A SRª HELOÍSA HELENA (Sem Partido - AL. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, faço um registro breve, pois disponho apenas de cinco minutos da comunicação inadiável. Não poderia deixar de consignar a tragédia que aconteceu em Alagoas, mais especialmente em Maceió, após esses dias de chuva. Na Grota da Paz, na Grota Sonho Verde, no Reginaldo, na Grota de Ouro Preto, em Chã da Jaqueira, várias crianças foram soterradas, esmagadas, afogadas.

Foram mais de trinta pessoas, mas eu gostaria de registrar o nome das crianças que foram vítimas de desabamento: Heverton e Heberton da Silva, de 4 e 2 anos; os gêmeos Daniel e Daniela, de 1 ano; Douglas de Araújo, de 1 ano; Emily Laura de Araújo, de 1 ano; outra criança que caiu e morreu afogada no Reginaldo. Várias crianças, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, foram vítimas de uma verdadeira tragédia no meu Estado de Alagoas. Muitos trabalhadores morreram também porque barreiras despencaram; vários trabalhadores foram vitimados em acidentes de ônibus.

Sr. Presidente, faço esse registro para pedir ao Governo Federal a liberação de emendas de Bancada, bem como de emendas individuais. No início da sessão, os Senadores Osmar Dias e Juvêncio da Fonseca e vários outros aqui já protestaram. Talvez o meu seja um protesto a mais. Sabemos como funciona o balcão de negócios sujos montado pelo Governo Lula, assim como ocorria no Governo Fernando Henrique, que sempre legitimou a velha e maldita promiscuidade nas relações entre Palácio do Planalto e Congresso Nacional. E as emendas de Parlamentares acabam não sendo liberadas.

Espero que o Governo Federal, que, nessa semana, cantou em verso e prosa mais um dos argumentos da verborragia da patifaria neoliberal, o superávit primário, tenha sensibilidade diante das crianças que foram assassinadas em Alagoas, vítimas do soterramento, do esmagamento, do afogamento em função de chuvas que caíram no meu Estado, de forma muito especial em Maceió.

Tive oportunidade, ainda na semana passada, de mostrar os problemas ocorridos na construção do superávit primário, que não é apenas uma medíocre continha feita por burocratas nas suas salas com ar-condicionado, patrocinando o servilismo ao capital financeiro.

Então, Srªs e Srs. Senadores, enquanto as hienas do mercado financeiro estão felizes e com suas panças cheias em função do superávit e da propaganda triunfalista do neoliberalismo, as mães de Alagoas choram a dor da perda de suas crianças soterradas, esmagadas, afogadas, porque os Governos economizam em moradia popular para continuar a legitimar os negócios sujos do capital financeiro.

Diante da tragédia que aconteceu no Estado de Alagoas, espero que o Governo Federal libere os recursos de que Alagoas dispõe e precisa. Nosso Estado merece isso. Não é possível minimizar a dor de uma mãe que viu sua criança ser soterrada e esmagada por uma barreira que caiu. No entanto, podemos pelo menos evitar que mais tragédias aconteçam em Maceió. Medidas muito simples podem ser feitas, como a construção de moradia popular e a promoção do saneamento básico.

Então, fica aqui a minha tristeza e a minha solidariedade às famílias. Ver as fotografia de crianças soterradas e esmagadas e se emocionar com elas, sem dúvida, é pouco.

Que o Governo cumpra com a sua obrigação e libere os recursos! Sei que o Governo Federal ainda não liberou os recursos para as vítimas das enchentes que aconteceram há alguns meses. Há muita sensibilidade no discurso e pouca sensibilidade na hora de liberar o recurso para a moradia popular e saneamento em Alagoas e em outras regiões pobres.

Mais uma vez, fica aqui o nosso apelo.