Discurso durante a 87ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Transcurso do Dia da Língua Portuguesa, em 10 de junho último.

Autor
Valmir Amaral (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/DF)
Nome completo: Valmir Antônio Amaral
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Transcurso do Dia da Língua Portuguesa, em 10 de junho último.
Publicação
Publicação no DSF de 23/06/2004 - Página 19061
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, LINGUA PORTUGUESA, COMENTARIO, HISTORIA, EXPANSÃO, IMPORTANCIA, INTEGRAÇÃO, COOPERAÇÃO, DIVERSIDADE, PAIS, MUNDO, ADOÇÃO, IDIOMA OFICIAL.

O Sr. VALMIR AMARAL (PMDB - DF. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, faço uso da palavra, nesta oportunidade, para registrar a passagem, em 10 de junho último, de mais um dia da língua portuguesa.

O mundo lusófono, atualmente, engloba cerca de 250 milhões de pessoas, espalhadas pelos cinco continentes. Em terras brasileiras se concentram 80% dos falantes dessa que é a quinta língua mais falada do planeta.O expansionismo português, nos séculos XV e XVI, disseminou o idioma lusitano por todo o mundo. A abrangência do alcance da língua portuguesa é vislumbrada quando enumeramos a lista das nações em que o português é a língua oficial: Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

Winston Churchill disse que a Inglaterra e os Estados Unidos eram dois países separados por uma língua comum. O fato de possuírem identidade lingüística não garante, é verdade, que duas nações se identifiquem em outros quesitos.

Quero crer, contudo, que a frase não se aplica ao Brasil e a Portugal, nem às relações mantidas por nosso País com os demais países lusófonos. Acredito que, em nosso caso, uma outra versão da sentença do renomado primeiro-ministro britânico seria mais apropriada: o Brasil e os demais países falantes do português são unidos, e não separados, por uma língua comum.

Tomemos o caso, por exemplo, do Timor Leste, país que atravessou graves conturbações políticas e sociais nos últimos anos. A participação brasileira no processo de pacificação do Timor Leste, todos sabemos, foi fundamental e decisiva para a democratização daquele país. E não consigo vislumbrar, entre os traços que nos aproximam dos timorenses, nenhum mais evidente e mais forte que a língua que compartilhamos.

Evidência dessa forte identificação é a consolidação da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), composta por todos os países em que o português é o idioma oficial. O Brasil teve a oportunidade de sediar a última conferência da entidade, realizada há dois anos, ocasião em que foram firmados diversos e importantes acordos entre os países-membros.

A CPLP, a bem da verdade, é a culminância de um processo de cooperação que já dura várias anos. Brasil e Portugal, por exemplo, buscam unificar a ortografia do nosso idioma desde a década de 1970, com significativos progressos.

A CPLP representa, acima de tudo, a consciência de que os países de língua portuguesa têm muito a contribuir uns com os outros. Não é por outro motivo que vemos multiplicarem-se os eventos que reúnem categorias e grupos provenientes das nações lusófonas, como foi o caso, em 2003, do I Encontro de Mulheres Parlamentares dos Países de Língua Portuguesa. O número significativo de reuniões dessa natureza demonstra o poder de agregação da língua portuguesa, que simboliza o ponto de encontro entre nações tão diferentes quanto Brasil e São Tomé e Príncipe.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, um dos sintomas do poderio norte-americano é a influência que o idioma daquele país exerce sobre as demais línguas do mundo. A defesa do nosso idioma e a luta por uma língua portuguesa forte, portanto, são indícios de que os países lusófonos estão conscientes da importância da língua para a auto-estima e o amor próprio de seus povos.

A defesa de nosso idioma, assim, representa, acima de tudo, o amor que sentimos por nosso País e por nossos concidadãos. Parabéns a todos nós, falantes da língua portuguesa em todo o mundo, pela passagem de mais essa data comemorativa!

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/06/2004 - Página 19061