O SR. MARCOS GUERRA (PSDB - ES. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, o empresário Lucas Izoton Vieira, de 48 anos de idade, foi eleito presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), cargo que passará a ocupar a partir de 29 de julho próximo.

Lucas Izoton atua no setor de confecções. Desde 1988, dedicou-se ao ramo da moda e fundou a “Cobra D’água”, marca de grande sucesso, presente em 1400 cidades brasileiras, que tem como público-alvo a juventude. Preside, atualmente, o Sindicato das Indústrias de Confecção do Espírito Santo (Sinconfec).

Além de dinâmico e inovador, Izoton demonstrou uma grande capacidade de relacionamento e liderança, já que há quase um ano vinha conversando com empresários do setor industrial sobre a disputa. Essa estratégia, fundamentada no esclarecimento, mostrou-se eficiente, pois conseguiu vencer o presidente atual, Fernando Vaz, candidato à reeleição, cuja gestão demonstrou resultados bastante satisfatórios.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o ano de 2004 parece estar se delineando favorável às indústrias nacionais. A produção industrial está crescendo - o que significa uma vitória da iniciativa privada, apesar de todas as dificuldades.

            O primeiro trimestre deste ano contou com as exportações em ascensão e com o início de recomposição do mercado interno, fatores que desencadearam a retomada da atividade no setor industrial. Os industriais, entretanto, ainda não manifestam muito otimismo, já que a economia poderia apresentar um desempenho ainda melhor, se não fosse a interrupção na queda dos juros. E se perguntam até quando a política econômica representará um freio ao desenvolvimento nacional.

           Comparando-se março de 2004 a março de 2003, houve um aumento de 11,9% na média da produção das indústrias, entre os Estados. O mais importante, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é que há seis meses os resultados desse segmento não param de crescer. Não podemos nos esquecer, porém, que os números relativos ao primeiro trimestre deste ano incluem forte participação das exportações. No Espírito Santo, por exemplo, mais de 40% do PIB industrial é formado pelas vendas externas.

           Em relação à nova política para o setor industrial, o pacote anunciado em 31 de março pelo Governo pretende colocar em prática medidas que venham a promover o aquecimento econômico interno e o desenvolvimento da balança comercial brasileira. A área de comércio exterior será a grande beneficiada, contando com maior segurança aduaneira, reduzindo as exigências de embarque e de habilitação de novas empresas.

           O objetivo do Governo Federal é atingir a meta de crescimento de 12%, em relação ao total de exportações de 2003, chegando a um montante de U$82 bilhões.

           Essas expectativas são excelentes para o meu Estado, onde o setor industrial aos poucos retoma o crescimento. No mês de março passado, comparado ao mesmo período de 2003, o desempenho foi maior em 5,7%. Entretanto, no primeiro trimestre, o acréscimo foi de 2,4%, bastante inferior ao de outros Estados e da média nacional de 5,8%. O bom desempenho de alimentos e bebidas não conseguiu superar a queda da produção de petróleo no Campo de Jubarte, conseqüência da estadia para reparos do navio-plataforma Seillean, de janeiro a abril.

           No mesmo período, porém, Sr. Presidente, as nossas exportações de rochas ornamentais (granito e mármore) cresceram em valor 19,3%, em relação ao mesmo período de 2003. Os embarques no quadrimestre de 2004 somaram U$70,3 milhões. A pedra beneficiada industrialmente continua a crescer nas exportações capixabas.

           Entretanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esse aumento de 19,3% é inferior ao de 23,1% das exportações brasileiras e de 41,4% das de Minas Gerais. Tal resultado insuficiente se deve à queda de embarques pelo Terminal de Vila Velha, nos meses de março e abril, além da redução nas vendas de blocos de granito, principalmente para a China.

Esta, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é a situação atual no Espírito Santo. Acredito que, até o final do mês de julho, pouco ou nada irá se alterar, inclusive os dois maiores obstáculos ao crescimento econômico nacional - os dois excessos: de juros e de impostos.

É nesse clima de preocupação da classe industrial que Lucas Izoton irá iniciar sua gestão. Conhecedor dos desafios, ele estabeleceu, entre suas principais metas, a eliminação dos gargalos que impedem o desenvolvimento da indústria capixaba, principalmente quanto ao mercado externo e aos pequenos empreendedores, em parceria com o Governador Paulo Hartung - o que em nada impedirá a independência com que a Entidade irá atuar.

Muitas Federações do País não estão focadas para atender às demandas dos seus associados. A nova gestão do Findes, pelo contrário, está comprometida com o desenvolvimento do Estado. Sua atenção estará voltada para atrair e integrar a participação das grandes empresas, com o objetivo de cada vez mais contribuir com o desenvolvimento do Estado.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, encerrando este pronunciamento, desejo expressar meus parabéns ao atual Presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo, pela gestão profícua.

           Ao novo Presidente, apresento os meus votos de pleno êxito. Que atinja realmente as metas que estabeleceu, pois o crescimento econômico do Estado reverterá em benefício da população capixaba, em termos de aumento da oferta de empregos e da melhoria da qualidade de vida.

           Muito obrigado.