A SRª HELOÍSA HELENA (Sem Partido - AL. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Senador Tião Viana, deve ser sina minha, destino, reviver determinados filmes, como estou revivendo hoje, no debate do Orçamento.

Primeiro, talvez fosse importante aprovar o Orçamento impositivo, como o projeto que tramita na Casa, para, de alguma forma, tentar possibilitar maior mecanismo de controle social. Sei que alguns têm muita preocupação com o Orçamento impositivo. Dizem que se houver Orçamento impositivo, isso pode significar que a emenda do senador e do deputado vale dinheiro, portanto, ele vai trambicar antecipadamente. No entanto, quem gosta de trambicar, quem é vigarista, independentemente de qualquer coisa, vai trambicar do mesmo jeito, como está fazendo agora.

Fico impressionada com esse tipo de debate sobre o Orçamento. Eu vivenciei essa mesma farsa da isenção no Governo Fernando Henrique, Senador Arthur Virgilio. É impressionante. Lá em Alagoas eu sou a Senadora que não leva nenhum dinheiro para o Estado. Eu sou a Senadora que só fala. Quem leva dinheiro são os outros Senadores e os Deputados. Eu não levo nada! O impressionante é que, mesmo quando algumas emendas minhas são liberadas, eu não tomo conhecimento. Quem vai fazer a farra são os outros. Fico impressionada!

Aconteceu isso no Governo Fernando Henrique. Briguei para colocar nas emendas de Bancada equipamentos para uma unidade de um hospital universitário. Liberada a verba, quem estava lá para ser agraciado com as homenagens não era eu.

A mesma coisa aconteceu com Pindorama, com a conclusão de uma obra de abastecimento de água. Refiro-me ao primeiro projeto de irrigação, extremamente importante. Fizeram a inauguração da obra e nem me avisaram. Por quê? Porque sempre existe outro tipo de trambiqueiro, que é o que vai lá e diz que a Heloísa colocou no Orçamento, mas ela não tem peso nenhum, que quem libera é ele, portanto, homenagens para ele. É por isso que, quando vejo mais uma vez isso - e eu conheço o tipo de isenção, de farsa; acontece hoje, como acontecia no Governo Fernando Henrique -, quero, espero, solenemente, que a imprensa de Alagoas, que a elite política alagoana diga que quem liberou fui eu. Porque se está dizendo que eu liberei!

(O Sr. Senador Paulo Paim, 1º Vice-Presidente, deixa a cadeira da Presidência, que passa a ser ocupada pelo Sr. Senador José Sarney, Presidente.)

A SRª HELOÍSA HELENA (Sem Partido - AL) - Então, Srs. Prefeitinhos, por favor, não levem outros Senadorezinhos ou outros Deputadozinhos para dizerem que foram eles que liberaram o recurso para o Orçamento e fazerem demagogia às custas do outro. Não há nada pior do que isso. Quando eu fazia minhas emendas, como hoje, chegava a dar agonia. É coisa de quem é cretino, como certamente eu sou. Vejo lá o perfil epidemiológico, problemas de doença de Chagas. Vamos colocar habitação popular. Problemas graves na área de saúde. Vamos colocar saneamento básico. Aí vai lá o demagogo, libera as emendas que você colocou e faz duas festas: a dele e a dos outros.

É por isso, Sr. Presidente, que eu não poderia deixar de falar da minha angústia. Deve ser destino, deve ser sina. Hoje eu vivenciar a isenção da farsa do mesmo jeito que vivenciei na época do Governo Fernando Henrique realmente é algo de que só Cristo nos salva!

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.