Discurso durante a 62ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Apoio do PDT às investigações de denúncias de corrupção no governo. Anúncio de liberação de recursos para o custeio da safra agrícola nacional. Descumprimento de ordens judiciais para reintegração de posse de propriedades agrícolas indevidamente invadidas. Insegurança legal criada em função da demora da votação da lei de biossegurança.

Autor
Osmar Dias (PDT - Partido Democrático Trabalhista/PR)
Nome completo: Osmar Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. POLITICA AGRICOLA. REFORMA AGRARIA.:
  • Apoio do PDT às investigações de denúncias de corrupção no governo. Anúncio de liberação de recursos para o custeio da safra agrícola nacional. Descumprimento de ordens judiciais para reintegração de posse de propriedades agrícolas indevidamente invadidas. Insegurança legal criada em função da demora da votação da lei de biossegurança.
Aparteantes
Ney Suassuna, Sergio Guerra.
Publicação
Publicação no DSF de 25/05/2004 - Página 15917
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. POLITICA AGRICOLA. REFORMA AGRARIA.
Indexação
  • APOIO, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, DENUNCIA, CORRUPÇÃO, GOVERNO FEDERAL.
  • COMENTARIO, ANUNCIO, GOVERNO, RECURSOS, FINANCIAMENTO AGRICOLA, NECESSIDADE, GARANTIA, LIBERAÇÃO, APREENSÃO, AUSENCIA, RECEBIMENTO, PRODUTOR, ANALISE, IMPORTANCIA, CREDITO AGRICOLA, CUSTEIO, SAFRA, EFEITO, SUPERAVIT, CRESCIMENTO ECONOMICO.
  • ANALISE, PROBLEMA, SUPERIORIDADE, TRIBUTAÇÃO, AGRICULTURA, BRASIL, FALTA, SEGURANÇA, INVASÃO, SEM-TERRA, DESRESPEITO, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, DESCUMPRIMENTO, REINTEGRAÇÃO DE POSSE, DENUNCIA, OMISSÃO, GOVERNO ESTADUAL, GOVERNO FEDERAL, ESPECIFICAÇÃO, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, ESTADO DO PARANA (PR).
  • COMENTARIO, DIFICULDADE, AGRICULTURA, BRASIL, DEMORA, VOTAÇÃO, LEGISLAÇÃO, SEGURANÇA, BIOTECNOLOGIA, OBSTACULO, PAUTA, SENADO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), ANUNCIO, REALIZAÇÃO, AUDIENCIA PUBLICA, COMISSÕES.
  • DEFESA, NECESSIDADE, SEPARAÇÃO, PROJETO DE LEI, BIOTECNOLOGIA, PARTE, PRODUTO TRANSGENICO, ALTERAÇÃO, GENETICA, CLONE, OBJETIVO, MEDICINA, SAUDE, REDUÇÃO, POLEMICA, FAVORECIMENTO, AGRICULTURA, PESQUISA CIENTIFICA.
  • APREENSÃO, EXCLUSÃO, PORTO DE PARANAGUA, ESTADO DO PARANA (PR), ANUNCIO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, INVESTIMENTO, FERROVIA, PORTO, REITERAÇÃO, DENUNCIA, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, EXCESSO, INTERFERENCIA, ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL (ONG), NEGLIGENCIA, GOVERNO, PREJUIZO, PRODUTOR, EXPORTADOR.

O SR. OSMAR DIAS (PDT - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, gostaria de fazer uma referência ao pronunciamento do Senador Sérgio Guerra e dizer que o PDT não apenas apóia as investigações, como também, por unanimidade dos Senadores, assinou todos os requerimentos propondo a instalação de CPIs nesta Casa -- a dos Bingos e a do Waldomiro Diniz. E o PDT apoiará todos os requerimentos com o propósito sério de investigação.

Também entendemos que os escândalos se sucedem. O próprio Governo deveria mudar de atitude e apoiar a investigação pelo Congresso Nacional, até para recuperar a credibilidade que perdeu exatamente por impedir a investigação. É a posição que trago dos meus parceiros do PDT. Apoiamos a investigação, ainda mais depois dos episódios divulgados pela imprensa no final de semana.

Sr. Presidente, gostaria de fazer referência a outra notícia também importante. O Governo anuncia R$45 bilhões para financiar a agricultura brasileira. E hoje já se fala em 140 milhões de toneladas, o que seria, sem dúvida, uma grande safra; em relação à safra atual, que acaba de ser colhida, de cerca de 124 milhões de toneladas, seria um acréscimo considerável. Pois bem, penso que o Governo precisa não apenas anunciar os R$45 bilhões, mas garantir a sua liberação. Digo isso porque os R$32,5 bilhões anunciados e que estão sendo noticiados como liberados, de fato, não chegaram, na sua integralidade, ao produtor. Quando se cria essa expectativa de recursos, há uma enorme demanda, principalmente nos bancos oficiais; e, se não se consegue cumprir com o compromisso assumido, há uma grande frustração.

Não quero dizer que o crédito de custeio é o único instrumento, mas é um dos mais importantes para garantir a produção agrícola em nosso País. E não é preciso repetir o que tem significado a agricultura brasileira, o agronegócio brasileiro para os interesses nacionais no que se refere à renda, ao emprego e às divisas, que hoje estão garantindo superávit na balança comercial. A própria segurança de que poderemos ter um ciclo de crescimento está baseada exatamente no sucesso que se obtém da agricultura.

Contudo, o Governo falha em alguns pontos e, ao falhar, transfere o problema para o setor produtivo. O Senador Sérgio Guerra falou aqui da inacabada -- na verdade, nem começou -- reforma tributária. E V. Exª quis dizer isto mesmo: que ela precisa ter seqüência e conseqüência. Caso contrário, colocaremos cada vez mais impostos no setor produtivo, que acaba sentindo não apenas o problema da tributação pesada, como também a impossibilidade de concorrer no mercado internacional em alguns produtos, exatamente porque são muito tributados.

Gostaria de dizer, Sr. Presidente, que os problemas que a agricultura enfrenta, que os agricultores brasileiros enfrentam estão relacionados à falta de atitude e de posição do Governo Federal e até de governos estaduais. Quando falamos no problema da segurança institucional, estamos falando do Governo Federal e também dos governos estaduais.

Hoje, não há problema maior para ser enfrentado pelo agricultor brasileiro do que este: quem tem uma propriedade produzindo já não tem mais a segurança que a Constituição brasileira deveria garantir, pois esta está sendo desobedecida, desrespeitada, e não há quem faça cumpri-la. Essa discussão, por exemplo, de quem deve promover a reintegração de posse quando a Justiça determina é interminável. Mas sabemos que o Governo Estadual tem responsabilidade. No meu Estado, as reintegrações não estão sendo cumpridas -- é o que se chama de omissão e desrespeito à Constituição. Se a Constituição é desrespeitada, fica a insegurança para o produtor rural, que não sabe se a próxima propriedade a ser invadida será a dele, porque, quando invadida, não terá a garantia de ser reintegrado na posse, pois o Estado não está agindo nesse sentido. Tanto é que a Justiça decretou uma intervenção no Estado do Paraná. Cabe ao Governo Federal fazê-la, mas ele não a faz. O Governo do Estado não cumpre com sua responsabilidade de promover a reintegração de posse, e o Governo Federal, por sua vez, não cumpre com a determinação da Justiça de promover a intervenção no Estado.

Outro sério problema que quero relacionar ao Governo é a insegurança legal que vivemos hoje em função de não termos votado ainda a Lei de Biossegurança, que está no Senado Federal desde janeiro. Como a Casa está sendo entulhada por medidas provisórias, não tivemos oportunidade sequer de debatê-la.

Na semana passada, o Senador Aloizio Mercadante convidou alguns Senadores para discutir o assunto, inclusive os quatro Presidentes das comissões envolvidas com a matéria: Comissão de Educação, que presido com muita honra; Comissão de Assuntos Sociais, presidida pela Senadora Lúcia Vânia; Comissão de Assuntos Econômicos, presidida pelo Senador Ramez Tebet; e a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, presidida pelo Senado Edison Lobão. A reunião será realizada na quinta-feira e será discutida a estratégia de tramitação da lei que estabelecerá o marco regulatório para os transgênicos, células-tronco e embrião.

Ocorre, Sr. Presidente, que está havendo um certo equívoco em relação à Lei de Biossegurança e a sua tramitação. Não tenho o poder de direcionar o projeto da Lei de Biossegurança para nenhuma comissão desta Casa e nem determinar o que cada uma delas deve fazer. Como Presidente da Comissão de Educação, determino a pauta dos trabalhos e submeto as decisões ao Plenário. Apresentei um requerimento, aprovado na Comissão, para realização de uma audiência pública amanhã e outra na quarta-feira.

As outras comissões do Senado podem fazer o mesmo, principalmente aquelas que têm relação com o assunto, independente da vontade de um presidente ou de outro. Todas as comissões podem realizar audiências públicas. Aqueles que não desejarem realizar audiências públicas isoladamente, estão convidados a ir amanhã à Comissão de Educação, onde debatermos um dos pontos da lei que está sendo apreciada pelo Senado Federal. Serão discutidos Organismos Geneticamente Modificados - OGM ou transgênicos. Sob meu ponto de vista, essa lei deveria ser dividida em duas partes: uma tratando especificamente de OGM, porque estamos falando de engenharia genética, e outra tratando de células-tronco e embriões, para que essa mistura não retarde o processo.

Se atrasarmos a votação de uma lei que regulamente os transgênicos, teremos problemas em agosto, setembro, outubro, porque os agricultores já estão comprando a semente que será plantada na próxima safra. E eles estão comprando semente transgênica também, porque a medida provisória permite o plantio de transgênicos em todo o Brasil, desde que o produtor esteja cadastrado no Ministério da Agricultura.

Se não votarmos uma lei que dê segurança aos produtores rurais e aos pesquisadores, retardaremos o processo de desenvolvimento tecnológico do País e poderemos desmentir o anúncio do Governo de produzir 140 milhões de toneladas no ano que vem, porque colocaremos barreiras muito sérias à instalação de experimentos de pesquisa e aos seus resultados.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - V. Exª me concede um aparte?

O SR. OSMAR DIAS (PDT - PR) - Em seguida, Senador Ney Suassuna.

Para que se tenha uma idéia, a confusão da legislação brasileira é retratada em um documento do professor Ernesto Paterniani, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da USP, em Piracicaba. Ele, que faz parte da Academia Brasileira de Ciência e é um geneticista respeitadíssimo no Brasil e no mundo, encaminha estudo que revela que, no Brasil, depois de 2001, quando se exigiu que um experimento a ser instalado passasse três vezes pelo Ibama, pela CTNbio, como se fosse um agrotóxico - e estamos tratando de OGM, que é completamente diferente -, um experimento leva seis anos para ser instalado, enquanto que, pela lei anterior, levava dois anos. Portanto, estamos atrasando por mais quatro anos a instalação de um experimento. E uma variedade de soja, milho ou trigo, qualquer variedade que seja, leva 13 anos para ser colocada no mercado. Isso significa que ela estará completamente ultrapassada, porque a tecnologia anda muito à frente do debate político que se estabeleceu em torno dessa lei. Se não tivermos uma legislação que facilite a pesquisa, provocaremos um retrocesso científico em nosso País.

Concedo um aparte ao Senador Ney Suassuna, que tem participado desse debate e que, com certeza, continuará participando de nossas audiências públicas.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Eminente Senador Osmar Dias, vejo com alegria V. Exª trazer à baila este assunto, que tem sido tratado como de fundamentalistas por pessoas que defendem posição contrária à sua e à minha, pois concordo com V. Exª. Não param para pensar que a China está pesquisando mais de 130 espécies; Estados Unidos, 102; e nós, três. Ainda assim, há toda essa polêmica. Parece a briga contra Oswaldo Cruz e a vacina. Estamos vivendo dias semelhantes. Daqui a pouco, haverá uma guerra do quebra-quilos, como aconteceu quando se instituiu o sistema métrico. Quer dizer, não é algo racional, mas fundamentalista. E isso, como bem diz V. Exª, estende-se aos produtos que hoje são os mais capazes de resistir a pragas e atinge também o caso da célula-tronco, a qual não querem, de maneira alguma, que seja alterada. Queria que V. Exª visse a vergonha que passei, nobre Senador, conversando com o diretor da Bayer, que me disse: “Sou brasileiro e seleciono cientistas brasileiros, mas não posso fazer experimentos aqui. Faço-os na Argentina”. A minha cara quase caiu no chão quando fui à Embrapa e me disseram: “Estamos fazendo pesquisa na América do Sul, nos Estados Unidos e na Argentina, porque não podemos fazê-la no Brasil”. Isso ocorre na lei vigente, que é complicada. Futuramente, se deixarmos passar este fundamentalismo, vamos levar seis anos, ou treze anos em algumas áreas. Concordo plenamente com a opinião de V. Exª, não podemos deixar esta brincadeira para o futuro do Brasil. Temos de levar este assunto a sério, a exemplo de V. Exª. Parabéns!

O SR. OSMAR DIAS (PDT - RR) - Muito obrigado, Senador Ney Suassuna. De fato, estamos juntos nessa tese e complemento o aparte de V. Exª, que já está incorporado no meu pronunciamento, para dizer que a França, que faz na mídia um barulho muito grande em relação aos transgênicos, é hoje um dos países mais avançados em pesquisa nessa área. Tenho um gráfico que demonstra o crescimento do país, que tem 72 pesquisas com culturas diferentes. Evidentemente, a França aborda esse assunto com gravidade na imprensa, mas não perde tempo em relação a sua pesquisa e ao desenvolvimento científico no País.

Os problemas que a agricultura brasileira e o agricultor estão vivendo têm relação com o Governo e com o Congresso. O Governo não está oferecendo segurança institucional para que os produtores rurais possam produzir sabendo que manterão suas propriedades livres de ataques e invasões e, de outro lado, o Congresso está se submetendo à vontade do Governo de retardar a aprovação de uma lei que pode ser um marco regulatório na questão da biossegurança. A mistura de transgênico com células-tronco e com embriões retardará o debate e poderá trazer prejuízos para a próxima safra.

Além disso, há o grave problema da infra-estrutura. Li as notícias nos jornais de hoje e fiquei bastante preocupado. O Presidente Lula, que está na China estabelecendo acordos comerciais e convênio bilaterais, anunciou que haverá, pelo PPP, este Programa que ainda será lançado, investimentos em infra-estrutura, em ferrovias e portos, para escoar a safra brasileira.

O Governo anuncia investimentos no Porto de Itaqui, no Maranhão, e no Porto de Santos. Talvez alguém tenha que dizer ao Presidente que é o Porto de Paranaguá o que mais exporta grãos na América, apesar do desastre em que se encontra hoje a sua administração, pela ingerências que vêm ocorrendo, como a exigência da análise carga a carga para saber se existe ou não transgênicos, o que retarda o embarque. Há ainda a intromissão de ONGs, que entram no Porto de Paranaguá...

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Senador Osmar Dias, queria apenas fazer uma pergunta: é verdade que lá a identificação da soja transgênica está sendo feita visualmente?

O SR. OSMAR DIAS (PDT - PR) - Lá é feita a análise de uma amostra recolhida de cada caminhão. E esse é o problema, pois retarda completamente o embarque dessas cargas.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Mas é feita visualmente?

O SR. OSMAR DIAS (PDT - PR) - Não, em laboratório. Mas a situação no Porto de Paranaguá é quase de terrorismo, o que retarda o embarque e cria um prêmio negativo que nunca existiu, Senador Ney Suassuna. Não há como, evidentemente, identificar visualmente se a soja é transgênica ou não, porque necessita um exame de DNA, que tem de ser feito em laboratório. E isso demora a ponto de provocar aquela fila de 120 Km que vimos.

Além disso, estão aceitando a intromissão de uma ONG, que entra no Porto de Paranaguá e impede, por exemplo, o embarque de um navio de soja argentino, que permaneceu lá por uma semana. Evidentemente, o dono desse navio jamais vai querer embarcar soja pelo Porto de Paranaguá; ele vai procurar outro porto onde isso não ocorra. Não se tem notícia de outro porto em que o Governo dê apoio a uma ONG que impede o embarque de um navio de soja, quando sabe-se que isso significa prejuízo para o setor produtivo, quebra de conceito do porto internacionalmente e prêmio negativo para os produtores.

Tudo isso corrobora a tese que abordo no meu pronunciamento, de que os problemas da agricultura brasileira hoje estão sendo criados pelos Governos Estaduais e pelo Governo Federal, porque não apóiam a aprovação de uma legislação que possa oferecer segurança institucional, que não cumpre as determinações da Justiça em relação à reintegração de posse, o que leva à insegurança e não dá respostas concretas aos investimentos que a infra-estrutura exige para um escoamento mais rápido e, sobretudo, a um custo menor em nosso País. O custo de transporte e de embarque no Brasil é muito alto, assim como o custo tributário, o que nos deixa em uma situação desigual de competitividade com outros países.

Concedo um aparte ao Senador Sérgio Guerra.

O Sr. Sérgio Guerra (PSDB - PE) - Participamos juntos - V. Exª e eu - da discussão sobre a Cofins. Com a competência reconhecida, V. Exª empreendeu um enorme trabalho exatamente para proteger os produtores das dificuldades que o Governo lhes criava. Todo seu esforço, para o qual eu, modestamente, e outros colaboramos, foi na defesa do setor da agricultura brasileira, para que iniciativas públicas não lhe impedissem um desempenho satisfatório. De outro lado, o Governo comemora os resultados da agricultura como se fossem conseqüência da sua ação positiva, construtiva em relação ao setor. E nada disso é verdade. Na sua companhia, eu comprovei que não é apenas o pequeno agricultor do Nordeste, uma Região muito mais de agricultura familiar do que de agricultura extensiva, mas a agricultura no plural, que tem no Governo do PT um grande obstáculo aos seus objetivos de estruturação, organização, crescimento, enfim, objetivos saudáveis para o País, sob qualquer aspecto. Seu pronunciamento, na linha do que já fez naquela vez, defendendo o setor, merece o apoio de todos nós, pela tranqüilidade e segurança. A sua palavra é a expressão exata, tranqüila da opinião de qualquer agricultor deste País, do pequeno e médio, que segura a economia brasileira neste momento.

O SR. OSMAR DIAS (PDT - PR) - Obrigado, Senador Sérgio Guerra, pelo seu aparte.

            (O Sr. Presidente faz soar a campainha)

O SR. OSMAR DIAS (PDT - PR) - Encerro, Sr. Presidente, dizendo que, na negociação da Medida Provisória nº 164, que votamos aqui, isentando os insumos agrícolas importados e nacionais da Cofins, o Senador Sérgio Guerra teve uma participação efetiva e todos os produtores brasileiros, com certeza, devem também a S. Exª o fato de termos avançado, pela insistência, firmeza e conhecimento que demonstrou naquela reunião.

Em nome dos agricultores do Paraná, faço esse agradecimento porque S. Exª foi muito importante durante o processo de negociação. E quero colocar a Comissão de Educação do Senado à disposição para que V. Exª, Senador Sérgio Guerra, possa nos ajudar a debater e a esclarecer o assunto da biossegurança, outro obstáculo que enfrentamos para a segurança e a tranqüilidade dos produtores rurais.

Senador Papaléo Paes, Presidente desta sessão, agradeço a V. Exª a oportunidade de pronunciar-me hoje e a sua tolerância com o tempo.

Era o que eu tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/05/2004 - Página 15917