Discurso durante a 101ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Elogios ao documentário do Diretor Aníbal Massaini sobre a vida de Pelé. Defesa da vinda à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, acusado de sonegação fiscal pela imprensa.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CULTURAL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Elogios ao documentário do Diretor Aníbal Massaini sobre a vida de Pelé. Defesa da vinda à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, acusado de sonegação fiscal pela imprensa.
Aparteantes
Eduardo Azeredo, Heloísa Helena.
Publicação
Publicação no DSF de 03/08/2004 - Página 23812
Assunto
Outros > POLITICA CULTURAL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • ELOGIO, FILME NACIONAL, DIVULGAÇÃO, HISTORIA, VIDA, EDSON ARANTES DO NASCIMENTO, ATLETA PROFISSIONAL, FUTEBOL.
  • DEFESA, COMPARECIMENTO, HENRIQUE MEIRELLES, PRESIDENTE, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONOMICOS, SENADO, ESCLARECIMENTOS, DENUNCIA, IMPRENSA, SONEGAÇÃO FISCAL, SIMULTANEIDADE, COMENTARIO, EVOLUÇÃO, ECONOMIA NACIONAL.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Romeu Tuma, Srªs e Srs. Senadores, quero tratar, hoje, de dois assuntos. O primeiro é que seria interessante que, mesmo nesta semana não deliberativa de trabalhos, pudéssemos ter uma reunião na Comissão de Assuntos Econômicos para ouvirmos especialmente o Presidente do Banco Central e, possivelmente até, o Presidente Casseb, do Banco do Brasil.

Também quero falar de um assunto muito importante para o Brasil, mas com espírito de júbilo, porque tive a oportunidade de assistir a “Pelé Eterno”, filme de Aníbal Massaini sobre os mais de trezentos e cinqüenta gols registrados dos mais de mil gols de Pelé. Feliz foi o diretor ao conseguir documentar a história de Pelé desde menino, filho do jogador Dondinho e que teve uma infância muito modesta. Ele realizou os mais diversos trabalhos que um menino de família sem grande remuneração pode fazê-lo.

Gostaria de fortemente recomendar a cada brasileiro e mesmo a pessoas no exterior que assistam ao filme, que faz muito bem às pessoas, prezado Senador Romeu Tuma, que preside os trabalhos da Casa. Trata-se de um filme importante para a afirmação dos brasileiros como negros, pois Pelé inclusive descreve como ele, na condição de negro, conseguiu manter uma fé extraordinária. É também um exemplo de determinação.

Há uma cena notável no filme, Senadora Heloísa Helena, quando Pelé conta que, ao lado de seu pai, ouviu o jogo Brasil X Uruguai, no Maracanã, pelo rádio. Seu pai era um grande jogador de futebol que, em certo momento da vida, sofreu uma grave contusão e não pôde mais continuar. Mas, eis que o Pelé se surpreende quando percebe, na hora em que o Uruguai fez dois a um e daí vence a Copa do Mundo em 1950, seu pai Dondinho chorar. Naquele instante ele disse a seu pai que ele iria fazer de tudo para ajudar o Brasil a ser campeão. É uma coisa bonita!

Depois, o talento, a dedicação do Pelé, sua coragem para enfrentar os adversários, que por vezes e com tanta freqüência eram muito duros com ele. Uma das coisas interessantes que li a respeito do filme foi o depoimento de um dos marcadores do Pelé - acho que é o Schultz, um beque alemão -, dizendo que o que mais o impressionava no Pelé era o seu próprio olhar. Porque o Pelé olhava olho no olho para seu marcador, e olhava de tal maneira que - vejam - descobriu-se depois que o Pelé tinha miopia, problema de vista. Mas uma das suas qualidades, segundo disseram, era que o Pelé era capaz de ter uma visão de 360 graus, simplesmente conseguia ver o campo todo. Mas ele estava sempre com a cabeça erguida olhando para cima, tendo a visão completa do campo. Mas o que o Schultz mencionou é que, como Pelé olhava com tanta firmeza o seu marcador que este ficava com receio, na hora que em ele foi olhar os seus olhos, o Pelé já tinha escapado com bola e tudo.

Os corintianos, os palmeirenses, os vascaínos, os flamenguistas, os torcedores de todas as torcidas, ao verem esse filme, também ficarão emocionados, maravilhados com o talento notável de Pelé.

Gostei tanto do filme que telefonei no dia seguinte para o Pelé e para o Aníbal Massaíni dizendo: “Logo que se iniciarem os trabalhos no Senado Federal, farei um pronunciamento”. E aqui estou cumprindo e recomendando a todos os brasileiros a assistirem a esse filme. Inclusive tenho sugerido à Prefeita Martha Suplicy, de São Paulo, que nos Centros Educacionais Unificados, que são agora os cinemas e teatros, na periferia de São Paulo, abra-se a oportunidade para todas as crianças e adultos assistirem a esse filme devido à inspiração que lhes poderá dar para acreditarem em si próprias, para terem muita auto-estima e conseguirem superar os grandes obstáculos que, por vezes, as pessoas têm na vida. Assim como a Senadora Heloísa Helena que, vindo do sertão de Alagoas, se constitui num exemplo de mulher: com uma auto-estima formidável, soube dar os passos, por exemplo, para estar aqui no Senado.

Senadora Heloísa Helena, recomendo este filme a V. Exª e ao Senador Eduardo Azeredo para que o assistam. O Senador, inclusive, como mineiro, sabe que o Pelé é de Três Corações, justamente onde ele teve essa origem humilde. Como esse filme fará bem! Eu já era torcedor do Santos, porque meu pai, em 1912, morava em Santos aos 16 anos, foi fundador e jogou no primeiro time amador do Santos. Então, quando eu era menino, meu pai costumava levar-me aos campos de futebol, e comecei a gostar do Santos ao tempo ainda - a Senadora Heloísa Helena não vai entender tanto, mas o Senador Romeu Tuma vai entender - de Manga, Hélvio, Ivan, Ramiro, Formiga e Zito, 109, Antoninho, Nicássio, Vasconcelos e Tite. O Senador Romeu Tuma sabe o que é isso. Até que, em 1956 - eu tinha 15 anos -, chegou o Pelé e foi uma maravilha! O Santos parecia o que é hoje. Ontem, goleou de 6 X 0 o Payssandu. Com todo o respeito às pessoas de Belém do Pará.

Sabem por que o Santos está jogando tão bem há três jogos? No dia seguinte, liguei para o Pelé, que não estava e ligou-me depois. Naquela tarde, Pelé foi assistir ao filme em companhia dos atuais jogadores do Santos, em Santos. Ficaram tão inspirados que venceram naquela noite. Até agora não pararam de vencer. Ontem, golearam de 6 X 0! Imaginem se todas as pessoas no Brasil assistirem ao filme. Vai fazer muito bem às pessoas.

O Presidente Lula convidou-me para assistir ao filme no Palácio do Planalto. No entanto, eu estava em missão nos Estados Unidos com uma delegação de Parlamentares que foi dialogar com os senadores e deputados norte-americanos. Não pude ir. Depois, tive a felicidade de assistir ao filme.

Da mesma maneira que meu pai incentivou-me a gostar do Santos, levei meus filhos Eduardo, o Supla, André e João. Os três são santistas. Até o meu neto de dois anos nasceu e recebeu uma camisa do Santos. É algo muito próprio dos brasileiros que gostam de futebol.

Fica a minha recomendação para que assistam ao filme “Pelé Eterno”, de Aníbal Massaini. Assistir a ele fará muito bem a cada brasileiro e brasileira - as mulheres também vão gostar! Chorei logo no início do filme ao rever aquelas cenas, inúmeras delas muito comoventes. Acredito que vê-las só fará bem ao ser humano e a nós, brasileiros.

Na sexta-feira, diante das reportagens das revistas IstoÉ e Veja, resolvi telefonar para o Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, pessoa que, avalio, tem merecido o respeito desta Casa - sei que a Senadora Heloísa Helena diverge de mim nesse aspecto, aliás é bom que haja o princípio do respeito pelas diferenças. Muitos Senadores e também o Senador Eduardo Azeredo - tenho observado nos diálogos havidos na Comissão de Assuntos Econômicos - têm demonstrado ter pelo Presidente Henrique Meirelles grande respeito pela seriedade com que ele tem se conduzido.

Surgiram algumas dúvidas sobre suas declarações de rendimentos, de bens e a de domicílio eleitoral. Telefonei para S. Exª e falei-lhe sobre essas dúvidas, dizendo que, num caso como esse, se estivesse em sua posição, procuraria esclarecer de pronto esse assunto perante os Senadores na Comissão de Assuntos Econômicos, que tem, justamente, a responsabilidade de apreciar, argüir e acolher ou rejeitar indicações para a presidência e Diretorias do Banco Central.

Aliás, o Presidente Henrique Meirelles tem feito questão de estar aqui periodicamente - em maio ou junho último, S. Exª esteve aqui prestando esclarecimentos. Disse a S. Exª que, tomar a iniciativa de comparecer à Comissão de Assuntos Econômicos - algo que poderia ser combinado com o Presidente Ramez Tebet - só fará S. Exª ser mais respeitado. Nessa ocasião, o Presidente Henrique Meirelles até poderia comentar as informações mais recentes relativas à economia brasileira, que têm demonstrado uma melhoria significativa no que diz respeito aos indicadores da atividade na agricultura, pecuária, indústria, comércio e serviços. A taxa de emprego, por três meses, vem consistentemente melhorando, tanto pelo índice do IBGE quanto do Dieese; a taxa de inflação tem se mantido sob controle, em níveis bastante razoáveis para os padrões históricos da economia brasileira; o equilíbrio externo está acontecendo, ou seja, há uma combinação de equilíbrio externo, inflação bastante controlada e economia passando a crescer de acordo com a expectativa de tantos que desejam a melhoria da economia brasileira, com a melhoria também das oportunidades de emprego. Avalio que poderia ser essa uma reunião muito positiva.

O Presidente Henrique Meirelles agradeceu-me a iniciativa e disse que iria dialogar com o Ministro Antonio Palocci. Eu disse que conversaria com o presidente da comissão, Senador Ramez Tebet, o que de fato fiz. S. Exª me disse que, havendo um número suficiente e significativo de senadores aqui, a reunião poderia acontecer, quem sabe, amanhã ou quarta-feira.

Observo, contudo, Senador Romeu Tuma, que já temos hoje, segunda-feira, em que pese o fato de nenhuma das sessões desta semana ser deliberativa - e o Senador Eduardo Azeredo me disse isso há pouco -, um número significativo de senadores aqui presentes.

Havendo esse número significativo, a reunião poderia se dar amanhã, e poderíamos contar também com a presença do presidente do Banco do Brasil, Carlos Casseb*, que aproveitaria a oportunidade para também prestar esclarecimentos quanto às dúvidas que foram levantadas.

Concedo a palavra ao Senador Eduardo Azeredo com muita honra.

O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Senador Eduardo Suplicy, de início eu gostaria de dizer que nós, da Oposição, vemos situações diferentes nos casos que envolvem o presidente do Banco do Brasil e o presidente do Banco Central. Quanto ao Banco do Brasil, nós tivemos oportunidade de colocar, houve um patrocínio, a compra de mesas em um show beneficente, a favor de um partido político. Isso já foi reconhecido. O próprio presidente do Banco disse que o pessoal da área de marketing fez isso sem que ele soubesse. Então, é uma questão diferente de uso irregular de recursos de um banco público.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Permita-me apenas dizer que, neste ponto, estou de acordo com a avaliação que V. Exª faz. Houve um procedimento incorreto, que, felizmente, foi sustado, corrigido. A Oposição tem todo o direito de se manifestar. Inclusive, nós, do Partido dos Trabalhadores, dissemos à Direção Nacional, na reunião da executiva que se realizou no sábado retrasado, que esse procedimento é totalmente inaceitável. Ainda bem que foi corrigido, porque sempre fomos muito críticos quanto a procedimentos dessa natureza e não poderíamos admiti-los.

O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Sim, perfeito! Quanto a essa questão, pela Oposição, vamos apresentar requerimento amanhã para que o Banco do Brasil explicite todos os patrocínios que fez, o que deverá ajudar a esclarecer o caso. Com relação ao Banco Central, V. Exª disse muito bem quando disse que o Presidente Henrique Meirelles é um homem muito preparado, que ocupa um cargo extremamente importante. Quando esteve aqui no Senado, soube traduzir em palavras suas intenções, seu plano à frente da área monetária do Brasil. O que queremos é que haja um esclarecimento cabal. Não se discutem atitudes dele em relação à sua atividade no Banco Central. A imprensa tem veiculado questões de sua vida particular. Entretanto, pelo cargo que ocupa, evidentemente, as questões que lhe dizem respeito particularmente também precisam ser devidamente esclarecidas. Esperamos que possa comparecer aqui de maneira democrática. Pela experiência e pela posição que tem, tenho certeza de que poderá sair-se muito bem. De antemão, quero dizer que o PSDB não faz restrição à atuação do Presidente Henrique Meirelles, nós mantemos o respeito por S. Exª e queremos que isso seja devidamente esclarecido. Vir aqui ao Senado seria uma oportunidade muito boa sim. Nunca é demais lembrar que o chamado “Risco Lula”, que levou o Brasil até dois mil e tantos pontos, com o dólar chegando perto de R$ 4, aconteceu porque existiam dúvidas quanto à atuação, ao assumir, do Presidente Lula relativamente à questão monetária do Brasil. Com a indicação do Presidente Henrique Meirelles, que é um homem reconhecido mundialmente, houve de imediato um apaziguamento das expectativas. Apesar de achar que deveria ser um pouco mais ambicioso, audacioso, na questão dos juros, reconhecemos que ele foi importante para o processo de transição de governo que aconteceu. Já é hora de começar a avançar um pouco mais porém. Como mencionei em meu pronunciamento, o crescimento que o Brasil vive no momento não pode ser confundido: é um crescimento que acontece porque a economia nacional está aquecida e isso aquece a nossa atividade exportadora e, especialmente, os segmentos que trabalham na exportação. Nós não estamos cegos e não queremos menosprezar esse crescimento, mas não queremos também que se iluda o governo e iludam-se os brasileiros, porque vários outros pontos precisam ser enfrentados pelo governo para garantir um crescimento e um desenvolvimento de fato neste País.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Muito obrigado, Senador Eduardo Azeredo. Acredito que as autoridades monetárias, o Copom, poderão dar passos nesse sentido agora, inclusive com a compreensão de que a taxa de juros, se cair moderadamente, poderá contribuir para o aumento da oferta de bens e serviços; poderá contribuir para os investimentos, o que resultará no aumento da oferta de bens e serviços, e isso poderá contribuir igualmente para a estabilidade de preços.

Então, para obter a estabilidade de preços não se deve apenas brecar a demanda por bens e serviços, mas, sim, estimular o crescimento da oferta de bens e serviços.

A Srª Heloísa Helena (Sem Partido - AL) - Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Senadora Heloísa Helena, concedo a palavra a V. Exª.

A Srª Heloísa Helena (Sem Partido - AL) - Senador Suplicy, é apenas para complementar, porque tive oportunidade de falar sobre isso há pouco. V. Exª defende a vinda das autoridades públicas. Sei que V. Exª poderá, inclusive, assinar comigo uma proposta de alteração da Constituição - o que já deveríamos ter feito - criando a obrigatoriedade de qualquer agente público ter de vir prestar esclarecimentos ao Congresso Nacional, e não apenas os Ministros. Quero apenas complementar, porque o Senador Eduardo Azeredo tratou da questão do Presidente do Banco do Brasil, da denúncia de que o departamento de marketing estava utilizando dinheiro público como uma medíocre caixinha de objetos pessoais. Não se pode favorecer quem quer que seja, tenha um tucaninho ou uma estrelinha na lapela, já que isso caracteriza crime contra a administração pública. Penso que S. Sª não tem que vir apenas por isso. Ele tem que explicar as denúncias - embora não exista gradualidade da corrupção, ou seja, não há o meio honesto e o mais honesto -, tem que explicar o porquê, por exemplo, de ter omitido, na sua declaração, mais de US$500 mil, e se está envolvido em determinadas operações de um banco americano que está sendo investigado pelo Ministério Público de Nova Iorque por lavagem de dinheiro. Então, não se trata de uma coisinha qualquer, embora não seja coisa pequena utilizar o espaço público para favorecer corriolas políticas, sejam elas de quem forem. E no caso do Presidente do Banco Central, é fundamental que ele venha, porque não se trata de algo simples. E estou convicta de que V. Exª também não considera simples omitir da Justiça Eleitoral R$50 milhões. Não é algo simples ou uma coisa qualquer. Senador Eduardo Suplicy, sei que V. Exª pensa tal qual os velhos humanistas espanhóis - é como também penso -, que a lei deve ser flexível para o fraco, firme para o forte e implacável para o contumaz. Sei também que V. Exª compartilha das idéias da grande Hanna Arendt - não tenho dúvida disso -, que dizia algo muito bonito: que podemos julgar fenômenos éticos e morais da mesma forma como sabemos dizer se uma rosa do nosso jardim é mais bonita do que a outra, porque temos capacidade de pensar. Nesta Casa, então, onde o mais besta não anda, voa, e onde alguns realmente compõem o verdadeiro serpentário da política nacional, com certeza temos obrigação de analisar esse caso com serenidade, com cautela, dando espaço necessário para que as pessoas se expliquem. É de fundamental importância dizer que não se trata apenas de “denuncismo” irresponsável, mas de indícios relevantes de crimes contra a Administração Pública. V. Exª, como eu e muitos outros da Casa, sabe o que são a dor e o significado, para uma sociedade que quer aprimorar a sua democracia representativa, de uma pessoa grande patrocinar um crime e a resposta ser o silêncio da omissão e da cumplicidade. Um pobre - muitas vezes, o mais pobre - acaba sendo atingido com o rigor, com a voracidade e com a ferocidade da lei, quando, muitas vezes, ele está fazendo alguma coisa para sobreviver. Então, saúdo o pronunciamento de V. Exª que, como sempre, inspira-me pela generosidade e pela emoção, também quando fala em determinados filmes. Vou levar meus meninos para assistir ao filme sobre Pelé.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Que idade têm seus meninos?

A Srª Heloísa Helena (Sem Partido - AL) - O “bebezinho” tem 18 anos e o primeiro, 20.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Eles vão gostar muito do filme Pelé Eterno. Pode ter certeza.

Tenho convicção, até porque o Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse-me, que seus atos estão respaldados pela lei, de que S. Exª poderá vir aqui. Tomando essa iniciativa, os fatos se esclarecerão muito melhor, inclusive do ponto de vista do Governo Lula, para tranqüilidade de todos que desejam o sucesso da evolução da economia brasileira.

Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente, Senador Romeu Tuma.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/08/2004 - Página 23812