A SRª HELOÍSA HELENA (Sem Partido - AL. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sei que cinco minutos é pouco para eu fazer esta breve comunicação, mas me sinto na obrigação de fazê-la agora.

Ontem, à noite, tive a oportunidade de ir até o Rio de Janeiro também prestar minha simples homenagem ao ex-Governador Brizola e pude ver a singeleza, o carinho e a saudade, Senador Mão Santa, de mulheres, homens, idosos e jovens, prestando a última despedida ao grande guerreiro Leonel Brizola.

Faço questão de agradecer, de todo o coração, o carinho e a solidariedade que recebi em todos os lugares por onde passei. Brizolistas mulheres e homens fizeram questão, inclusive, de me dar a rosinha vermelha que queriam depositar junto a Brizola, para que eu pudesse mais rápido lá chegar, e depositei minha rosa vermelha também.

Quero deixar registrada a minha homenagem a esse guerreiro. Equívocos políticos, todos somos capazes de cometê-los, mas me sinto na obrigação de homenageá-lo.

Há dois meses, tive oportunidade de com ele estar. Sabem todos que Brizola marcou presença em um momento muito difícil da minha vida, quando eu estava sendo expulsa do PT por fidelidade ao programa do Partido. Quando fui expulsa do PT, ele, de forma generosa, ofereceu-me o PDT como abrigo, para que eu pudesse disputar a eleição. Porém, como eu sabia que tinha de enfrentar o Diretório Nacional até o fim, para que o PT deixasse registrada sua digital de intolerância, neostalinismo e truculência em meu processo de expulsão, não aceitei a generosidade dele naquele momento.

Deixo meu abraço a todas as mulheres e homens brizolistas espalhados por este País.

Senador Mão Santa, a imagem que tenho de Brizola é muito delicada. Há dois meses, estive no apartamento dele, com o ex-Deputado Milton Temer, que está em nosso Partido, no Psol, Partido do Socialismo e Liberdade. Eu estava brigando com Brizola, porque ele estava fazendo um debate político com o Presidente do PFL, Senador Jorge Bornhausen. Eu não tinha Partido, pois ainda estávamos na tentativa de criação do PSol. E Brizola, aos 82 anos, com toda uma vida de experiência, humildemente, com carinho e sensibilidade, sabendo que não conseguiria me convencer pelo argumento, agia com a delicadeza que só as almas preciosas são capazes de demonstrar. Guardo seu sorriso muito grande quando abriu a janela de seu apartamento e disse: “Heloísa, este apartamento não vale nada. O que vale é poder olhar esse mar maravilhoso do Rio de Janeiro”.

Manifesto minha solidariedade a todos aqueles que ontem me trataram com muita generosidade e carinho, aos amigos de Brizola, às mulheres maravilhosas que me receberam com muito afeto no Rio de Janeiro, a todos esses que fizeram o PDT, à nossa Bancada e à Bancada do PDT, que lá estava ontem, e aos Senadores Pedro Simon, Jefferson Péres e Augusto Botelho. Também cumprimento o Senador Osmar Dias, que foi ao velório pela manhã, e o Senador Almeida Lima.

Portanto, deixo registrada a nossa solidariedade a todos os brizolistas do País e a nossa saudade deste guerreio das belas causas: Brizola.