Pronunciamento de Antonio Carlos Magalhães em 18/05/2004
Discurso durante a 58ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Elogios à atuação do Ministro Márcio Thomaz Bastos no episódio da expulsão do jornalista Larry Rohter. Reivindicação de um salário mínimo mais digno ao trabalhador brasileiro. (como Líder)
- Autor
- Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
- Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA EXTERNA.
POLITICA SALARIAL.:
- Elogios à atuação do Ministro Márcio Thomaz Bastos no episódio da expulsão do jornalista Larry Rohter. Reivindicação de um salário mínimo mais digno ao trabalhador brasileiro. (como Líder)
- Publicação
- Publicação no DSF de 19/05/2004 - Página 14973
- Assunto
- Outros > POLITICA EXTERNA. POLITICA SALARIAL.
- Indexação
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- ELOGIO, DIPLOMACIA, CONDUTA, NEGOCIAÇÃO, DIALOGO, MARCIO THOMAZ BASTOS, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), IMPEDIMENTO, CANCELAMENTO, VISTO PERMANENTE, EXPULSÃO, BRASIL, JORNALISTA, JORNAL, THE NEW YORK TIMES, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA).
- REIVINDICAÇÃO, AUMENTO, REAJUSTE, VALOR, SALARIO MINIMO, ATENDIMENTO, NECESSIDADE, DIGNIDADE, TRABALHADOR.
O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Pela Liderança do PFL. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Nação viveu, há uma semana, o problema do infeliz artigo do jornalista do The New York Times, atacando, em pontos desnecessários, o Presidente da República. Viu-se, então, esta Casa se unir, toda ela, em defesa do Presidente da República. Quarenta e oito horas depois, esta Casa também se uniu contra Sua Excelência, em virtude da violência praticada contra o jornalista norte-americano. O assunto, realmente, piorou muito em virtude das notas fornecidas pelo Palácio do Planalto.
Mas, Sr. Presidente, venho à tribuna, hoje, para dizer que um membro do Governo, com a sensatez que lhe é própria e a competência que nunca lhe faltou, conseguiu resolver, com habilidade, esse problema, que já deve ser esquecido por todos nós. Refiro-me ao Ministro Márcio Thomaz Bastos, que, algumas vezes, tem sido até criticado nesta Casa. Entretanto, a atuação de S. Exª com relação a esse episódio foi digna de um homem de Estado. Sabendo que o Governo se dirigia para um outro rumo, que não o certo, o Ministro Márcio Thomaz Bastos persistiu no diálogo com os advogados do The New York Times e encontrou uma solução que o jornal americano não considerou desculpa ou retratação. De qualquer sorte, serviu para que o Governo pudesse a ela se apegar e cancelar a atitude anterior em relação ao visto de um jornalista e em relação à própria liberdade de imprensa.
Devo dizer que, antes disso, um baiano do Superior Tribunal de Justiça, o Dr. Peçanha Martins, já dera o primeiro grande passo para que isso acontecesse. Sem que a Justiça pudesse se manifestar, o Ministro Márcio Thomaz Bastos, usando seu conhecimento jurídico e sua habilidade profissional, que todos os brasileiros reconhecem, inclusive aqueles que não comungam com suas idéias, conseguiu - não direi uma grande vitória para o Brasil - livrar-nos de uma derrota muito triste.
Vim a esta tribuna fazer elogios a este Ministro e dizer de suas qualidades. Talvez eu seja suspeito em fazê-lo porque sou seu amigo pessoal, mas não ficaria bem com minha consciência, por ser seu amigo pessoal, deixar de lhe fazer justiça. Acredito que interpreto o pensamento de todos os Partidos deste Senado, salientando a posição assumida pelo Ministro Márcio Thomaz Bastos.
Peço a V. Exª que faça chegar ao Ministro as minhas palavras - que creio ser de todo o Senado - de congratulações pelo êxito que S. Exª obteve nessa batalha que parecia perdida.
Aproveito esses segundos que me restam, Sr. Presidente, para dizer que o Senador José Jorge trouxe-me um documento muito agradável, Senador Paulo Paim, uma fotografia tirada há cinco anos, que retrata o Senador José Jorge, o Deputado Luiz Medeiros e Antonio Carlos Magalhães com um cheque de US$100 para o salário mínimo. Vê-se, por isso, que não é uma luta de hoje, é uma reivindicação antiga. O nosso Partido, no caso, não está fazendo nenhuma inovação. Nós sempre pensamos assim, queremos assim e, se não pode ser assim, que seja o mais próximo disso. Não fiquemos também no atraso da impertinência dos R$260, quando temos condições - e a arrecadação está mostrando isso - de darmos algo mais ao pobre trabalhador brasileiro.
Portanto, em nome do meu Partido, venho reivindicar um salário mínimo maior para o trabalhador brasileiro, mostrando que isso não é uma questão de ocasião. No passado, o PT também pleiteava até mais do que isso.
Agora, vamos todos juntos, pleitear um salário mínimo digno. Se não for de US$100 dólares, que pelo menos se aproxime desse valor, Sr. Presidente.
Esse é o meu desejo, essa é a vontade do Congresso Nacional.