Discurso durante a 68ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem à realização da XVI Festa Nacional do Pinhão, em Lages - SC. Apelo ao governo para a elevação do salário mínimo seja superior aos previstos R$ 260,00. (como Líder)

Autor
Leonel Pavan (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Leonel Arcangelo Pavan
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA SALARIAL.:
  • Homenagem à realização da XVI Festa Nacional do Pinhão, em Lages - SC. Apelo ao governo para a elevação do salário mínimo seja superior aos previstos R$ 260,00. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 02/06/2004 - Página 16925
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA SALARIAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, MUNICIPIO, LAGES (SC), ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), REALIZAÇÃO, FESTA NACIONAL, PINHÃO, DIVULGAÇÃO, ALIMENTAÇÃO, CULTURA, REGIÃO.
  • NECESSIDADE, GOVERNO FEDERAL, SUPERIORIDADE, REAJUSTE, SALARIO MINIMO, ATENDIMENTO, TRABALHADOR.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Pela Liderança do PSDB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na verdade, quero tratar de vários assuntos, e o primeiro deles está angustiando todos os Vereadores do Brasil. Aqui, estão alguns Vereadores de Santa Catarina, em especial de Indaial, ansiosos com a expectativa de que o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados seja apreciado o mais rapidamente possível no Senado. A respeito dessa matéria, voltarei a falar em outra oportunidade.

Quero também homenagear a cidade de Lages. Algumas pessoas estão aqui presentes para divulgar a XVI Festa Nacional do Pinhão, que acontecerá entre os dias 04 e 13 de junho. Trata-se de um dos maiores eventos gastronômicos e culturais de Santa Catarina, da terra do Prefeito Raimundo Colombo, que já foi Deputado Federal e é por demais conhecido.

A cultura de Lages é fantástica, e a cidade serviu de cenário para a minissérie “A Casa das Sete Mulheres”.

Nesse evento, que se iniciou na década de 80, há uma amostra do campo, denominada “A Festa do Interior”, cujo prato principal é o pinhão. O símbolo dessa festa é a gralha azul, ave que coloca os pinhões em tocas de tatu, de onde germina o tradicional pinheiro ou araucária.

Ficam todos convidados para participar dessa festa campeira tão conhecida no Brasil e que foi prestigiada, no ano passado, pelo Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado João Paulo.

Srªs e Srs. Senadores, amanhã poderá ser aprovado o “aumento” do salário mínimo na Câmara dos Deputados. Estou ansioso e nervoso e não posso, em hipótese alguma, ficar calado diante da agressão do Governo Federal aos trabalhadores, diante do desrespeito do Partido dos Trabalhadores, que rasga compromissos assumidos em campanhas eleitorais e em lutas de tanto e tanto tempo, nesta Casa, prometendo dobrar o salário mínimo.

Em conversas com pequenos, grandes e microempresários a respeito desses míseros R$260,00 que o Governo quer impor aos trabalhadores, eles me pediram nosso empenho. Os empresários querem que o salário aumente para movimentar a economia e dar condições de consumo aos trabalhadores.

Sou autor da emenda que propõe um valor de R$275,00.

Querida amiga Senadora Lúcia Vânia, que tanto luta pelos trabalhadores não só de Goiás, mas do Brasil, não é possível que nós, que pertencemos a um Partido que esteve no poder até há pouco tempo e que sofríamos uma oposição rigorosa, exigente e muito importante - que, em todos os cantos do País, conclamava os trabalhadores a fazerem greves, carreatas, passeatas e greves de fome, para que o salário fosse dobrado -, estejamos prestes a assistir, amanhã, na Câmara dos Deputados, se não for trancada a pauta, à aprovação de um aumento, se podemos assim chamá-lo, de R$20,00 no salário dos trabalhadores brasileiros.

A nota de R$ 20,00 estampa a figura de um mico, o mesmo mico que o Governo está passando aos trabalhadores do nosso País ao aumentar o salário em R$ 20,00, que, dizem, vai solucionar e resolver os problemas dos trabalhadores.

O Senador Telão Viana, nosso grande amigo - que certamente tem que apoiar essa proposta por ser um projeto do Governo -, deve estar se sentido frustrado de não poder dar um salário melhor, que dê melhores condições de vida para a nossa população. Se nós, aqui, meu grande Líder, como opositores, estamos sofrendo, fico a imaginar quem defende o Governo e pertence à sua base!

Na verdade, os R$20,00, ou mesmo que fossem R$35,00 ou R$100,00, não seriam para comprar dólar, para viajar para o exterior, nem para pagar passagem aérea para fazer turismo; seriam, sim, para comprar o feijão - como dizia o Presidente Lula antigamente -, o arroz, a carne seca de segunda ou de terceira, ou, às vezes, para comprar uma vestimenta para se proteger do frio.

Sr. Presidente, não há condições mínimas de sobrevivermos, ou de fazer a população pobre, carente, desassistida, sobreviver com um salário de R$260,00! Não sei se vou conseguir sensibilizar o Governo, mas a sua base deveria se unir e impedir qualquer votação caso o salário não seja corrigido para um patamar mais digno, a que tem direito o trabalhador brasileiro.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/06/2004 - Página 16925