Discurso durante a 61ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Reformulação da metodologia de cálculo da Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física Regional implementada pela Fundação IBGE.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PPS - CIDADANIA/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INDUSTRIAL.:
  • Reformulação da metodologia de cálculo da Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física Regional implementada pela Fundação IBGE.
Publicação
Publicação no DSF de 22/05/2004 - Página 15809
Assunto
Outros > POLITICA INDUSTRIAL.
Indexação
  • REGISTRO, INCLUSÃO, INDICE, AMBITO REGIONAL, ESTADO DO PARA (PA), ESTADO DE GOIAS (GO), ESTADO DO AMAZONAS (AM), PESQUISA, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL, BRASIL.
  • COMENTARIO, ESTUDO, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), SUPERIORIDADE, CRESCIMENTO, INDUSTRIA, ESTADO DO PARA (PA), COMPARAÇÃO, ESTADOS, DEFESA, AUMENTO, INVESTIMENTO, REGIÃO AMAZONICA.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PPS - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, em fevereiro deste ano, a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística pôs em prática uma reformulação da metodologia de cálculo da sua Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física Regional - PIM - DF. Essa reformulação, segundo a Fundação, cumpre os seguintes objetivos: atualizar a amostra de setores, produtos e informantes, bem como elaborar uma nova estrutura de ponderação dos índices com base em estatísticas industriais mais recentes; e adotar, na PIM-PF, as novas classificações de atividades e produtos, usadas pelas demais pesquisas de indústria desde 1996.

Pela nova fórmula, passou-se a incluir índices regionais para três Estados que antes não entravam nas contas: o Amazonas, Goiás e o Pará. A mudança trouxe, nos dados apurados, uma surpresa para quem ignora o dinamismo da Região Norte: segundo o IBGE, o Pará foi o Estado que apresentou o maior crescimento industrial do País entre fevereiro de 2003 e fevereiro de 2004.

De fato, manifestou-se destacada liderança da região, nessa primeira vez em que dados dos maiores Estados da Amazônia foram considerados na pesquisa. O crescimento global da indústria paraense foi de 16,2% no ano, impulsionado pela extração mineral de ferro e alumínio, que teve incremento de 40%, e pelo setor de celulose e papel, que cresceu 41,1%. No Amazonas, somente o bimestre janeiro-fevereiro mostrou aumento de 7,8%, alavancado pelos 31% do setor de material eletrônico e de comunicações.

Para se ter uma idéia do significado desses números, precisamos comparar os 16,2%.do Pará à média brasileira, que, em fevereiro, ficou em 1,8%. Mas é especialmente estimulante analisar os dados registrados ao longo do ano passado. No primeiro bimestre de 2003, por exemplo, a indústria paraense cresceu 6,4%, enquanto o índice geral do País era de 0,8%; no segundo trimestre, foram 6,3% contra 2,8%; no terceiro trimestre, 8,6% contra 0,6%; e no último trimestre do ano, 5,7% contra 2%.

No primeiro bimestre de 2004, por sua vez, o crescimento industrial de Amazonas e Pará foi de 7,8%, quase três vezes os 2,7% da média da industrial nacional. Segundo os dados de fevereiro, dos 14 Estados pesquisados, oito apresentaram resultado positivo no mês e seis mostraram queda.

Depois dos 16,2% do Pará, o segundo lugar ficou com a Bahia, com aumento de 12% na produção industrial. São Paulo, em sexto lugar, ficou nos 2,6%.

Essa diferença, de mais de seis vezes, mostra o quanto é interessante o investimento na Amazônia, cuja economia cresce apesar de todos os obstáculos que a recessão econômica e o excesso de burocracia interpõem no caminho do empreendedor. Os economistas dirão que é natural que regiões menos desenvolvidas apresentem maior crescimento econômico, porque partem de base menor. Isso é verdade, mas não devemos desmerecer os esforços desenvolvimentistas dos Governos e dos investidores dos Estados da Amazônia.

Lembremos que eles não lutam somente contra as dificuldades de financiamento resultantes da política fiscal e monetária, dos juros estratosféricos, mas também precisam fazer face à oposição reacionária de conservacionistas fanáticos, reunidos em organizações não-governamentais que identificam qualquer progresso com crime contra a floresta.

Nós que vivemos na região queremos o desenvolvimento e sabemos que as críticas são na maioria das vezes injustas, quando não são simplesmente mal intencionadas. As injustiças sociais e inter-regionais somente poderão ser sanadas com a criação de riqueza, que o desenvolvimento propiciará.

Por tudo isso, quero saudar os resultados do Estado do Pará na PIM-PF do IBGE. Eles representam a promessa de um futuro melhor para a região e, por decorrência, para o País.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/05/2004 - Página 15809