Pronunciamento de Romeu Tuma em 22/06/2004
Discurso durante a 87ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Homenagem de pesar pelo falecimento do ex-governador Leonel de Moura Brizola.
- Autor
- Romeu Tuma (PFL - Partido da Frente Liberal/SP)
- Nome completo: Romeu Tuma
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- Homenagem de pesar pelo falecimento do ex-governador Leonel de Moura Brizola.
- Publicação
- Publicação no DSF de 23/06/2004 - Página 19059
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM POSTUMA, LEONEL BRIZOLA, EX GOVERNADOR, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), PRESIDENTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DEMOCRATICO TRABALHISTA (PDT), ELOGIO, VIDA PUBLICA.
O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador José Sarney, Senadores Paulo Paim e Mão Santa, acredito que, como último orador, tenha pouco a falar diante de tudo o que foi dito neste plenário, hoje, em memória de Leonel de Moura Brizola.
Acredito que o Brasil se empobrece do debate com o seu desaparecimento, pela sua coragem permanente, pelos enfrentamentos das dificuldades e obstáculos que surgiram na sua história, visto que ele nunca tergiversou, nunca renunciou à disputa.
Em 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros renunciava. Portanto, há 43 anos. Brizola, como me disse o Senador Paulo Paim, instalou-se no porão do Palácio, e lá passou a comandar a rede da legalidade. E ouvíamos com atenção, por ondas curtas, pois para que se pudesse alcançar todo o País, usávamos a freqüência de ondas curtas.
Jânio Quadros se encontrava na China e havia o impedimento de sua posse com a renúncia de Jânio Quadros. E a cadeia da legalidade provavelmente conseguiu, dentro de um acordo, que o Congresso aprovasse o Parlamentarismo, e João Goulart assumia a Presidência, no Dia da Independência, 7 de setembro, tendo como Primeiro-Ministro Tancredo Neves.
O Presidente da República José Sarney, por um ato de carinho, coloca-me à frente da Polícia Federal. Em conseqüência, tive algumas conversas com Leonel Brizola, Governador do Rio de Janeiro. Na época, havia uma crise, Senador Paulo Paim, entre a divergência de fazer a repressão ou tratar a criminalidade decorrente do período de força que antecedeu toda a estrutura de posse do Presidente José Sarney e dele como Governador. E ele buscou - por meio da implantação maciça de uma educação permanente e em tempo integral ao jovem - mostrar a importância do aspecto social nos morros do Rio de Janeiro. Mas a história, às vezes, distorce e diz que não foi correta ou que deixou de ser perfeita a implantação de uma ação social para que se evitasse o aumento da criminalidade.
Leonel Brizola foi um homem que pensou que a educação e a preocupação com o social diminuiriam o número de pessoas que poderiam cair na criminalidade. Ele deixou um exemplo de como deve comportar-se um chefe de Executivo e a visão clara de como investir naqueles que mais precisam, nos mais pobres, nos mais necessitados.
Portanto, em nome de São Paulo - creio que fui o único paulista a usar a esta tribuna hoje -, quero reverenciar a memória de Leonel Brizola por seu exemplo de coragem, de disposição e pela visão política que teve em toda a sua vida.
Muito obrigado, Sr. Presidente.