma ou outra, o ciclone Catarina mostrou bem isso, ou seja a importância da pesquisa meteorológica para o bem estar da raça humana .

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/04/2004 - Página 9127