O SR. JOÃO RIBEIRO (PFL - TO. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, li num exemplar recentemente lançado, integrante da “Série Ecossistemas Brasileiros”, de autoria do fotógrafo, arquiteto e ambientalista do Ibama Miguel von Behr, que se encontra, “num dos extremos do Tocantins, na fronteira com a Bahia, o Piauí e o Maranhão, um universo à parte, feito de magia única: areias, montanhas, nascentes, córregos que jamais secam, cachoeiras, dunas intermináveis e os fervedouros (...)”, um manancial de maravilhas que se estende por 34 mil quilômetros quadrados, ocultando segredos que provocam enganos mesmo para quem o observa com atenção e o chama de deserto.

            Trata-se, Sr. Presidente, do Parque do Jalapão, na verdade, um oásis divino que deslumbra quem o conhece mesmo por fotografias, agora retratado nessa obra-prima que mistura, de maneira harmônica, a história da ocupação humana, manifestações culturais e recursos naturais, tudo sob o ângulo de uma visão que aborda o meio ambiente de forma holística.

O livro “Jalapão: Sertão das Águas” trata da biodiversidade e aborda a importância das nascentes daquela região para a preservação das bacias dos rios Tocantins, São Francisco e Parnaíba. E mostra as maravilhas preservadas pelas unidades de conservação do Ibama, já criadas, como a Estação Ecológica da Serra Geral do Tocantins, o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba e a Área de Proteção Ambiental do Jalapão, constituindo “o maior corredor ecológico de unidades de conservação de grande porte do cerrado brasileiro”.

O livro revela, muito mais que a beleza natural, a importância da região para a preservação do bioma cerrado e os principais atrativos turísticos desse importante ecossistema. Traz, numa linguagem visual instigante - que provoca grande curiosidade de conhecer de perto a majestosa paisagem local -, um relato sobre a milenar presença humana na região, destacando a arte popular do passado e do presente.

A obra de Miguel von Behr aborda, de maneira original, essas riquezas do Jalapão e mostra que sua identidade cultural se manifesta, por exemplo, pela “manipulação de plantas medicinais de espécies nativas, na utilização da palha do buriti, nas construções e na confecção de cestos e chapéus, com o capim-dourado ou o pingo-de-ouro, único no País [não sei se existe outro no mundo, com que são construídos aqueles artesanatos maravilhosos, como aquelas belíssimas bolsas, que estão na moda no mundo inteiro], contribuindo para a conscientização da sociedade, como um todo, sobre a necessidade de preservar seu rico patrimônio”.

            Ao terminar esse registro de lançamento do livro “Jalapão: Sertão das Águas”, quero parabenizar a Petrobras, que patrocinou a obra, e aplaudir os parceiros Ibama e Ministério da Cultura, que se reuniram em torno da publicação, e a Somos Editora, pela iniciativa.

Que esse importante trabalho sobre as riquezas do Tocantins sirva de estímulo e exemplo para que outros empreendimentos nesse campo se tornem cotidianos, reunindo Governo, iniciativa privada, escolas, universidades, sociedade civil e, principalmente, as populações locais no trabalho de preservação e educação ambiental.

Sr. Presidente, para concluir, quero dizer que o nosso Tocantins tem belezas difíceis de acreditar. E o Jalapão é um deles. Deixo o convite para o Brasil. Trata-se de uma região que pode ser preparada para receber turistas do mundo inteiro; é realmente belíssima, única, onde se realiza o Rally dos Sertões. No Jalapão foi filmada parte do filme “Deus é brasileiro”, com Antonio Fagundes e outros atores importantes. Portanto, o Jalapão orgulha a todos nós, tocantinenses, com sua área de preservação maravilhosa e fantástica.

Muito obrigado.