Discurso durante a 58ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reitera apelo para a redução dos juros, a propósito da reunião do Comitê de Política Econômica do Governo Federal. (como Líder)

Autor
Aelton Freitas (PL - Partido Liberal/MG)
Nome completo: Aelton José de Freitas
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Reitera apelo para a redução dos juros, a propósito da reunião do Comitê de Política Econômica do Governo Federal. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 19/05/2004 - Página 14975
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • ANUNCIO, REUNIÃO, COMITE, POLITICA MONETARIA, DEFINIÇÃO, JUROS, SOLICITAÇÃO, REDUÇÃO, TAXAS, ATENDIMENTO, SUGESTÃO, VICE-PRESIDENTE DA REPUBLICA, COMENTARIO, DADOS, COMPARAÇÃO, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO.
  • JUSTIFICAÇÃO, REDUÇÃO, JUROS, RETOMADA, INVESTIMENTO, PRODUÇÃO, CRIAÇÃO, EMPREGO.

O SR. AELTON FREITAS (PL - MG. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Eduardo Siqueira Campos, estamos às vésperas de outra reunião do Comitê de Política Econômica do Governo Federal e, mais uma vez, fazemos uso desta tribuna para reiterar apelos pela diminuição das taxas de juros praticadas no País. Da mesma forma que nos solidarizamos com o Governo na questão do salário mínimo, não nos calaremos sobre os juros enquanto os índices se mantiverem tão elevados.

As críticas que o próprio Vice-Presidente José Alencar tem feito são muito construtivas, mas infelizmente não têm sido ouvidas. No entanto, os números confirmam a procedência das preocupações de Sua Excelência.

Conforme reportagem hoje divulgada no jornal O Tempo, de Belo Horizonte, pesquisa da Global Invest aponta o Brasil como detentor da segunda maior taxa real de juros do mundo, em torno de 9,8% ao ano.

Diante desse valor, a previsão dos analistas que indicam nova redução da taxa em 0,25% não seria nada suficiente para retirar o País dessa incômoda posição no ranking mundial dos juros reais.

            A taxa média de juros vigente nos países emergentes é de apenas 3,7%. Hoje, a taxa real de juros brasileira perde apenas para a praticada na Turquia, que gira em torno de 10,3%. Ou seja, ainda estamos longe de um índice razoável.

Para que haja uma mudança significativa nesse quadro alarmante de juros, o Copom já teria de estar praticando, há algum tempo, reduções mais ousadas nas taxas de juros. Para deixar a segunda pior colocação no mundo e estacionar apenas na terceira seria necessária a redução imediata de pelo menos 1,5%, o que resultaria em uma taxa de 14,5%, inferior à previsão do Copom para o ano inteiro.

Os últimos sinais dados pelos responsáveis pela definição da taxa não nos permitem ter grandes esperanças, mas, da minha parte, continuarei solidário às reivindicações do Vice-Presidente José Alencar, pois poucas pessoas neste País entendem tão bem de economia e de produção como o nosso Vice-Presidente.

A redução da taxa de juros é uma forma indireta de se garantir maior poder aquisitivo à renda e poderia impulsionar investimentos e, conseqüentemente, geração de emprego.

As decisões do Copom são técnicas, mas, neste momento, Sr. Presidente, não se pode desconsiderar a necessidade de crescimento econômico do País. O mercado de investidores e os industriais precisam de sinais claros de otimismo para que possam ajudar o Governo a minimizar os problemas sociais, gerando emprego e renda.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/05/2004 - Página 14975