Discurso durante a 72ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro do lançamento de uma nova agremiação política, o Partido do Socialismo e da Liberdade (PSol).

Autor
Heloísa Helena (S/PARTIDO - Sem Partido/AL)
Nome completo: Heloísa Helena Lima de Moraes Carvalho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • Registro do lançamento de uma nova agremiação política, o Partido do Socialismo e da Liberdade (PSol).
Publicação
Publicação no DSF de 08/06/2004 - Página 17534
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • REGISTRO, CRIAÇÃO, PARTIDO POLITICO, SOCIALISMO, LIBERDADE, BENEFICIO, DEMOCRACIA, PEDIDO, APOIO, POPULAÇÃO, ASSINATURA, ATENDIMENTO, LEGISLAÇÃO ELEITORAL, PROCESSO, BUROCRACIA, FORMALIZAÇÃO.

A SRª HELOÍSA HELENA (Sem Partido - AL. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, registro na Casa um evento extremamente importante que aconteceu no último fim de semana: o lançamento do P-SOL - Partido do Socialismo e da Liberdade. Partilho com a Casa e com os que acompanham nosso mandato na TV Senado e na Rádio Senado que estamos muito felizes. É um momento muito especial das nossas vidas.

Senador Pedro Simon, estamos entregando ao povo brasileiro um abrigo para a esquerda socialista, democrática, que não faz a medíocre opção de se lambuzar no banquete farto do poder ou de ser prisioneira dos cárceres dos palácios.

Neste primeiro semestre, todos conhecemos o que é o monstrengo da legislação eleitoral, da qual não estamos a reclamar. Sua aprovação no Congresso visava justamente a impedir o aparecimento de tantos dos chamados partidos nanicos, que acabam se submetendo simplesmente a fazer negócios no período eleitoral. Não estamos reclamando da legislação eleitoral. Certamente, será o primeiro Partido a conquistar um registro sob a égide da nova legislação eleitoral, porque nenhum dos partidos que estão hoje apresentados ao povo brasileiro teve de submeter-se à estrutura burocrática a que vamos ter que nos submeter.

No entanto, estamos muito felizes, porque não vendemos as nossas convicções e não rompemos com a tradição da esquerda socialista e democrática. Há o cansaço e a exaustão física, pois montamos um fórum de debates durante todo o primeiro semestre. Percorremos o Brasil todo estabelecendo concessões coletivas nos agrupamentos de esquerda para a construção do nosso programa provisório, do nosso estatuto.

Identificamos como está maravilhosamente enraizado na alma do povo brasileiro o sentido democrático. Das pessoas mais simples, como o camelô nas praças e o catador de lixo, às pessoas mais sofisticadas nos saguões dos aeroportos, como elas entendem que temos o direito de defender aquilo em que efetivamente acreditamos!

Ao se transformar na ferramenta triunfalista do neoliberalismo; ao trair a esquerda socialista e democrática e aprofundar o modelo neoliberal, negando todas as concepções programáticas acumuladas por meio da dor, do sofrimento, das lágrimas e do suor de milhares de militantes da esquerda socialista e democrática na América Latina, no Brasil e no mundo; ao mudar de lado, se alguns pensavam que conseguiriam liquidar com o que existe de mais belo e precioso na esquerda socialista e democrática, enganaram-se redondamente, porque a ninguém são dadas as bandeiras históricas. Ninguém, nenhum Partido - nem o novo Partido estará -, nenhuma Liderança está ungida pelos deuses do universo ou autorizada pela classe trabalhadora a liquidar as bandeiras históricas e as concepções programáticas acumuladas pela esquerda socialista e democrática.

Então, se o que era o maior Partido de esquerda da América Latina se transformou na ferramenta da propaganda triunfalista do neoliberalismo, e o Governo Lula, que se comprometeu com mudanças estruturais profundas, hoje nada mais é do que o aprofundamento do modelo neoliberal, estamos entregando ao povo brasileiro o P-SoL, o Partido do Socialismo e da Liberdade.

Espero que o povo brasileiro, que renasce a cada dia com o sol, em coragem, solidariedade e esperança, possa estar nos ajudando a fazer com que o P-SoL, Partido do Socialismo e da Liberdade, o novo Partido, consiga as 438 mil assinaturas necessárias do ponto de vista da legislação eleitoral.

Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, muitos Senadores, independentemente das convicções ideológicas e da identidade, bem como os funcionários da Casa e muitos que acompanham o nosso mandato parlamentar, sabem como ficou profundamente marcado, na nossa alma e no nosso coração militante, o processo de expulsão. Então, eu não poderia deixar de partilhar com esta Casa a minha alegria de entregar ao povo brasileiro o P-SoL, Partido do Socialismo e da Liberdade, um abrigo para a esquerda socialista e democrática, para a esquerda livre que - volto a repetir - não se predispõe a ser prisioneira dos cárceres do poder e nem a se lambuzar no banquete farto dos palácios, por mais sedutores e cômodos que eles efetivamente sejam.

É só, Srª Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/06/2004 - Página 17534