O SR. RAMEZ TEBET (PMDB - MS. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, agradeço a V. Exª e ao Senador Arthur Virgílio.

Aproveito estes poucos instantes para registrar a dor e o sofrimento do povo paraguaio diante da terrível tragédia que se abalou sobre aquele país, ocorrida num supermercado da periferia de Assumpção. O Paraguai, neste momento, está chorando a morte de trezentas e quarenta pessoas, provocadas por um incêndio em um supermercado.

Sr. Presidente, essas coisas afetam o sentimento das pessoas. O Brasil e o Paraguai, que, no passado, de 1864 a 1870, travaram uma guerra sangrenta, hoje são países irmãos. O meu Estado, Mato Grosso do Sul, é o representante do Brasil dessa afinidade com o povo paraguaio. E por quê? Porque são cinco cidades gêmeas, são cinco cidades limítrofes com o país vizinho. As cidades de Ponta Porã, de Coronel Sapucaia, Mundo Novo, Paranhos, Porto Murtinho e Bela Vista são limítrofes. É grande a faixa de fronteira entre o Brasil e o Paraguai. A nossa cultura se confunde na música, na culinária. Os nossos povos estão unidos. E essa dor que atinge hoje o povo paraguaio atinge o povo sul-mato-grossense e o brasileiro.

Sr. Presidente, não que eu seja o porta-voz do Senado da República, longe de mim, mas sou aqui o representante de Mato Grosso do Sul, aquele que mais de perto convive com os nossos irmãos do Paraguai. De tal sorte que tenho absoluta certeza de que, infelizmente, entre as vítimas dessa tragédia, há parentes de paraguaios ou de pessoas que residem em território sul-mato-grossense, em território brasileiro.

Aproveito a oportunidade para dizer que fez bem o governo brasileiro em prestar esse socorro humanitário ao povo paraguaio. A nossa Santa Casa de Campo Grande, uma das maiores do Brasil, passando, no momento, por extrema dificuldade, abriu suas portas para o atendimento das vítimas, dos feridos dessa tragédia no Paraguai.

Esse é o registro do Senado da República. Nós todos aqui lamentamos e choramos profundamente o ocorrido no país vizinho.

Sr. Presidente, Srs. Senadores, não adianta analisar as causas, não adianta analisar o gesto tresloucado do dono do supermercado, que, segundo dizem, teria fechado as portas do supermercado com receio de as pessoas saírem carregando as mercadorias sem pagar. Mas não é esse o exemplo do povo paraguaio. Tenho certeza disso. Conheço bem o povo paraguaio, conheço os paraguaios que residem em Mato Grosso do Sul, tenho muitos e muitos amigos no Paraguai, em Assumpção, em Porto Juan Cabalero, em Bela Vista, no Paraguai e tantos outros municípios daquele país. Sei, portanto, que é um povo amigo, um povo bom, um povo que, neste momento, com toda a certeza, está chorando a morte de seus entes queridos. Nós, do Brasil, não podemos ficar alheios a isso, Sr. Presidente.

O Presidente da República tem viajado pelo mundo, perdoando dívidas de países devedores do Brasil. Se ele procedeu acertadamente ou não, isso não sei, mas sei que procedeu acertadamente ao determinar o auxílio humanitário do Governo brasileiro aos nossos irmãos do Paraguai, fez muito bem o Senhor Presidente da República e por isso merece os nossos aplausos.

Era esse, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o registro que modestamente, no prazo da comunicação inadiável, que é um prazo rápido, eu desejaria fazer para ficar consignado nos Anais do Senado da República.

Muito obrigado.